《Sundown》"Pôr do sol" ~II~《Ayu》

168 9 29
                                    

《ESPECIAL 3K》

Passamos entre alguns galhos e de repente estávamos de frente para uma torre não muito grande, que parecia abandonada.
Entrando na mesma, subimos uma série  de degraus.
Kotaro abriu a porta que dava acesso para o topo da torre. Assim que entramos, pude ver de longe as diversas cores que o mar ia tomando em meio ao pôr do sol.
A torre tinha um espaço  pequeno. Logo à  frente havia uma grade feita por barras metálicas.
Corri até  ela e subi em uma das barras para ver tudo aquilo mais de perto.
Ouvi a risada de Kotaro atrás de mim. Ele estava realmente se divertindo com o meu entusiasmo.
Olhei para o céu  e admirei algumas estrelas que já  estavam a aparecer.
As ondas do mar estavam serenas e o vento estava calmo.
Abri levemente um sorriso bobo.
-  É tão lindo... - Deixei um suspiro escapar.
Ele riu novamente e subiu nas barras, ficando ao meu lado.
- Não  é?! - Sorriu, gentilmente. - Eu gostava de vir aqui sozinho pra pensar. Mas as coisas ficaram extremamente solitárias e eu parei de vim.
- Solitárias? - Perguntei.
- É. Eu te disse... Eu não  trago qualquer um aqui.
Acontece que quase ninguém é importante para mim. Então... Eu guardo tudo isso pra mim.

Olhei para ele.
- Kotaro... Você  também se sente só?

Ele demorou para responder, e riu.
- Quer mesmo falar disso?

Assenti com a cabeça.
- Você  nunca me falou da sua família. Eu... Eu quero saber mais sobre você! - Pedi, murmurando.

- Bem... - Desceu das barras. - Minha mãe  se chama Alita Ichimura e meu pai se chama Uta Koukai. Herdei o sobrenome do meu pai então meu nome completo é  Kotaro Koukai Ichimura. Eles se divorciaram quando eu tinha onze anos por um motivo que não  se deram o trabalho de me dizer qual foi. Na época eles lutaram pela minha guarda na justiça, mas quem ganhou foi o meu pai por ter um rendimento melhor. Desde então, nunca mais vi as caras da minha mãe. - Explicou tudo, calmamente.
- Ela não telefona nem nada? - Perguntei.
Ele negou, com indiferença na expressão.

- Nossa... Já  faz tanto tempo... Que tipo de mãe fica seis anos sem se falar com o filho? - Perguntei  a mim mesmo.
- O tipo que não  nasceu pra ser mãe. - Respondeu ele.
- E o seu pai? Onde ele está? - Indaguei triste.
- Atualmente ele está casado com outra mulher e já tem dois filhos com ela. Ele deixou o apartamento na minha mão  pra eu cuidar de tudo. Só aparece de vez em nunca para deixar uma grana pra eu poder me virar aqui sozinho. - Desatou um suspiro.

- Caramba... Quando eu me sentir triste, vou lembrar da sua vida e aí  irei me sentir melhor. - Brinquei, ele riu.
Desci da barra e caminhei em sua direção.
- Então sair por aí brincando com corações foi o jeito que você  arrumou de aliviar o estresse? - Sorri.
- Basicamente. - Ele devolveu o sorriso. - Mas não  preciso mais disso. Porque agora eu tenho você.

Olhei sério para ele.
- Kotaro, vou esclarecer algumas coisas. - Cruzei os braços. - Estou pensando sériamente em te dar uma chance, mas não  posso fazer isso a não ser que você me ajude com uma coisa.

Ele deu um passo a minha frente com um sorriso sarcástico.
- O quê quer que eu faça?

