Broto de rosas

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Eu quero contar as estrelas.

Quero ver tudo o que eu esqueci, e ainda brilha, mais uma vez.

Jong In seguia o menor com os olhos enquanto ele andava de um lado para o outro pegando algumas coisas e colocando dentro de uma mala, que já estava aberta sobre a cama. O maior não via KyungSoo daquele jeito já fazia um tempo; suas mãos pálidas tremiam pegando os objetos, quase deixando que caíssem no chão coberto com carpete.

– KyungSoo... – Jong In chamou se levantando da cama e seguindo o garoto que andava apreçado para todo o canto.

O menor continuou a fazer a mala, ignorando o namorado naquele momento. Ele não mostrava seu rosto, deixando seus olhos baixos e aparentemente tristes.

– Não vai pegar algumas roupas para você? – perguntou KyungSoo com a voz trêmula, sem olhar para o maior.

Jong In suspirou, ele estava começando a ficar preocupado com essa reação do menor e o fato do mesmo não dizer nada do que estava acontecendo o afligia mais ainda.

– Onde está o meu cachecol vermelho? – perguntou o menor com a voz embaçada, sem necessariamente esperar uma resposta.

De repente Jong In se levantou assim que KyungSoo encontrou o cachecol na gaveta da cômoda. O menor tentou passar por ele, a fim de colocar o objeto vermelho na mala junto com as outras coisas, mas Jong In segurou seu pulso fazendo-o parar onde estava. Com delicadeza, ele fez KyungSoo encostar na parede no quarto, o menor estava com os olhos fixos no chão e Jong In percebeu o brilho intenso que havia neles.

– KyungSoo... – Jong In disse calmo, com as mãos nos ombros do menor, escutando-o fungar baixinho – Olhe para mim...

KyungSoo pareceu hesitar, e foi nesse momento que Jong In pode ver as lágrimas caírem, molhando o rosto do garoto a sua frente, fazendo seu corpo tremer com os soluços baixos. Ele encostou a testa no peito de Jong In, tentando esconder sua tristeza.

Sem perder mais tempo, o maior abraçou KyungSoo, forçando o corpo dos dois para baixo até que estivessem sentados no chão. O garoto ainda chorava enquanto Jong In fazia um carinho em seus cabelos.

– O que aconteceu em Goyang? – ele perguntou, deduzindo aquilo. Não poderia haver mais algum motivo para que KyungSoo estivesse daquela maneira.

– Eles deveriam ter me dito antes... – disse KyungSoo em meio aos soluços.

– O que?

KyungSoo levantou o rosto, com os olhos um pouco inchados pelo choro, encarando Jong In, que se entristeceu ao ver aquela cena.

– Meu pai está em uma cama de hospital – ele disse aquilo como se cada palavra fosse uma facada diferente em suas costas – Parece estar muito doente.

Jong In arregalou os olhos, sem saber o que dizer, sem saber o que fazer. Ele só conseguia achar aquilo completamente injusto. Por que KyungSoo? Por que tanto sofrimento tinha que cair sobre as suas costas? O que o garoto fizera de errado, afinal?

Jong In parou de pensar em qualquer coisa e voltou a abraçar KyungSoo, que não parara de chorar até então.

– Você vem comigo? – ele ouvir KyungSoo perguntar – Mas... não há problema se não puder vir. Não é bom que você fique faltando a faculdade...

– Está brincando, não é? – disse Jong In – Eu não vou deixar você sozinho, não agora.

KyungSoo o olhou agradecido e sorriu.

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