Episódio 3.

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Casa dos Tomlinson, 03h30 — "A gente vai acordar tão fodido."

— Acho que eu nunca fiquei tão bêbada na minha vida. — Lottie estava com a fala embaralhada e engraçada, ela não conseguia se equilibrar em cima dos seus saltos finos e muito altos, então se encostou numa parede para arrancá-los de seus pés. Eles eram novos e ficaram machucando seus calcanhares, mas ela não estava dando tanta importância.

— Acho que nunca beijei tanto na minha vida. — Louis comentou mordendo os lábios que ainda estavam inchados das pegações excitantes nos cantos com Harry Styles.

— Louis, tem certeza que essa é a nossa casa? — Perguntou enquanto o irmão demorava para abrir a porta da frente. — Olha, nós temos anões de jardim!

— Eles estão ai há mais de três anos, Charlotte. — Respondeu ironicamente, porém divertido, porque até então a garota estava cômica com suas lerdezas. Ele teria que enfiar a cabeça dela debaixo do chuveiro com a água super fria, e seu lado de irmão maléfico até estava ansioso com isso.

— Eles são tão bonitinhos, oi anões, olá. — Ela se inclinou um pouco para acenar para os anões da Branca de Neve – que Johannah colocara para enfeitar o jardim quando ela tinha bastante tempo livre para cuidar dele – e quase levou um tombo, mas o irmão chegou a tempo para segurá-la.

— Eu nunca mais vou te deixar beber em toda a sua vida, sua ratazana de esgoto. — Repreendeu com a voz séria, mas Lottie só ficou se balançando em seus braços e dando risadinhas. Ela era um porre quando ficava de porre, Louis já deveria estar acostumado. O foda de Lottie ter uma tolerância muito alta para a bebida é que ela demora para ficar bêbada e só para quando está nesse estado, o que significa que ela bebeu pra caralho, tanto no bar quanto no galpão. É inacreditável como ainda não teve um "pt".

— Eu também te amo, Lou-Lou. — Ela tentou dar um beijo no rosto dele, mas ele afastou porque o bafo de bebida dela estava insuportável. — Abra a porta, eu quero fazer xixi.

— Eu vou primeiro! Você fez xixi lá no galpão.

— Vou mijar no anões, eles não vão se importar. — Ela ia caminhar até eles, mas Louis segurou seu braço firmemente, praticamente a empurrando para dentro de casa.

— E eu não vou me importar de bater sua cabeça na parede. Anda, vamos entrar, não faz nenhum barulho, não sei se você lembra, mas nossa família é grande.

Fizeram caminho até o banheiro e Louis colocou Lottie sentada no chão com roupa e tudo, ligou o chuveiro no modo verão e fechou o box, deixando a garota se tremendo enquanto ia na cozinha beber um copo cheio de água. Aproveitou que já estava na cozinha para esquentar um pouco da comida que seu padrasto tinha deixado no micro-ondas. Teve que se sentar um pouco na cadeira porque tinha sido uma noite e tanto, ele estava bem cansado...e de bom humor. Harry e sua banda cantaram bastante, dando alguns intervalos para que ele fosse prender Louis contra alguma parede – só de lembrar o garoto sorria e em seguida mordia o lábio, o cara era incrível em uma infinidade de aspectos, o jovem Tomlinson estava encantado. E louco para uma repetição daquilo.

E falando no diabo...

O celular de Louis vibrou em seu bolso indicando que alguém estava ligando. A foto que ele tinha tirado de Harry fazendo uma careta escrota enquanto cantava tomou conta da tela junto com o nome "fucking good kisser", que o próprio tinha colocado quando resolveram trocar telefones no final da noite.

— Eu sabia que você não conseguiria me tirar da cabeça. — Disse ao atender, sorrindo presunçoso. — O celular era mera formalidade, cara. Fomos coisa de uma noite. — Ele esperava que Harry entendesse que ele estava brincando.

