Capítulo 11

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De tanto cansaço e preocupação,  tiro um cochilo rápido, felizmente sem nenhum incomodo, algo inesperado  depois de momentos de aflição. Um tempinho de relaxamento,  nem sequer recordações da noite anterior tomaram conta de mim e nem estou arrependida de nada feito.

- Pypa o almoço já está na mesa.-A Atalli me acorda, interrompendo um momento de descanso profundo.

Ignoro a mensagem e continuo dormindo.

POV Rossy

A Pypa é uma  pessoa sem noção, admito que a noite foi bem passada mas com covardes, nem sequer souberam nos despedir e a Pypa queria que eu fizesse algo com o tal de Woulter.  O bom é que sou muito diferente dela, assim só me arrependo de ter passado a noite fora de casa. Agora me encontro aflita, com medo de entrar em casa e com a uma história mal contada para recontar os meus pais. E não tenho contacto do guarda, o Nelson, para abrir o portão, porque tocar a campainha estaria chamando muita atenção da casa, e prefiro entrar sem delongas assim vivo a melhor realidade sem problemas.
Por coincidência o Nelson está no jardim com o jardineiro, e o chamo sem deixar pistas.

- Nelson, Nelson... - Ele estava tão distraído com a conversa mas o jardineiro conseguiu romper a conversa e fez um gesto para o Nelson apontando para mim.
- Menina Rossy. - Ele falou vindo ao meu encontro.
- Bom dia Nelson !
- Bom dia.
- Meus pais? Estão em casa?
- Eles saíram, e o seu pai acordou arrogante hoje não percebi porquê. - Falávamos eu ainda do lado de fora.
- abra a porta Nelson, saíram à muito tempo?
- Sim, se não me engano a umas 03h atrás
- Que horas são agora? Me encontro desnorteada.
- 11h 28min
-Obrigada Nelson! E se por acaso meus pais perguntarem a que horas cheguei, diga logo que eles saíram eu estava a entrar em casa .
- Está bem

O Nelson nada sabia mas acredito que irá informar o recado que lhe dei, gosto da maneira dele de ser, ele não é intrometido como a Inês, empregada da minha casa. Entrei a vontade, visto que meus pais não estão, minha mãe é muito religiosa e acabou influenciando o meu pai, logo acredito eu que foram a igreja e daqui a nada estarão de volta e aí sim a aflição me dominará. 
Sou a filha mais velha, tenho dois irmãos mais novos, o Kyle, o do meio e a Kelly, a cassula,  estes que estão sentados na cozinha tomando o seu café servidos pela Inês.

- Bom dia meus amores. -Instalei um beijinho na bochecha  dos dois
- Bom dia. onde você dormiu?? -Perguntou o Kyle todo perplexo
- Estava em casa de uma amiga, porquê a pergunta, sentiu minha falta?
- Eu não,  talvez a Kelly, não tinha com quem assistir essas novelas que vocês tanto se concentram.
- Own,  e você Kelly como está?
- Estou bem, você não saiu comigo porquê?
- Porque o programa era apenas de amigas Kelly, mas da próxima prometo te levar tá bom?
- Espero !
- Está bem, continuem comendo, eu vou tomar banho mas se por acaso pai e mãe chegarem e perguntar a que horas cheguei é só dizerem que cheguei faz tempo okay?
- Só se você me enviar megabytes mensal, por mim tudo bem. - o Kyle sempre com as trocas, e já imagino para quê servem esses megabytes, games, obviamente.
- Está bem Kyle, Inês o recado é para você também.
- Você sabe que minha boca esta sempre fechada... - Aí  a Inês se  engana.

Vou até o meu quarto, e entro directamente na casa de banho, faço tudo rápido porque tudo que queria evitar é de me encontrarem com a roupa do dia anterior e chamar mais atenção. Eu não estou com muito medo, apenas estou triste porque nunca antes saí sem dar alguma satisfação, ou seja, sempre que saio, digo onde vou e onde costumo a estar, mas dessa vez, não sei o que aconteceu mas preferi esquecer até aquilo que é regra de casa.
Faço um banho rápido, uso uma roupa qualquer e calço chinelos. Vou directamente a cozinha porque, estou com uma fome fora do sério, o Kyle e a Kelly já não se encontravam na cozinha mas sim na sala assistindo e brigando como sempre por causa do controlo remoto.  A Inês já havia preparado o café da manhã e já estava preparando o almoço, sentei na mesa da cozinha e me pus a degustar do magnífico pequeno almoço e de repente ouço o portão e um carro entrando, logo pensei nos meus pais, e não sabia o que fazer, se continuava a sentar na mesa da cozinha ou ia ao encontro dos meus irmãos. Quando decidi me retirar da cozinha e pedi a Inês retirar as coisas da mesa e imediatamente fui ao encontro dos mais novos na sala fingindo estar assistindo enquanto estava nem aí para a TV mas sim para eles. Acredito que já tenham perguntado o Nelson ao meu respeito mas voltarão a perguntar o mesmo a Inês.
Dito feito, minha mãe foi quem entrou primeiro e encontrou a Inês na cozinha e a Inês a indicou onde me encontrava.
Minha mãe se aproxima, com um espírito maligno sobre mim.