Franzi a testa.
- Escuta... Assim como você  quer me tirar da minha prisão, eu também quero te tirar da sua. Mas você  precisa me deixar entrar, entende? Não posso te dar uma chance sem te conhecer de verdade antes.
Você  é sempre tão  fechado quando se trata de seus assuntos particulares. Olhe bem como está essa situação... Você  sabe quase tudo sobre mim, mas... o quê é que eu sei de você?  Se abra um pouco mais pra mim. Me dê uma chance de te tirar dessa sua solidão... - Estendi minha mão  para ele. Kotaro ficou cerca de dez segundos fitando fixamente a minha mão, como se sua vida dependesse daquilo.
Abruptamente, ele me puxou pelo pulso. Tombei em seu peito com a força  que ele usou.
- Ah Ayu, você é tão... - Kotaro deslizou a ponta de seu nariz em meu pescoço e subiu até minha orelha. Me arrepiei dos pés a cabeça.
- Então vamos fazer o seguinte... Eu te dou uma chance e você  também  me dá  uma, que tal? - Sussurrou com sua voz rouca em meu ouvido.

- T-Tábom... - Concordei torcendo o pescoço.
- Então... Você aceita mesmo namorar comigo? - Perguntou um pouco incrédulo.
Eu o encarei.
- Kotaro, juro por Deus que se você  não  me levar a sério eu vou te dar um pé.

- Isso foi um "sim"...? - Arqueou uma das sobrancelhas.
- A-acho que foi... - Balbucei, constrangido.
- Ótimo... Então, quer dizer que agora eu posso te beijar sem você fazer drama?

- Quanto a isso... Só  não  faça  em público, caso o contrário eu também vou te dar um pé! - Virei os olhos.
- Tudo bem. Vou te levar a sério e não  vou te beijar em público. Mais alguma coisa? - Ele riu, achando graça.
- A-acho que não...
- Ótimo. Olha só que sorte a minha... Não  estamos em público agora.

Envolveu seus braços em torno de mim.
Sua respiração estava ofegante. Kotaro encarou minha boca tão  fixamente,  parecia até que eu era a sua presa e ele estava pronto para me devorar.
Me acanhei um pouco, colocando as mãos em seu peito.
- Ei... Não  tenha medo de mim, não precisa tremer assim. Não  vou te morder... A não  ser que você queira. - E me jogou um olhar malicioso.
- E-eu não  sei o que fazer...
- Shhh... Deixe tudo comigo... - Sussurrou. Dizendo isso, ele aproximou seu rosto e uniu nossos lábios.
Pensei que ele seria bruto como da última vez, mas não. Kotaro foi extremamente gentil e delicado.
Ele esperou com calma que eu desse liberdade para ele aprofundar o beijo. Abri minimamente minha boca e foi o suficiente para que ele fizesse isso.
Uma de suas grandes mãos deslizou até minha nuca e pressionou mais meu rosto contra o seu. Desatei um gemido.
Ele riu com aquilo, mas não  cessou o beijo.
Nossas línguas se moviam de forma lenta, mas logo, Kotaro começou a arfar em busca de ar, e eu também.
A este ponto tudo em volta não  passava apenas de um borrão para mim e
minha sanidade já  tinha ido para o espaço.
Envolvi meus braços em torno de seu pescoço, entrelaçando os dedos em seu cabelo, bagunçando-o completamente.
- Kotaro temos que voltar...
Avisei acariciando seus fios negros.

- Só mais um pouco... - Mordiscou gentilmente meu lábio inferior. Começou a distribuir beijos pelo meu pescoço e então  me levantou do chão,  me colocando em seu quadril.
Me segurei em seu pescoço para não cair. Ele apoiou o dorso das minhas costas nas barras metálicas da grade. Lentamente,  deslizou as mãos para dentro de minha camiseta,  tocando minha pele.
Desatei outro gemido.
- Kota...ro...
Ele retornou em meu pescoço, desta vez com mordidas fortes. Logo voltou para os meus lábios e me beijou, afoito, seguro do que fazia.
Arranhei suas costas em meio aquilo tudo.
- É sério... Vamos voltar... - Pedi.
Ele mordeu novamente minha boca e colou os lábios em minha orelha.
- Vou parar agora, mas da próxima vez eu não paro, nem que você  me implore. - Dizendo isso ele a mordiscou.
Estremeci com sua ameaça.

Ele me desprendeu de seu quadril e me colocou delicadamente no chão, sorrindo.
- Brincadeira. - Riu, beijando minha testa e me puxando pela mão, nos tirando dali.

(...)

Your Last First Kiss (YAOI ♡)Onde histórias criam vida. Descubra agora