Mean Girls

boo, you whore!

Pela terceira vez no dia, sentada no meu enorme sofá cheia de pipoca e um litro de coca-cola, cá estava eu.

Minha rotina dos fins de semana eram sempre as mesmas: dormir por três horas, fazer as tarefas da escola e ver pelo menos quatro vezes Meninas Malvadas.

Podia ser o ano que for que esse filme nunca perderia a graça para mim, era simplesmente perfeito.

Na verdade, é.

“You can't sit with us”

Queria dar uns tapas na Regina e nas seguidoras vadias dela. Regina também é, claro, eu a odeio. Só que não podemos negar o fato da mesma ser a mais gostosa desse filme, por Deus e Jesus!

Saias curtinhas como sempre, saltos, tops, casacos... tudo rosa! Menos as saias, às vezes.

“Why you are so obsessed with me?”

- Cadela! – joguei pipoca na televisão, e ri com minha idiotice.

Como a pipoca já estava acabando, fui até a cozinha fazer mais (as de micro-ondas, claro). Não me importei de pausar o filme, eu ia voltar cada segundo mesmo, mais trabalho para a Laurenzinha aqui.

Ouvi alguns barulhos de porta e deduzi que seriam do filme, mas ao longo dos segundos foi ficando mais forte e alto.

Ok, isso é estranho. Estranho pra caralho.

Peguei um facão de carne que estava em cima da mesa, fui em passos lentos e na ponta do pé seguindo o barulho que queimava minhas orelhas. Alguém estava dando uma festa na minha casa e eu não sabia? Ou até mesmo transando.

O barulho foi intensificando, ele vinha do meu quarto. Fudeu, é algum ladrão que subiu pelo telhado.

Sem pânico Lauren Jauregui. Sem. Pânico.

Suspirei e dei um chute na porta do meu quarto para pegar o trombadinha de surpresa, mas pela minha SURPRESA não tinha merda nenhuma.

Ué, mas os barulhos continuavam de uma forma incessável. Agora vinha debaixo da minha cama. Jesus, é o bicho-papão! É hoje que eu morro nesse caralho e ainda nem perdi minha virgindade para uma garota de 17 anos.

Me abaixei devagar ainda com o facão K-47 (piadas à parte) e tinha uma porta naquela porra.

Ok, eu esperava tudo menos uma porta rosa toda enfeitada com flores.

Fui até o banheiro do meu quarto vulgo o único e liguei a torneira da pia, peguei um pouco de água e joguei no meu rosto.

- Isso que dá ficar assistindo Meninas Malvadas o dia todo. Credo Lauren, faz algo da vida – falei comigo mesma

Voltei até minha cama e empurrei ela para que eu visse a porta com precisão, parecia coisa de outro mundo.

Acho que estou sonhando em um sonho.

Subi na porta, que era deitada e tentei abrir de todas as formas e o resultado foi fail. Como esperado, essas coisas do diabo ou seja de quem for tem que ter código.

- Abracadabra? Alakazam? – sem sucesso, mas que porcaria – Olha aqui, você abre agora por que tenho que terminar Mean Gir...

E a porta se abriu. A única coisa que vi foi uns brilho rosa e eu caindo numa grama macia.