Dezessete.

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Otávio.

O tipo de mulher que me deixa louco. Aparência de inocente, mas vem com maldade no olhar. Não me liga, não se importa e consegue me deixar louco entre quatro paredes.

Otávio: Que tipo de furação é esse? Furação Ruivo?
Ela me olhou falar e sorriu.
Gabi: Quem sabe.
Respondeu enquanto vestiu minha blusa e se a chegou.

Deitou em meu peito. Que batia forte a cada vez em que ela se aproximava de mim. Fiz carinho em seus cabelos enquanto ela me olhava, sorri e ela retribuiu.

Otávio: Senti tua falta.
Não acredito que falei isto.
Gabi: O temido dono do Complexo do Alemão sentiu minha falta?
Ironizou.
Otávio: Claro que não, quem te iludiu garota?
Debochei.
Gabi: Eu também senti a sua, Otávio.
Depositou um beijo em meu peito.
Otávio: Não some mais não, Gabi.
Gabi: Está carente?
Otávio: De você é meio difícil não ficar.
Gabi: Qual foi em? Você tá muito amorzinho, não tô te reconhecendo.
Otávio: Porra depois de uma foda dessa é difícil não se apaixonar né.
Gabi: Claro! Vai achando que é só homem que é experiente, mulher também meu amor!
Otávio: Furação Ruivo mesmo você.
Rimos.
Gabi: Vamos dormir?
Otávio: Vamos.

Quando eu acordei já era noite, através da janela podia-se ver o tempo escuro. Gabriella dormia.

Eu não quero me casar com ela, não é com ela que eu quero passar o resto da minha vida. Logo eu que sempre gostei de brincar com o sentimento alheio, mas ela é diferente. E eu sinceramente acho que ela não merece ser iludida. Mas é estranho, por que é que se eu não gosto - e disso eu tenho certeza. Por que eu quero tanto ficar ao lado dela? Ou melhor, por que eu senti saudades?

Que isso Otávio, isso é só coisa de homem, é normal. Homem quer todas aos seus pés, homem quer todas dizendo que o ama. Homem quer que todas sejam suas, mas não quer ser de nenhuma. Mas talvez, se eu brincar com os sentimentos dela, ela não vá se importar muito, até por que ela brinca com os meus também. Ela se arrisca, me intimida e não tem medo do perigo. Ela não liga para o que eu sou e quem sou. Ela não procurou, ligou por que precisou. Me deu por que sentiu vontade. Talvez essa história que toda mulher é igual seja pura verdade.

Gabi.

Abri os olhos e me deparei com um par de olhos castanhos me encarando, me levantei ao perceber que já era noite. Vesti minha calça social do trabalho e enfiei minha blusa e meu sutiã na minha bolsa, calcei minhas sapatilhas e Otávio continuava a me encarar.

Otávio: Achei que ficaria aqui essa noite.
Resolveu falar.
Gabi: Tenho meus afazeres, se der venho aqui amanhã. Tchau.
Selei ele e saí de sua casa, sim, vestida em sua blusa.

Quando cheguei em casa mamãe logo me abordou dizendo está preocupada, pelo fato de ver minhas chamadas e pelo horário que cheguei em casa. Falei apenas que fui ao hospital por que me senti mal. Ela me perguntou da blusa e falei que era de Otávio, ela começou a gritar, não estava com cabeça para isso e a deixei gritando que nem uma desesperada na sala enquanto seu namorado colocava a maior pilha, filho da puta.

Tomei um banho quente, maldita quinta-feira rotineira. Eu estava bem melhor. Vesti um short jeans, uma blusa simples regata e calcei minhas havaianas. Peguei o celular e meu cartão de vale refeição e disquei o número da Fabi, não demorou muito para ela atender.

- Eaí sumida.
Atendeu.
- Você tá aonde?
- Estou na porta de casa, o que conta? Qual a boa?
Falou animada.
- Vamos comer um pastel? Estou faminta.
- Grandes novidades Gabriella Ruiva dos Santos.
Rimos.
- Vamos? Eu pago.
- Queria ver você não pagar.
- Cachorra. To saindo de casa já.

Desliguei e continuei, quase dez minutos e cheguei lá, quase morrendo de cansada.

Fabi: Como você é lenta, dois anos.
Gabi: Se fuder menina, casa longe do caralho.
Fabi: Ta com a boca muito suja, não acha?
Se levantou.
Gabi: Não fode.
Começamos ir em direção a pastelaria.
Fabi: Qual as novidades?
Gabi: Várias.
Fabi: Várias...?
Gabi: Nada demais, só dei pro Otávio quase agora e...
Me interrompeu.
Fabi: Você diz só? Como deu pro meu irmão?
Gritou.
Gabi: Fala baixo.
Rimos.
Gabi: Eu passei mal e ele me levou no médico, aí na volta rolou e tals...
Fabi: Shippo muito vocês. Otaviela, que tal?
Gabi: Não surta né Fabiana.
Fabi: E por que não?
Gabi: Eu não quero casar com ele, nem namorar. Ele é só um lance, uma foda certa. Só mais um contatinho.
Fabi: Duvido, você ama ele Gabi.
Gabi: Não amo não! Não tenho coração não amiga, cancela amar alguém.

Chegamos e eu tratei de pedir uma maravilha e um pastel, Fabi pediu duas coxinhas e pegamos uma coca-cola de um litro. Nos sentamos numa mesa esperando os pedidos chegarem.

Fabi: Mas você já está melhor amiga?
Gabi: Bem melhor, graças a Deus.
Fabi: Nada como uma foda que não melhore, né? Como posso dizer... Remédio natural?
Gabi: Te toca Fabiana, falta de rola do JR isso?
Fabi: Aí antes fosse, aquilo ali é máquina de fazer sexo menina.
Gabi: Bem que tu gosta né, vadia?
Fabi: Eu aproveito meu amor.
Gabi: Você é a melhor.
Rimos e os pedidos chegarem.
Fabi: Melhor coxinha não tem.
Mordeu mais um pedaço.
Gabi: Vou engordar assim.
Fabi: Amiga vamos sair hoje?
Gabi: Tá louca?
Fabi: Você trabalha amanhã?
Gabi: Não, estou de atestado. Mas...
Me interrompeu.
Fabi: Mas nada, não tem por quê não.
Gabi: Não Fabi, eu não vou. Estou pensando até em ir pra casa do meu contatinho dormir com ele, mas sair nada.
Fabi: O momento você em amiga, cheia dos contatinhos.
Gabi: Aí filha nem me fala, tanto macho atrás de mim que acho que vou fazer até doação já.
Rimos.
Fabi: Tu sabia que tu não presta né menina?
Gabi: É o que eu sempre digo: Não te apega, eu não presto.
Fabi: Vagabunda.
Rimos.
Gabi: Adoro bebê, atura ou surta!

GABIOnde histórias criam vida. Descubra agora