Após a saída dos fiéis, o pároco pede que a imprensa fique na igreja. Será dada uma entrevista coletiva aos jornalistas. Numa sala pequena se reuniram os jornalistas que estão cobrindo a visita do papa. Quem irá responder a coletiva é o porta-voz oficial do Vaticano, Padre Salomão.
Pois bem amigos, vamos começar com a imprensa inglesa que está aqui presente. Teremos tradução simultânea. Pois bem, Srta. Karen, da BBC de Londres — o pároco apresentando-a.
— Padre, qual é a sensação do santo padre de comparecer ao Brasil pela primeira vez?
— Ah sim, na viagem de avião nesta madrugada, estive conversando com o papa e ele me disse que está muito feliz e agradecido pelo convite dos bispos da América latina para participar de um congresso. É uma emoção vir a essas terras tão carentes e sofridas com a desigualdade e corrupção.
— Obrigado! — agradece a moça.
— Próximo agora é a imprensa argentina. Por favor...
— Á benção seu padre, quero dizer em nome da argentina que estamos muito felizes em receber uma visita ilustre de um pontífice pela primeira vez. O governo argentino espera vocês do vaticano de braços abertos.
— Deus te abençoe meu filho. Sim, nós também estamos felizes, com essa visita, nós da cúria romana, queremos fortalecer a igreja argentina que está perdendo um pouco do canto gregoriano. E até essa semana, o papa recebeu uma mensagem do novo presidente da república, dando o singelo convite.Minutos depois...
— Agora é a vez da imprensa brasileira. Por favor, jornalista...
— Boa tarde a todos. Seu padre, qual o apelo da igreja junto à juventude. Teremos um congresso eucarístico, mas sabemos que o papa irá visitar os jovens. Em que isso leva?
— Bem, o papa Bento XVI que trabalhou com João Paulo II (que teve uma influencia jovem dentro da igreja) viu a importância da juventude. Ela pode ajudar a evangelizar, ensinar outros jovens sem sair dos tempos modernos da tecnologia, hoje com a internet á todo vapor, a maior parte deles está se conectando. Mas claro, sem fazer algo fora daquilo que Cristo nos ensinou.— Caíque, você tá bem? — pergunta o colega.
— Sim, mas bem nervoso — com as mãos tremulas — eu realizei meu desejo como jornalista de falar com alguém do Vaticano. Meu deus!
— Acalme-se. Vou pegar uma água. — diz ele saindo para os fundos da sala.
— Irei conversar com o bispo, talvez ele me atenda. Gostaria de falar com o papa, se for possível, claro.Caíque procura o bispo dentro da catedral, ele está no altar dobrando umas espécies de panos, que são usados para a missa.
— Seu bispo, posso falar com o senhor um minuto?
— Claro meu filho, espere um pouco. Sente-se que já irei aí. — responde sorridente.
Dom Murilo é conhecido pela sua carisma e educação que tem com as pessoas, seja elas gente comum ou autoridades. Está na frente da arquidiocese há uns cinco anos.
— Pois não, pode falar — dom Murilo o cumprimenta e senta no banco da igreja.
— Então, eu sou um jornalista de uma mídia católica e sou praticante... amo tudo sobre o Vaticano, e tive a honra de ir á Roma acompanhar a viagem do Bento XVI ao Brasil, acabei de participar da coletiva de imprensa, mas queria pedir um favor, pode parecer besteira, mas tem muito significado para mim. Eu gostaria de conhecer o papa de perto, receber uma benção dele, abraçá-lo. É possível?
— Eu irei fazer o possível, irei á sala de o pontífice conversar com um dos seus seguranças. Diz Dom Murilo sensibilizado com a história que acaba de ouvir, saindo do corredor do altar. Já volto!
Minutos depois, dom Murilo está voltando ao altar da igreja a encontro de caíque.
— E ai, conseguiu? — perguntando com uma cara de preocupação, cerrando os lábios.
— Sim, meu amigo. Os seguranças do papa ouviram sua história, apresentei que aqui havia um jornalista muito fã do papa e que eles deixassem você entrar em meu nome. — responde Murilo sorrindo e estendendo os braços.
— Que demais! Ótimo! Ótimo! Estou sentindo uma felicidade sem explicação. — ele sorri de orelha a orelha e está com os olhos enchendo de lágrimas.
— Vamos? — pergunta dom Murilo.
— Vamos!
E eles se dirigem á sala do pontífice. Chegando lá, o arcebispo se apresenta e entra junto com Caíque. Da porta dá para ver uma mesa de madeira com uns papéis e livros em cima. E do outro lado, um homem vestido de batina branca.
— Com licença santo padre?!
O homem para o que está fazendo e olha para a porta. — Oh, pode entrar cardeal.
— Sua benção! — o bispo beija a mão do papa e faz uma reverência.
— Cardeal Gonçalves, o que lhe trouxe aqui? Pode se sentar...
— Então, eu lhe visito para trazer uma pessoa muito especial que quer conhecê-lo. É um jornalista muito religioso, devoto do Padre Pio de Pietrelcina. Eu vou chamá-lo. — Caíque, venha, por favor!
A felicidade no rosto de caíque é inexplicável ao ver o papa.
— Santo padre! — diz começando a tremer e a chorar. — Que inacreditável, eu estou realizando meu sonho como jornalista.
— Acalme-se filho! — responde o papa. — Sente-se, vamos conversar... Fiquei sabendo de sua história, suas devoções, o que eu posso ajudar?
E o papo continua...
[...]
— Santidade, eu só peço um favor: que o senhor me dê sua bênção. Seria uma honra.
— Sim, claro!
— Oh Deus de misericórdia, eu lhe apresento este filho, o Caíque, um jovem jornalista que sonha em espalhar informação pelo mundo, este grande devoto de Padre Pio, que através de minhas mãos sacerdotais desçam sobre ele sabedoria, inteligência e saúde. Eu te abençôo em nome do pai, do filho e espírito santo. Amem! — com as mãos sobre a cabeça de caíque e fazendo o sinal da cruz logo em seguida.
— Santidade, muito obrigado mesmo! De coração! — caíque o abraça.
— De nada e reze por mim!
— Tchau, tchau!
E assim, saindo da igreja no final da tarde, Caíque termina seu dia que nunca irá esquecer.
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Viajando com o Papa
SpiritualAno de 2009. Caíque é um jornalista há três anos. Pai de família, religioso, católico devoto de Padre Pio, fica sabendo que o Papa irá visitar a América Latina e o Brasil no final do ano. Ele, muito fã de catolicismo, quer muito cobrir a viagem do p...