Há. Há, você é hilário. — Ele podia imaginar que Harry tinha revirado seus belos olhos verdes, e ele realmente o fez. — Eu te acordei?

— Na verdade, faz apenas alguns minutos que eu cheguei em casa. — O maravilhoso jantar feito por Dan era purê de batata, dois pedaços de frango e algumas folhas de alface. O que mais esperar? Ele nunca foi bom na cozinha. — Estou comendo enquanto a bebum da minha irmã toma banho.

— Ah, sua irmã — Ele parou a frase para poder bocejar, estava exausto. —, o Niall adorou ela, só que ele ficou com vergonha de chamar ela pra sair.

— Se ele sair com a Lottie ele vai precisar de terapia! — Lottie saiu do banheiro – com uma toalha da Juniper Lee enrolada no cabelo, que era de Phoebe (uma das gêmeas de onze anos), e um roupão azul escuro – no momento que o irmão falou isso, então mostrou o dedo do meio pra ele, enquanto tentava manter a visão focada para pegar um pouco de água na geladeira. Tinha escovado os dentes umas três vezes, mas ainda sentia um forte gosto da caralhada de bebida alcóolica que havia consumido.

— E se eu sair com você, vou precisar de terapia também? — Questionou com aquele tom de flerte que combinava perfeitamente com ele.

— Não sei — "Provavelmente sim, os Tomlinson não são muito certos da cabeça", pensou Louis. —, você quer tentar a sorte? Me convida.

— Quer sair comigo?

— É, acho que eu quero sim. — Parecia um pré-adolescente com o primeiro crush, mas não conseguia evitar, sabe-se lá por que. — Onde nós vamos?

— É uma supressa. — A cidade não tinha muita coisa para ver, mas Harry levaria Louis para um de seus lugares favoritos e imaginava que ele ia adorar. — Me encontra na frente do bar do Sam às 14h, okay?

— Okay, senhor mistério, saiba que eu odeio surpresas.

— Não tô nem ai.

— É o Harry? — Lottie perguntou, com a fala um pouco menos enrolada do que antes, tentando virar o celular para ela. — Olá Harry.

— Ela ainda tá meio bêbada. — Comentou como se não fosse óbvio.

— Jura, gênio? Tenho que coloca-la na cama. Até mais tarde, fucking good kisser.

— Até mais tarde... sexiest boy in town. — Harry ainda deu uma olhada no celular para ver se era isso mesmo que Louis tinha salvo. — Sério Louis, você é muito convencido.

— Olha só quem está me chamando de convencido. Me faz um favor? Vai dormir. — Louis ouviu Harry rir e dar tchau e então devolveu o celular para o bolso e foi empurrando Lottie em direção as escadas. — Charlotte Tomlinson, chegou a sua hora de dormir.

Ela deu uma tropicada de leve, sentia-se meio tonta, e acabou batendo as costas no balcão da cozinha, derrubando um pote de vidro de biscoitos que sua avó deu para sua mãe há alguns anos – e ela amava. Louis e ela se assustaram e logo olharam para ver seu o barulho não tinha acordado ninguém.

— A gente vai acordar tão fodido... — Louis comentou olhando todos os pedaços pequenos de vidro espalhados pelo piso, balançando a cabeça em negação. — Não sei o que vai ser pior: Dan reclamando de a gente ter demorado, mamãe por causa do pote ou nossas cabeças doendo pela ressaca. Temos que limpar isso.

— Hey, você disse que chegou minha hora de dormir. — Tentou sair do local sorrateiramente, mas Louis a segurou no lugar, o que ela já sabia que aconteceria.

— Vai vestir uma roupa e volta aqui pra me ajudar com essa bagunça, infame. — Louis gritou, abrindo a porta da lavanderia para pegar tudo o que precisavam para a rápida faxina.


White Skimo || Larry Stylinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora