Herdeira Drácula

019

Aurora Vallahar

Ele tomou um banho e vestiu uma calça jeans rasgada, uma camisa branca e um coturno cor mostarda. Andava de um lado para o outro observando ele sair da casa de banho e caminhar até sentar na alfomada no chão, me sentei ao lado dele e o abracei. Seus braços envolveram a minha cintura e por uma fração de segundo eu quis despi-lo.

- Eu finalmente te encontrei, sabe o quanto me deixou desesperado ? Achei que tinha te perdido, estava morrendo de saudades. - ele disse com os olhos marejados.

- Também estava com saudades, mas não me esqueci do que você fez. - falei num sussurro.

- Aurora eu te amo! E aquilo, foi Kayla que me beijou, eu juro.

- Nunca são vocês que erram. - disse contendo as lágrimas.

- Eu errei. - disse - Errei por ter dado oportunidade dela falar quando pediu, errei em não ter ignorado ela. Mas por favor, me perdoa ? Eu te amo mais que tudo Aurora.

Assenti e seus lábios encontraram os meus como em dança silenciosa, como se já se conhecessem a anos, nos separamos.

- Temos que fugir. - disse ele.

- Mais como ?

- Eu ainda não sei, mas o prazo que seu pai me deu para encontrá-la acabou.

- E agora ? - perguntei aflita.

- Guerra.

- Consigo controlar a água, elas me obedecerão. - disse.

Uma guardiã e a empregada entraram no quarto com um carrinho com várias bandejas, a janta.

- Majestade. - fizeram reverência e Jaden se pôs de pé.

- O que o prisioneiro faz aqui ? - perguntou a guardiã.

- Eu decidi que o prisioneiro será o meu concubino.

Elas arregalaram os olhos juntamente com Jaden e eu continuei.

- O banquete já está devidamente organizado como eu ordenei ? - franzi o cenho.

- Está quase pronto minha senhora. - gaguejou a empregada

- Então podem ir embora se já falaram tudo o que desejam! - ordenei.

As mulheres serpentes se retiraram e eu levantei a tampa dos pratos no carrinho revelando bastante comida.

- Fique a vontade. - disse pegando um morango, passando no chocolate e comendo em três mordidas.

Ele observava cada movimento meu.

- Achei que tinha morrido.

- Quase.

- Eu estou aqui e prometo que nunca mais vou deixar você ir. - disse deslizando a mão pelo meu braço.

Pegou um morango, mergulhou no chocolate e colocou na minha boca, mordi um pedaço e ele o resto. Envolvi minhas mãos em seu pescoço e o puxei selando nossos lábios, ele me deitou no chão e passeou suas mãos na minha cintura. A porta se abriu e paramos imediatamente ficando na mesma posição, virei a cabeça e vi uma das guardiãs vermelha e sem graça, mordi o seu lábio levemente e puxei para mim, levantei e ele se ajeitou continuando a comer enquanto eu ia até a guardiã.

- Sim ?

- A festa teve de ser adiada.

- Motivo ?

- A região está sendo invadida pelo exército do Rei Vladimir, na frente estão os piores guardiões. - disse.

- Guardiões ? - perguntei.

- Os seis.

Me virei para Jaden sem entender.

- Aria, Annie, Klaus, David, Kayla e... - ele parou indicando o sexto.

- Jaden Valdunn, o pior minha senhora. - a guardiã falou e eu fiquei tensa.

Ainda bem que ela não sabe que o prisioneiro - ou o meu concubino - faz parte dos guardiões.

- O que iremos fazer ? - perguntei.

- As Mogin estão em posição de ataque, apenas esperando as ordens da rainha.

Respirei fundo, meu plano iria ser executado agora.

- Já estou indo. - disse e ela saiu.

- O que vamos fazer ? - perguntei.

Jaden soltou uma pequena risada.

- Iremos fugir, quer mais um morango ?

- Claro meu concubino. - ri.

- Concubino é ? - lambeu meus lábios.

- O melhor. - sussurrei em seu ouvido.

- Porque ? Você tem outros ? - disse indo pegar outro morango e banhando no chocolate.

- Não preciso. - sorri e peguei o morango se suas mãos.

Caminhei em direção a casa de banho me despindo no meio do caminho.

Se eu estava louca ?

Não, e além do mais. Ele é o meu noivo.

E nós já fizemos as pazes.