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New York, 08:40am
P.O.V. Camila.
Acordei com os raios de sol invadindo meu quarto e me xinguei por ter esquecido mais uma vez de fechar as cortinas antes de dormir, claro que a condição que eu estava não favorecia em nada que eu lembrasse disso. Para despedir das férias da melhor maneira possível, eu e Harry resolvemos dar mais uma festinha em nosso apartamento, uma festinha que começou em um nível agradável e acabou saindo totalmente do controle durante a madrugada, não sei como os vizinhos não chamaram a policia pra gente.
Nota mental: Eu e Harry temos que parar de dar festas assim ou seremos expulsos do prédio em que moramos.
Percebi que não ia conseguir voltar a dormir, deixei minha cama e fui para o banheiro, abri a torneira permitindo que uma ducha de água quente caísse sobre mim, relaxando todos meus músculos, alguns que eu nem imaginava ter, mas que estavam realmente doloridos por conta da dança em que me envolvi durante a noite toda.
Hoje eu voltava para a faculdade e querendo ou não eu precisava estar preparada pra tudo, mais um período, mais trabalhos e provas, mas apesar disso tudo eu estava muito animada, estar fazendo o curso que eu sempre quis e na faculdade que eu sempre quis, já era uma coisa a comemorar. Antes de começar Belas Artes na Columbia, meu pai queria que eu seguisse seus passos e fizesse Direito. Senhor Alejandro é um homem muito bom, mas não via beleza em muitas coisas que não fosse o dinheiro.
Logo após meu banho percebi que Harry ainda estava dormindo e resolvi que era hora de acorda-lo, esse menino já tem síndrome de médico e vive atrasado pra tudo, então é bem provável que ele já tenha perdido a primeira aula do dia. Acordei-o da forma mais carinhosa que podia.
Sou completamente apaixonada pelo meu amigo, ele sempre me deu força e se mostrou meu salvador. Ao ter uma conversa com meus pais sobre minha vinda para Nova Iorque, eles sabem exatamente o jeito louco de Harry conduzir a vida, mas sabem que ele é extremamente responsável com o que precisa. Nós fomos criados praticamente juntos já que meu pai e Dr. Styles, ou melhor, tio Des, são ótimos amigos, pelo o que sei desde a época em que meu pai fez a defesa de tio Des.
- Harry! Harry! – fiz um carinho sem sua bochecha e falei mais forte – HARRY!
Harry acordou, abriu os olhos, grunhiu de dor e fez o que sempre faz, procurou seus óculos de sol. Por estar acostumada com esse Harry pós-festa, já estava com um copo d' água e um analgésico para ele.
- Hey – ele disse meio sem saber onde estava
- Parece que as 11 doses de vodka te renderam uma grande dor de cabeça, ou será que foi o whisky?
- Camila, por favor, não fale de bebida tão cedo comigo. – eu apenas concordei com a cabeça – Espera! Que horas são?
- São nove e meia e... – ele me interrompeu aos berros
- PUTA QUE PARIU, CAMILA. EU JÁ ESTOU ATRASADO E É SÓ O PRIMEIRO DIA!
Comecei a rir do desespero do meu amigo que tentava se arrumar as pressas. É aquela coisa, rir da desgraça alheia não da certo, recebi o troco da vida naquele exato momento, estava rindo de Harry com um sapato calçado e outro na mão enquanto saia pela porta, senti aquela pontada na cabeça, aquela que me fez lembrar perfeitamente o porque de começar a me controlar na bebida. Eu precisava mudar minha vida, mas só faria isso depois da festa de recepção da faculdade.
Aproveitei mais um tempinho no apartamento e então fui pra faculdade, apesar de ter aula só após o horário do almoço, estava ansiosa para ver Ally, Normani e Dinah, estava louca pra saber de todas as novidades das férias. Conversar por mensagem não tem a mesma graça que conversar pessoalmente.
Assim que encontrei minhas amigas recebi um abraço super carinhoso de Ally, aquela baixinha era um amor, se eu pudesse colocava ela na minha estante, com as perninhas balançando. Abracei Normani e pude entender porque homens e mulheres caem aos seus pés, o corpo da minha amiga é um escândalo e claro que não evitei de fazer piadas quanto a isso. Não sei se foi impressão minha, mas notei Dinah revirando os olhos para os meus comentários e percebi que ela e Normani estavam estranhas entre si, mas preferi deixar para conversar sobre isso quando estivesse sozinha com Dinah. Pulei no colo de DJ, eu amo muito as meninas mas eu e Dinah temos uma conexão diferente, desde que a vi no primeiro dia de aula já me identifiquei e hoje não nos separamos mais.
Fomos gastando o tempo por ali até que eu e Dinah tivemos que deixar as meninas pra seguir pra classe.
- Cheechee, o que está acontecendo entre você e Normani? – senti Dinah me olhar meio receosa
- Não está acontecendo nada, Chancho, tá tudo certo.
- Você está certa disso?
- Sim! – ela estava mentindo, respostas curtas não pertencem a Dinah Jane que eu conheço
- Vou aceitar suas respostas por enquanto, mas essa conversa ainda não acabou.
Agarrada ao braço de minha amiga segui meu caminho. Tudo ia bem, até que levei uma pancada forte, uma trombada que quase me jogou no chão, fato impedido por uma Dinah com um ótimo reflexo me segurando. Quando procurei o que tinha me atingido encontrei olhos lindos me lançando um olhar de preocupação.
- Desculpa! Sério... Qual seu nome mesmo?
- Me chamo Camila e fica tranquilo, está tudo certo! Você está bem, é...?
- Louis! Estou bem sim e desculpa mais uma vez! Bom, tchau, até mais!
Apesar da dolorida situação achei o rapaz extremamente fofo e senti uma coisa diferente quanto a ele, não sei, mas algo me dizia que ele entraria na minha vida dali pra frente. Segui com Dinah para a classe e então começamos verdadeiramente o período.
- Boa tarde turma! Montem duplas, trabalho para a próxima semana!
Lá vamos nós.

Blue Neighbourhood   L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora