Não me deixou escolha

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Pra comemorar o dia das crianças em grande estilo... um capitulo :)



ANNA

Já faz dois dias que estou aqui, começo a me sentir fraca com a falta de comida, estou a base de algumas frutas que me trazem, pois a comida continua sendo ingerível e nojenta. O que eu não daria por um enorme prato de feijão com arroz, bife e batata frita, consigo até sentir o cheiro e minha boca se enche de água. Queria também um banho quente e longo, com um sabonete cheiroso e uma toalha fofinha, depois dormiria um sono tranquilo e sereno nos braços do meu amor, protegida e aninhada.

Mas não... não tenho nada disso...estou trancafiada feito passarinho na gaiola e agora faço ideia de como a vida deles é longa, solitária e triste. Logo eu que era tão livre pra voar, virei refém de um destino amaldiçoado, minha única companhia são os poucos raios de sol que entram pela janela e alguns mosquitinhos que sobreviveram ao frio. Ao menos não sinto frio e durmo a maior parte do tempo, um sono sem fim que vai e vem.

Eles acham que sou boba, joguei a água que trouxeram e enchi com água da torneira do banheiro, magicamente já não sinto tontura e sono excessivo, deviam estar colocando remédio na água, assim me manteriam calma e quieta. O lado bom é que dormindo fugia desse terror que estou vivendo, o meu vizinho terrorista ou um outro homem barbudo e cabeludo, o qual me assusta muito, um dos dois sempre vem, 3 a 4 vezes no dia, trazer comida, água, trouxeram mais cobertores e uma toalha limpa, mas não tive coragem de tomar banho, a impressão que um deles entraria e me veria nua, me atacando e fazendo coisas horríveis comigo... prefiro não arriscar e ficar bem vestida, suja e quieta no meu canto. Trouxeram um livro também e por incrível que pareça, acertaram, adorei a historia, devorei-o as horas que conseguia manter os olhos abertos.

Andrés

Desço as escadas tão rápido, que quando me dou conta já estou passando pela porta do prédio e o Versalhes Preto sai cantando pneu esquina a fora, Pelayo nota algo de errado e até tenta correr atrás do carro, mas impossível alcançar a pé.

- Vão, vão logo. – grito.

Tom logo aparece com o carro e Pelayo pula para dentro e saem cantando pneu na mesma direção do Versalhes.

- Esse cara nunca me enganou, maldição. – digo e dou um soco na parede.

- O que houve? – pergunta Maya assustada. Ela e Lorenzo desceram atrás. – Saiu correndo!

- O vizinho de vocês, pode ter culpa, saiu correndo quando me viu. – o ar sai carregado dos meus pulmões.

- Eu disse que tinha arrepios quando via ele, não disse?! – Lorenzo relembra Maya.

- Vamos ver o apartamento dele. – diz Maya entusiasmada.

- Excelente ideia. – concordo e saímos todos apressados.

- Está trancada. – diz ela ao tentar girar o trinco.

- Se afastem. – peço e tomo distancia, com força e raiva, num chute consigo abrir.

- Isso sim é um bofe valente. – ironiza Lorenzo, olhando o trinco quebrado.

- Vasculhem, cada canto, precisamos achar alguma pista. – oriento.

- Estranho, muito estranho. – resmunga Maya do quarto. Corro até ela.

- Achou alguma coisa? – questiono rapidamente.

Sempre AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora