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Olá pessoinhas! Tudo bom?
Aqui está a att prometida. Eu queria ter postado mais cedo, mas dei um jeito de torcer meu tornozelo. O que complicou um cadim as coisas haha
Se você está gostando da história, ñ esqueca de votar e deixar um comentariozinho. Estou lendo todos e eles me deixam super inspirada! Muito obrigada. :D O capítulo 4 já está sendo escrito.
Espero que gostem e boa leitura!


Minha confiança durou exatamente três quarteirões.

Quando ela fraquejou, a raiva a substituiu e me fez continuar andando apesar de eu sentir bolhas horrendas se formando e estourando nos meus pés.

Ele passou a noite inteira comigo. A NOITE INTEIRA só para tentar me fazer baixar a guarda e confessar que meu casamento não passava de um acidente. Lá pelo quinto quarteirão eu me perguntava se não seria ele quem tinha arranjado tudo para que o Tony aparecesse, afinal de contas era sua festa. Ouvi alguém assobiar e olhei ao redor procurando a fonte, pronta para soltar toda a minha raiva em cima do azarado. Não encontrei, e voltei a andar ainda mais irada. Ouvi de novo o assobio e me perguntei o que aconteceria se eu tacasse um sapato na cabeça de alguém em Veneza. Eu iria presa?

— Principessa! — Dessa vez o assobio veio acompanhado do chamado. Aquela parte da cidade era mais alta, então eu não conseguia ver a água de onde estava. Caminhei até a ponta da calçada, para encontrar um grande sorriso do meu gondoleiro preferido metros abaixo. — Precisando de carona?

Amém. Eu estava salva.

Precisei descer uma escada para chegar até o nível da calçada onde ele estava. Ele havia me seguido por vários metros até que eu o ouvisse, pois havia achado estranho eu estar andando sozinha por aquela parte da cidade. Uma gracinha. Quando chegamos ao hotel, eu pedi para que ele passasse na recepção como havia feito das outras vezes e cobrasse a viagem, mas ele não aceitou, dizendo que aquela era por conta da casa. Me despedi com um "Grazie" desajeitado, que eu tinha acabado de aprender.

Entrei no hotel pelo restaurante, fingindo não perceber as cabeças se virando na minha direção. Eu não via flashes, mas tinha certeza de que as fotos da minha aparência naquele momento estariam na edição noturna da vaca televisiva – a.k.a. Kateleen. Só quando cheguei ao meu andar me dei conta de que havia saído sem o cartão, e me vi apertando a campainha da suíte. Passos rápidos se aproximaram, e logo a porta estava escancarada. Eu não sabia se Alec parecia mais furioso ou aliviado quando soltou um palavrão em forma de suspiro. Ele não disse mais nada, apenas agarrou meu braço e me puxou para dentro, fechando a porta atrás de si e me soltando na mesma hora.

— Onde raios você se meteu? Eu quase chamei a polícia. — Eu não tinha pensado no que dizer, então optei pela verdade por falta de opção melhor.

— Eu fui atacada. — Respondi, com as mãos em punhos ao lado do meu corpo. Seus olhos se ampliaram, mas ele não disse nada, apenas esperou que eu continuasse.

O problema era que eu não queria continuar. Falar daquilo me fazia me lembrar das mãos do Tony em mim e faziam minha cabeça rodar, mas seus olhos me diziam que ele ainda estava esperando. Ele não tentou me apressar, e eu o agradeci mentalmente. Eu respirei fundo algumas vezes, procurando as palavras certas. Eu teria que explicar quem o Tony era, e que eu não fazia ideia de como tinha aparecido ali, e pior, que eu suspeitava que talvez o irmão dele o tivesse trazido. Desviei meu olhar para os meus sapatos. As bolhas que haviam se formado ao decorrer da noite tinham todas estourado e agora coloriam meus Jimmy Choos brancos com pequenas manchas vermelhas.

De repente, seus braços me envolveram e foi o fim. Os acontecimentos da noite caíram todos sobre mim deixando meu corpo mole. Agora tudo o que me mantinha de pé eram seus braços. Tony, a água, a manipulação do Adam, meus pés. Antes que eu me desse conta, eu já estava chorando. Ele me ergueu em seus braços e a próxima coisa que eu sabia era que estava sendo depositada no centro da minha cama. Achei que ele sairia quando foi até a porta, mas diferente do que eu imaginava, ele a fechou e ficou, se sentando ao meu lado, na cama, mantendo certa distância. Respirei algumas vezes, tentando retomar o controle sobre minhas emoções, mas as lágrimas não pareciam com pressa para parar.

Ele Não É Meu Milionário - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora