07 - Sequestro

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Lucy foi abordada, colocaram um saco preto em sua cabeça. Lucy tentou se rebater e gritar por ajuda, mas ninguém aparecia ou ninguém queria ajuda-la.

Amarraram com cordas as mãos dela, levantaram Lucy e carregou-a até o porta-malas de um carro.

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Lucy ficou aterrorizada. Estava sendo sequestrada. Ela era inteligente, deduziu o que iria acontecer a seguir. Era óbvio que não planejavam deixa-la viva, seus sequestradores nem se importaram em esconder seus rostos. Estava amarrada, não conseguia tirar o saco preto da cabeça. Tentava gritar, mas nem isso conseguia direito. Ficou até mesmo com dificuldade de respirar. Se rebatia no porta-malas o máximo possível, alguém precisava ver o que estava acontecendo.

Mas foi tarde demais. O carro tinha parado de se locomover. Pelo jeito, haviam chegado onde os sequestradores queriam. Lucy não fazia ideia o quão longe estava de sua universidade. O tempo passa de maneira diferente quando se está amarrado, então não saberia dizer se estava dia ou noite.

Ela ouviu passos vindo em sua direção. Pelo jeito era seus sequestrados, quem mais poderia ser?

Um deles abriu o porta-malas e a puxou para fora do carro.

— Não grite, que vai ser pior! — Ameaçou.

Empurrou Lucy para dentro da casa, e jogou-a no chão, coisa que já estava acostumada, o mesmo cara, tirou o capuz de Lucy. Notou o ambiente ao seu redor, estava em uma garagem vazia, sem carro, sem luz, apenas ela junto com 5 homens. O garoto de sua sala, ( Lucy não lembrava muito bem o nome dele, tinha quase certeza de que era Howard ) segurava uma pistola .38 semi-automática e apontava para ela.

Lucy se ajoelhou, chorava e implorava para não a matarem, mas Howard apontava friamente aquela pistola à seu rosto.

— Pare de resmungar, desgraçada. — Gritava Howard. Lucy estava aterrorizada, não era um blefe, ele estava com um olhar cheio de ódio, não hesitaria em atirar. — Muito fácil. — Abaixou a arma, e apontou para dois de seus capangas e fez um sinal apontando à porta.

Esses dois saíram, e logo voltaram trazendo uma pessoa também encapuzada. Ajoelharam o indivíduo com brutalidade, e tiraram seu capuz.

Era Bill, o pai de Lucy.

— PAI! — Gritou Lucy — PAI EU...

— SILÊNCIO, PORRA! — Howard deu um tapa no rosto dela, tão forte, mas tão forte que Lucy tombou no chão.

— FILHA! PAREM COM ISS.. — Bill gritava, mas Howard o silenciou com um soco.

Um do capangas de Howard agarrou Lucy e colocou-a de joelhos novamente, enquanto ele apontava a arma para Bill agora.

— Últimas palavras?

— PAI! NÃO FAÇA ISSO! — Lucy chorou e berrou o mais alto possível. Bill estava chorando também, mas não tão escandaloso quanto Lucy.

— Filha... Eu sei que você sabe... Mas eu.. Eu te amo, querida! Você e sua Mãe.. são as únicas coisas importantes para mim...

Howard atirou sem ao menos ele terminar de falar.

— NÃOOOOOOOOOOOO! — Lucy gritou tão alto que escorreu uma gota de sangue da sua boca.

O projétil atravessou a têmpora de Bill, e saiu do outro lado da cabeça. Gotas de sangue voaram para todas as direções, enquanto o corpo de seu pai caía no chão, sem vida.

Howard junto com seus comparsas, saíram daquela garagem, deixando Lucy sozinha com seu pai morto.

— Pai... Me desculpe... — Ela disse se arrastando até ele.

Ela estava triste, óbvio, Lucy tinha que escapar daquele lugar, não queria deixar seu pai sozinho, mas estava com medo de ser a próxima vítima. Ela não poderia levar consigo um cadáver, nem sabia onde estava. Teve que fazer a coisa mais difícil da sua vida, deixar seu pai caído naquele lugar desconhecido.

Encaminhou-se até a porta do local,  olhava pelo vão se eles estavam voltando. Pelo jeito não havia ninguém do lado de fora.

Pode ser uma armadilha.

Primeiro tinha que tirar aquela corda de suas mãos. Esfregou na maçaneta até o nó rasgar. Porém ainda havia outro problema, como sairia dali?

Não tinha nenhuma janela. Apenas uma porta, que por sinal, estava trancada.

Ouviu barulhos de passos se aproximando. Howard e os outros estavam voltando, só que agora estavam em 4.

Faltava um.

Eles estavam chegando na porta, Lucy não sabia o que fazer.

Voltou para perto do corpo de seu pai, e ajoelhou onde estava anteriormente. Evitava olhar para ele, iria se desesperar de novo.

Howard abriu a porta com um sorriso no rosto. Todos voltaram para dentro da garagem como se nem tivessem saído antes. Ele caminhou até Lucy com a arma balançando na mão. Um conjunto de chave estava em sua outra mão. Uma delas era a da porta, Lucy percebeu claramente uma que se destacava.

Howard estava ao centro da garagem resmungando alguma coisa. Lucy nem prestava atenção, estava com a atenção focada na porta que eles esqueceram de trancar.

Tinha que fazer aqueles outros 3 saírem de frente da porta. Então, ela poderia fugir.

Mas e depois?
Vou fugir correndo até minha casa? Eles vão me alcançar.

Lucy tinha que fugir com o carro deles. A chave do carro estava na mão de Howard. Lucy notou diferença de uma chave comum para uma de carro.

Então é isso.

Lucy tinha que pegar as chaves de Howard. Tirar aqueles homens de frente da porta. Atrasa-los de alguma forma. E chegar até o carro, antes daqueles homens. Lembrando que ela não podia correr por causa da sua recuperação, mas era o único jeito.

— Ei você! — Chamou o que estava na frente da porta, era um cara gordo que ela já tinha visto, mas não lembrava de onde.

— Não me ignore, garot.. — Dizia Howard.

— Sua baleia assassina.

— O QUE VOCÊ DISSE? — Ele caminhou até Lucy com raiva.

Empurrou Lucy ao chão, e pegou uma faca que estava em sua cintura.

— EU MESMO TE MATO, GAROTA.

Os outros dois saíram de frente da porta e impediam-o de bater em Lucy.

— ME LARGUEM! QUEM VAI MATA-LA, SOU EU!

Lucy pegou as chaves de Howard e o empurrou no chão. Correu o mais rápido possível até a porta.

Um tiro passou ao lado da cabeça dela. Uns tufos de cabelos perdidos, mas ela estava bem. Conseguiu passar pela porta e trancou eles dentro da garagem.

Mas não tinha acabado ainda.

Estavam 4 presos, havia mais um solto. E ele estava do lado de fora, vigiando o perímetro, pelo visto.

— Ei! — Ele não teria percebido Lucy, se Howard não estivesse gritando feito um louco. Lucy correu o mais depressa possível pro carro, com um homem a seguindo. Sorte que ele estava muito longe dela, e não estava armado, graças a isso, Lucy chegou ao carro primeiro.

Abriu e fechou a porta com pressa, colocou a chave na ignição e começou a dirigir.

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