Episódio 9.

733 116 38
                                    


De volta ao bar do Sam, 20h – Isso começou com Skid Row.

—O que é isso? — Louis entrou no bar do Sam naquela noite esperando a mesmice de sempre, mas encontrou o local iluminado por uma porção gigante de velas que formavam uma passarela até o pequeno palco onde viu o Harry cantar pela primeira vez, e várias vezes depois. E lá estava ele, sentado num banquinho de madeira, sozinho dessa vez, acompanhado de um violão cheio de adesivos divertidos. "Puta merda, ele está tão lindo com esse coque. Eu odeio esse cara." Mas ele não odiava, muito pelo contrário.

— Isso começou com Skid Row, então... — Ele tinha um olhar triste, mas um sorriso bonito demais, o que não era novidade. — Woke up to soothing sound of pouring rain...

The wind would whisper and I'd think of you

— Não faz isso comigo, garoto. — Louis nunca foi do tipo chorão, ele achava gente assim uma merda inclusive, mas Harry o fazia ficar sensível de uma forma meio patética. E ele tinha noção, desde o inicio de tudo, que alguma hora aquele amor de férias chegaria um fim e que agora isso estava mais próximo do que nunca. Ele não queria chorar, mas lágrimas insistentes se formavam em seus olhos.

Ele também não queria se apaixonar, mas, ora vejam só...

Harry também tinha em sua mente que o futuro deles ia por direções diferentes, mesmo que ele tivesse morrendo para que só houvesse uma. Da forma como as coisas começaram ninguém acreditaria se ele dissesse que se apaixonou, mas foi assim, então ele tinha que acabar com aquilo do melhor e mais inesquecível jeito. Ele podia dizer que conhecia Louis, mesmo com aquele pouco tempo, e toda aquela insistência em dizer que achava "bléh"coisas muito românticas, mas Harry sabia que ele ia amar, e se emocionar com aquele gesto. E era exatamente o que estava acontecendo.

And all the tears you cried, that called my name

And when you needed me, I came through — Abalado, Louis cantou junto, porque aquela era uma das músicas mais lindas do mundo. E era dedicada à ele naquele momento. E era da sua banda preferida, é claro.

I paint a picture of the days gone by

When love went blind and you would make me see

O rapaz estava hesitante em deixar as lágrimas rolarem livres, porque ele era assim, chorar não era algo confortável ainda mais em público, independente de se sentir muito bem na presença de Harry. Mas, porra, olha o que o cara tava fazendo com ele! Louis odiava a dor que dava no seu peito por pensar que aquele era o começo da despedida, que não devia ser tão difícil. E sabe-se lá quando ele ia ver Harry de novo... E ele queria muito vê-lo e tê-lo, o tempo todo. Por que ele não tinha aparecido antes para eles terem mais tempo? Por que ele não apareceu em Manchester para eles cogitarem um futuro? Há dias Louis se perguntava e nunca obtinha uma resposta.

Ele ficou ali no balcão como várias vezes, olhando diretamente para o cantor que parecia prestes a chorar enquanto cantava I remember you e prometia em silêncio que não esqueceria aquele garoto ousado que o enlouqueceu desde o primeiro dia. De um jeito legal, é claro. Harry gostou de várias pessoas ao longo dos seus vinte anos, mas nunca alguém deu aquela mexida em sua cabeça e em seu coração do jeito que Louis fez, e era uma bosta, apesar de muito bom, porque eles não podiam ficar juntos. Harry queria mais que tudo que Louis rodasse o país todo junto com ele na van da banda — E se odiou pela pontada de esperança que sentiu quando o garoto disse que queria viajar —, mas sabia que Louis não o faria. E também sabia que ele não podia pedir que Louis desistisse de seu sonho, porque se esse pedido fosse direcionado à ele, certamente não o faria. Era injusto. E doía tanto.

White Skimo || Larry Stylinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora