Tudo Por Culpa De Um Olhar

Capítulo 14

Vou até o carro, o Sr Omar já estava a minha espera.

- Boa noite menina Pypa.
- Boa noite Sr Omar. - respondi com a mesma simpatia, estou de bom humor, visto que já não terei motivo de me stressar.
- Como foram as aulas!? -Ele cria conversa com ares de querer se socializar comigo...
- Maravilhosas, e o teu dia como foi? Ou ficou a minha espera no portão da escola para ver se não fujo? - Afirmei com um risinho cínico
- Não, não, apenas tratei de uns assuntos pessoais e logo vim pra aqui.
- Hum okay! ! O sr tem filhos?? - Pergunto com interesse de me aproximar dele, porque ter ele como cúmplice será muito conveniente para mim.
- Tenho dois filhos, um casou e já formou a sua família e o outro digamos que não é da tua idade é mais velhinho mas possui o mesmo comportamento que o seu, muito rebelde ou seja, indisciplinado até de mais. - Ele fala da história do seu filho, buscando mais vontade em mim de conversar com ele
- Sério? Rsrsrsrsrs, talvez você não tenha uma amizade ou não sejas um pai amigo para ele e isso acaba prejudicando o crescimento de um adolescente ou jovem.
- Esse factor não amigo, talvez tenhas razão porque sempre fui um pai ausente e muito exigente, mas ele tinha que no mínimo ter cabeça no lugar para parar de fazer as coisas que ele faz.
- Você agora me deixou curiosa, o que ele tanto faz?
- Tanta coisa que tinha de passar um ano inteiro ou mais falando das barbaridades que ele faz. - A conversa estava tão boa, até chegar em casa.
- Mas teremos o tempo suficiente, não te preocupes. Boa noite e Passe bem Sr Omar.- o dispenso com um sorrisinho meigo no rosto.

Bem que ele é divertido, mas a parte mais divertida da conversa, foi dele falar do filho, e imaginei que eu e o filho pudéssemos nos dar bem, por possuirmos um "comportamento" semelhante.
Ao chegar em casa, encontro a família reunida na sala de estar, e eu cumprimentei-os e subi directamente para o meu quarto. Me desfaço, tiro o cell da mochila e coloco na carga, esperteza foi ter passado todos os contactos que me interessam na minha caderneta.
Vou fazer um banho demorado que estava precisando, ao sair do mesmo, seco o cabelo, vou até o quarto e visto o pijama... Interrompida pela Withney..

- Pypa, jantar já está na mesa e estamos a tua espera.
- Não precisam me esperar !! - falo tentando esconder o celular na carga.
- Aye, também não darás falta na mesa. - Ela que se ilude, sou a que mais falo na minha casa, já nem digo na hora da refeição.

Lá se foi ela, me deixou mais à vontade e fui logo trancar a porta para não receber surpresas. Estou com fome, mas vou aguentar até eles irem ao quarto, não quero os ver por enquanto.
Esqueci de um pormenor, cartão para pôr no celular, e não fui recuperar. Droga. Mas dá no mesmo, não tenho ninguém que precise de mim com urgência, visto que estou sem namorado, muito menos pitinhos para passar tempo.
Imagina agora que pouco saio, não há tempo determinado a minha solidão. Solidão? Sim, solidão, me sinto só, sem ninguém para ocupar o meu tempo e pensamentos, do momento preciso de algo recíproco, para evitar me iludir de mais , como me iludi com o Der. Sempre fui uma garota que pouco interessou com os sentimentos, nem com o que as pessoas pensam. Mas quando vi o Der pela primeira vez, esqueci tudo aquilo que partia de mim, mas eu vi nele o "Menino dos meus sonhos", alguém que sempre apreciei em tudo que é canto mas me faltavam oportunidades de me aproximar de um deles, e quando o Der aparece do nada, pensei mesmo que fosse destino. Ilusão, ilusão. Enfim, a a tal Suzanne cuida bem do pedaço e talvez faça melhor que eu, para ele ficar muito preocupado com dela, a explicação é ela.
Penso tanto em Der como se já o conhecesse faz tempo, mas o conheço a aproximadamente duas semanas mas em pouco tempo muita coisa mudou. Chega de Der pra aqui pra lá.
Acho que já foram dormir, posso ir jantar, estou com uma fome da nada.
Quando decido descer, pensando que ninguém estaria na sala, e encontro meu pai no corredor da cozinha

- Agora tua vida será essa, jantar depois de toda família jantar? - Perguntou ele olhando para mim.