- Rossy nunca mais faça o que você fez tá bom?
- Desculpa mãe, deixe me te contar o que houve.
- Kyle e kelly,  vão assistir no vosso quarto. Preciso falar com a Ro.
- Tá bem mãe,  mas o decoder está com problemas .
- falem com o Nelson, ele trata disso. As crianças lá se foram, agora, fale apenas a verdade.
- Está bem mãe. Ontem como eu disse à mãe,  estava no shopping com a Pypa quando a Aury ligou para a Pypa, recordando nos da festa surpresa da Cíntia,  eu de princípio não queria ir mas prometeram-nos voltar a casa o mais cedo possível, e sendo surpresa, nós como amigas da Cíntia ficava muito bonito estarmos presente. E fomos de táxi até ao ÍmperShopping bem perto da casa da Cíntia e já estava tarde para voltar a casa, daí decidimos ficar por lá. Ao entrar em casa na manhã de hoje o Nelson disse me que vocês acabavam de sair.
- Teu pai está muito chateado com você, nem tem a coragem de vir ter contigo, te ligamos várias vezes e você nada, filha você não se portou bem, eu sei disso mas eu não vou zangar com você se você me prometer  que não voltará fazer o mesmo tá bom?
- Tá bem mãe,  desculpa.
- Melhor ir ao encontro do teu pai e falar com ele realçar o  pedido de desculpas pelo acontecido. Ele está te isolando, acho que está no quarto, vá até lá.
- Ele vai querer me ouvir ? Tem certeza mãe?
- Sim, já lhe acalmei e a igreja nos ensinou a ouvir sempre e agir com cautela.
- Vou ter com o pai, volto já mãe.  

Meus pais por serem religiosos, são muito compreensíveis diante de uma história bem contada,  mas me falta coragem de ir conversar com meu pai, porque pouco sei o que lhe vem na mente e ele é muito dramático, vai pensar no que poderia ter acontecido comigo,  provavelmente ele pense tudo negativo. Mas se minha mãe me aconselhou a fazer isso não me resta outra opção além dessa. Ganho coragem e bato a porta do quarto dele

- Sim ?
- Sou eu pai !
- Entra
- Boa tarde pai.
- Boa tarde.
- Vim mesmo contar o que se passou na noite anterior
- Se quiser mentir prefiro que não contes
- Não tenho porquê mentir pai, mas imprevistos aconteceram e os mesmos eu assumo que poderia ter evitado de uma ou de outra forma mas como o pai sabe por vezes as influências sobem a nossa cabeça e me deixei levar por elas.
- E quantas vezes eu e sua mãe falamos para você não se deixar levar por influências?  A vida no fundo é individual e se você se basear nas influências você vai se dar mal. Você não nos avisou nada porquê, estava tão ocupada que não deu para atender os telefonemas?
- Nada disso pai, o celular estava na bolsa e a bolsa estava muito longe de mim.
- O que você fez é e sempre será feio, deixar os seus pais desnorteados foi a pior loucura. - Sei . E prometo que nunca mais voltarei a fazer o mesmo
- Está bem, espero. Agora deixe me descansar um pouco porque fiquei a noite toda pensando onde você terá se metido.
- Bom descanso e desculpa pelos transtornos causados.

Meus pais são um mimo em pessoa, lhe instalei um beijo na testa e sai do quarto, deixando lhe descansar. O comportamento deles para comigo me supreendeu. Agora posso descansar tranquila, tudo já está bom na medida do possível , preciso descansar para depois falar com a Pypa e saber como os pais reagiram visto que pais dela são cabeça dura e o pai pior, muito rude e desconfia de tudo e de todos. Entro no meu quarto, carrego o Phone e pego numa soneca da nada.

Tudo Por Culpa De Um OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora