Herdeira Drácula

08

Aurora Vallahar

Caminhei mais para dentro do bosque sentindo sua presença atrás de mim, eu estava nervosa, porém, não iria demonstrar na frente dele. Continuava a olhar as maravilhas do bosque quando uma mão quente agarrou meu pulso me virando fazendo-me ficar de frente para ele, nossos corpos estavam colados e eu sentia sua respiração no meu pescoço.

- Porque foi embora ? - sussurrou.

- Porque você me irritou! - respondi.

- Não foi minha intenção, desculpe. - assenti me virando para ir embora mais ele me puxou e passou seu braço pela minha cintura me prendendo.

- O que pensa que está fazendo ? - perguntei arfando.

- Eu não sei. - ele sussurrou no meu ouvido fazendo-me arrepiar por completo.

Meu corpo tremia quando ele nos afastou e segurou minha mão entrelaçando na sua.

- Vamos voltar. - assenti, estava completamente sem palavras.

Eu realmente ia ficar louca se ele continuasse assim, minha cabeça girava e minha visão estava a escurecer em pequenos pontos. Fechei os olhos com força e abri novamente, minha visão ficou turva e eu senti mole, meu corpo desabou e a única coisa que eu ouvi foi um grito a me chamar.

⚜

Acordei com mãos mexendo na minha perna, estava escuro e eu não enxergava um palmo na minha frente, por um momento eu achei que estava de volta no orfanato e tudo que eu tinha vívido fora um sonho.

- Sra. Bee ? - perguntei com a voz embriagada, segurava ao máximo o choro.

- Não. - falou a voz rouca e eu sorri.

Involuntariamente agarrei o que achei que fosse seu pescoço em um abraço estranho, suas mãos voaram para minhas costas me contornando. Suspirei, ele era quente, e eu estava com uma sensação tão boa que se possível me fundiria a ele. Ouvi um "click" e a luz se acendeu revelando Sr. Vladimir e Mira na porta do quarto, Mira estava com um sorriso enorme enquanto Sr. Vladimir estava carrancudo.

Me soltei instantaneamente e olhei para ele, ele havia vestido uma camiseta preta que ainda deixava bem seus músculos a mostra.

- O que estão fazendo ? - Sr. Vladimir perguntou.

- Eu estava abraçando ele... - murmurei.

- E você acha correto ? - perguntou irritado.

Eu sinceramente não estava entendendo nada, eu só havia abraçado ele! Não tinha porque ele ficar zangado.

- Vlad amor! Eles estavam apenas se abraçando! - Mira se pronunciou.

- No escuro Mira ? Por favor!

Jaden se levantou e fez uma reverência para Sr. Vladimir que assentiu.

- Senhor, eu não tenho intenção de acasalar com sua filha antes do casamento.

Olhei torto para eles.

Casamento ?

- Porque acha que depositarei minha confiança em você ? - perguntou.

- Meus anos de servidão não são suficientes ?

Vladm-- eu vou chamá-lo apenas de Vlad para encurtar.

Vlad o olhou como se estivesse sondando sua alma e depois assentiu e saiu com Mira, que antes sorriu para mim e eu retribui. Ele veio em minha direção e eu estava sentada na cama.

Ele sentou na beirada da cama como estava antes e nos encaramos.

- Casamento ? - perguntei.

Sua boca formou uma linha dura como se estivesse impedindo algum segredo de escapar. Arregalei os olhos em busca de alguma resposta e ele abaixou a cabeça.

- Vai me dizer ou não Jaden ? - perguntei.

- Eu pedi sua mão em casamento. - começou.

- O que ? - gritei e ele tampou minha boca e continuou.

- E seu pai aceitou, - fiquei calada - diga alguma coisa, por favor. - pediu.

C a s a m e n t o ?

- Por que fez isso ? Só tenho 17 anos Jaden!

- Quando eu te vi no carro, eu senti algo diferente, que eu nunca tinha sentido quando via uma mulher na minha mocidade. Eu sabia que era você com quem eu queria passar o resto da minha vida, dar-lhe minha vida por você. E antes do almoço eu pedi sua mão ao seu pai, e ele aceitou, quando você entrou no meu quarto eu estava pensando em te contar. Mas aí você me viu... - corei - E bem, saiu correndo, eu te gritei mas parece que você não ouviu. No almoço eu ia te contar mas não tive a chance e quando eu fui para o bosque pensar em você, - ele segurou minha mão - você apareceu. Eu ia te trazer de volta e te contar mais você desmaiou e acordou agora.

- Casamento. - repeti para mim mesma devagar.

- Se você não gosta de mim eu posso desfazer o laço de casamento. Eu só... - o cortei.

- Não! - quase gritei e ergueu uma sobrancelha, me concentrei para continuar - E só que, podemos continuar eu só fiquei meia surpresa quer dizer... Eu gosto de você, você é meio esquisito e tal. Mas isso é bom eu só, é que, eu não sei.

- Posso beijar sua bochecha ? - ele perguntou tímido.

Oh, eu nunca tinha visto ele tímido, que lindo que ficava.

- Sim. - sorri.

Ele se inclinou e beijou demoradamente minha bochecha.

- Te espero no jantar. - disse e saiu me deixando perplexa.