Ignorei - o, além do mais não sabia o que lhe responder. Servi o jantar, sentei na mesa da cozinha e comi.
Estou exausta, daqui vou dormir, queria estudar mas não estou com cabeça para nada. Nem sei o que tanto me cansa, porque se eu for assistir, obviamente que apanharei a soneca na sala e o melhor é evitar. Acabo a janta e vou directamente ao meu quarto, escovo os dentes e decidi ler um livro na cama antes de dormir " Admirador secreto" da Olivia e Michael, livro interessante, nunca tive um admirador secreto mas confesso que ia adorar a ideia de receber chamadas/mensagens anónimas de um admirador. Pego no sono e durmo com o livro na mão.

A noite passa tranquila, sem nenhum sonho que perturbe a minha mente até despertar o dia seguinte, sem hesitar vou ao banheiro faço a higiene de seguida vou a sala de estar, a muito tempo que não assistia um filme logo cedo, e por coincidência estão a dar um filme Hot " 50 tons de cinza", um filme meio assim para ver logo cedo. Ao assistir importunaram-me com uma buzina que não parava de tocar.

- ATALLI, vá ver quem tanto buzina. - grito, porque ela tinha que fazer isso logo na primeira buzina..!!

Ela não responde, foi lá ver, e voltou para deixar o recado!!

- Pypa, o Lopez está do lado de fora e diz que não parará de provocar barulho se não saíres.
- Sério que o idiota disse isso?? - Merda. Não sei se continuo ignorando ou saio para ver o que ele quer comigo.
- O que vou lá dizer?
- Deixa-o Atalli, ele vai cansar.
- Mas está a incomodar os vizinhos, e é capaz de te expor, menina Pypa.
- Tens toda razão, estou a pensar se saio ou não. Enquanto penso, continue fazendo os teus afazeres.

Droga, Só me resta sair.
Levanto do sofá, uso os chinelos e saio.

- Você tem noção do barulho que provoca? - falo mal que o vi!
- Ao menos valeu a pena, você está aqui, agora entra no carro.
- Eu entrar no carro? Estas louco!?
- Se for por ti sim.. Pypa entra no carro. - Ele insiste com um olhar ameaçador
- Esses abusos repentinos não tolero okay? - o digo, mas o teimoso abre a porta.
- Agora entra !!
- Prontos, cá estou. - falo e ele arranca o carro, fico parva sem saber para onde ia.
- Eu preciso ter uma conversa muito séria contigo!
- Você está louco? Onde vamos? Quem disse que eu quero conversar contigo? Pare o carro. - Quanto mais pedia para ele parar, ele aumentava a velocidade e estava me deixando com muito medo.
- Feche a boca e colabore porque eu não sou nenhum desconhecido tá bom?
- Mas és um estranho, olha o estado que me encontro, LOPEZ PARÁ O CARRO... - Eu estava de chinelos, um vestido caseiro e com os cabelos sei lá.

O idiota decidiu aumentar o som do carro e seguir o ritmo da música mexendo a cabeça, uma forma de me ignorar, eu desliguei o som que já estava me irritando.

- Sabias que dentro de uma hora eu vou a escola?
- Hoje você não precisa ir a escola, a matéria da escola será dada por mim. Não te preocupes queridinha. - Ele fala com uma ironia meio assustador
- Porque você está fazendo isso?? - Eu falava e ele continuava ignorando os meus palavreados

Voltou a ligar o som e aumentou o volume mais do que devia, ele me irritava tanto que o considero agora nojento. E o Sr Omar dentro de instantes estará em minha casa a minha espera, e o Lopez ia em direcção a casa dele mas não a que ele vive, uma em construção mas que já haviam condições suficientes para morar lá. Agora nada posso fazer apenas ficar calada a ver o que ele vai aprontar comigo!! O pior é não ir a escola e Sr Omar ficar a saber, obviamente ele contará aos meus pais o que será pior para mim.

- Está gostando da viagem? Estas caladinha do jeito que eu gosto, menos quando estamos tranzando, adoro ouvir seus gemidos.
- Eu odeio ouvir tua voz, tudo o quão dizes odeio ouvir. - Mostrei uma cara de nojo para com ele.
- Mas hoje você vai amar. - Diz ele sorrindo

Ignorei. Eu amava o Lopez mas depois me apercebi que ele não passava de um covarde, pior que o Der , pelo ou menos Der respeita a sua namorada e tudo mais, diferente do Lopez que não tem nada ver com ninguém nem com nada, até cheguei a pensar que ele melhorou mas me enganei mais uma vez.
Chegamos na rua da casa do Lopez, e ele ligou para o guarda para abrir o portão, eu calada sem nada a fazer muito menos a dizer.