Sempre Anna

Uma festa de arromba

Quando nossos lábios se afastam, digo envergonhada: - Ei, esqueceu que estamos em público.

- Verdade, me perdoe...esqueci que não queria ser vista comigo. - seus lábios demonstram seu lado de cafajeste.

- Não faz bem para minha imagem... ser vista assim. - arqueio as sobrancelhas em tom de deboche.

Ele se afasta, semi-flexiona um dos joelhos, abaixa sua cabeça, estende a mão, como se reverenciando a uma rainha.

- Desculpe seu humilde servo, minha senhora. - entrou na brincadeira.

- Para já com isso, estão olhando... - o advirto. - Bobo. - ele se aproxima e volta

a dançar animadamente.

- Você se importa mesmo que estejam olhando?

- Sim, não gosto que fiquem me olhando. Avisou sua mãe que eu viria?

- Não. Deveria?

- Não sei...o que seria menos pior.

- Não se preocupe, ela não vai perde a compostura na frente de toda a alta sociedade.

- Fico mais tranquila assim, não quero escândalos na festa de Rafaella.

- Só cuidado para não encontra-la no banheiro, costuma andar com um canivete na bolsa.

- O queeeee??? - digo espantada.

- Brincadeira... - dou um tapa no seu ombro.

- Sabia que vinha!! - diz Maya ao se aproximar puxando Daniel pela mão.

- Não resisti. - respondo abraçando ela e depois Daniel.

- Como vai Anna? - sempre muito simpático.

- Bem e voce? Porque não foi jantar conosco ontem? Fizemos uma lasanha

magnifica.

- Não acredito que perdi essa, guardo um pedaço para mim? Empecilhos do oficio.

- Claro que guardei.

- Lindo vestido. - elogia.

- Obrigada, você também fica bem de terno. Quase não o reconheci vestido. - brinco, porque ele vive sem camiseta. Ambos riem alto.

- Não acredito que está andando sem camiseta perto dela!! - reprime Andrés todo enciumado.

- Agradeça porque ainda uso cueca. - ri e puxa Maya para o meio da pista, começam a dançar empolgados.

Andrés me puxa para mais perto e volta a dançar comigo. - Ele realmente fica sem camiseta na sua frente?

O assunto o deixou preocupado e eu acho graça.

- Esquece isso... - o garçom passa e pego uma taça de espumante.

Dançamos mais algumas musicas com Maya e Daniel, quando Rafaella nos avista e faz sinal nos chamando.

- Vamos até la? - convida Andrés.

- Não sei, fico mais confortável aqui.

- Rafaella ficará chateada se não for até lá parabeniza-la.

Torço o nariz e suspiro. - Verdade, seria muita desfeita. Vou rapidamente. Ok?

- Como preferir. - ergue as duas mãos em sinal de rendição.

Faço sinal para Maya e Daniel que nos acompanham, no caminho paro e pego mais uma taça de espumante, bebendo tudo num gole só e devolvendo-a a bandeja.