V1

Ando até a prateleira que ele está.

-Oi. -Digo apertando o pacote das trufas nas mãos. Daphine saiu correndo pra comprar mais ingredientes do bolo.

Jordan sorri franzindo o cenho formando um V na junção das sobrancelhas.

-Está me seguindo por acaso?

-Não. -Olho sobre o ombro -Mas a Daphine é quem deveríamos seguir, esqueçeu?

Ele dá de ombros.

-Você não me procurou a semana toda Laurel, queria que eu fizesse o quê? Não sou telepata.

Jordan Anderson é um puta de um convencido. Aprisiono a vontade e enfiar um CD na goela dele.

-Tudo bem, olha, esqueçe isso -Me afasto dele -Foi idiotice te chamar e... Esqueçe, mesmo. Finge que não te procurei, posso fazer qualquer coisa sozinha. Não preciso de ninguém.

-Não foi o que pareçeu quando foi na minha casa. -Retruca sem expressão.

-Só esqueça, beleza?

Saio de perto dele depressa. Estúpido egoista. O que custaria ser menos arredio e me ajudar nessa droga?
Eu nunca precisei de ninguém e não vai ser agora que vai aconteçer, muito menos com ele. Precisar dele? Meu Deus não. Posso me virar sozinha.

V2

Ela saí da loja pisando firme .
Não, fique!
Eu sou tão fodido. Porque fui usar respostas atravessadas? Não se trata de Laurel, é a Daphine que pareçe ser legal e... Independente disso, é agredida. Passa pelo que minha mãe passou, pelo que eu passei. Ajudar Laurel seria mais que solidariedade, talvez me trouxesse paz... Mas eu estraguei tudo. Sou um burro.

-Que cara é essa? -Bob para do meu lado tirando as luvas látex.

-Fiz merda. -Murmuro dormente. Uma mulher pode ser agredida porque você não ajudou.

-Hum -Bob olha na mesma direção que eu, por onde Laurel foi -Fez merda pra aquela garota?

-Fiz.

-Engravidou ela?

-Não.

-Ah... Sei, você fez merda e tá parado aí? -Olho pra ele sem entender. Os olhos azuis e o rosto cheio de piercings expressam... Diversão -Você vai deixar aquela garota ir embora?

-Ela não vai embora.

-Você me entendeu ; aquilo é a personificação da mulher feita por Deus tirada da costela daquele cara. -Ele aponta pra saída -É uma gostosa que está deixando passar.

-Mas não tem nada a ver com ela. -Franzo o cenho -Ela quer minha ajuda.

-E porque não quer ajuda-la?

-Eu quero.

-A merda que fez foi agir feito um escroto?

Assinto. Fui escroto e ela pareçe bacana. Você é legal, a voz dela ecoa na minha cabeça. Legal.

-Jordan, vai atrás dela e diz que quer ajudar, é importante não é? -Assinto novamente -Corre lá.

-Tá.

Começo a andar e ele me segura pelo braço e diz;

-Depois de ajudar dê um trato na moça.

V3

Entro no carro da Laurel e ela senta fechando os olhos e batendo as mãos na cabeça.

-Você tá bem? -Pergunto sem tocar em nada no carro. Ela está aflita. -Laurel?

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