03 - O Policial

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Tantas coisas acontecem em tão poucos segundos. Lucy gritou e deu um tapa na caixa que caiu no chão. Estava com falta de ar, seus pulmões pareciam ter se fechado e não conseguia respirar, forçava e forçava e nada do ar voltar ao normal, entrou em pânico, enquanto sua mãe gritava, ela desmaiou em cima de Lucy, e Bill, que se desequilibrou, tropeçando em um banco no canto do quarto e caindo no chão. Ele também estava com dificuldade para respirar, até mesmo acabou vomitando quando olhou novamente para a caixa caída no chão.

Lucy tremia, o cheiro impregnava o local, aquele cheiro de defunto e de podridão misturado com sangue. A visão dela começou a ficar embaçada, estava tonta, sua cabeça girava e sua mente entorpecida, então desmaiou igual sua mãe.

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Lucy acordou com uma chacoalhada, sua mente estava lenta, e seus sentidos fracos, sua mãe a abraçava com força, em prantos. A primeira coisa que percebeu foi que não estava mais em seu quarto, estava sentada em uma cadeira de rodas na entrada do hospital. Havia duas viaturas estacionadas em frente à porta do prédio. Lucy lembrou do que tinha visto e novamente entrou em pânico, empurrou sua mãe se livrando dos braços dela e levantou apressada e correu para dentro do hospital enquanto Marie gritava por sua filha.

Não conseguia correr que nem uma pessoa normal, até porque estava com a perna machucada, mas mancou o mais rápido possível, querendo rever a cena que se lembrava, se certificar que não estava sonhando.

O hospital estava vazio, contendo apenas um policial de costas para ela, conversando em um rádio transmissor. Lucy estava cansada de correr, ela tinha que ir ao seu quarto urgente. Até se tocar de que não sabia onde era. Não tinha saído do quarto nesses dias internada, e quando Tommy a levou, estava desmaiada, então não sabia o caminho.

O corredor era bem grande, o guarda estava na frente do balcão da recepção. Atrás, havia outro corredor e continua uma placa escrita:

Quartos 1-20

Lucy seguiu por esse caminho, não fazia idéia de quantos quartos haviam, então não poderia visitar todos. O corredor era divido em esquerda e direita, de números ímpares à pares. Lucy tentava se lembrar de quando estava deitada, qualquer pista que indicasse o lado do quarto. Não podia ficar ali parada ou o guarda poderia vê-la. Se apressou e mancou até o quarto mais próximo, estava aberto e Lucy procurava a cena que tinha visto antes de desmaiar, mas não havia nada, pelo menos não naquele quarto.

— LUCY! — Conseguiu ouvir a voz de sua mãe gritando.

A voz de Marie estava muito perto, agora se encontrava conversando com o segurança que Lucy encontrara à poucos segundos atrás. O mais rápido possível, tentou chegar ao próximo quarto mas desta vez, um policial esbarrou nela que a fez cair no chão.

— O que está fazendo aqui, senhorita, isso é uma cena de crime! — Resmungava.

Lucy não conseguia se levantar, estava muito cansada, apenas olhou para o homem parado em frente a porta. Seus olhos eram azuis e dava a ele uma aparência medonha quando gritava, mas não foi isso o que chamou a atenção. Atrás dele, estava seu quarto.

Tinha 3 policiais na parte de dentro, incluindo mais um contando com o da porta. Um deles, segurava uma das caixas nas mãos, e na outra, algo que parecia um pulmão humano.

O homem da porta percebeu que Lucy estava olhando o que não deveria, e fechou a porta do quarto, ambos ficando ao lado de fora. Ele agarrou Lucy pelo braço e a colocou em pé no mesmo instante em que sua mãe se posicionou atrás dela. Marie colocou o braço em torno do pescoço da filha, e a puxou para fora se desculpando pela invasão.

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