Cap. 21

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CAPÍTULO 21

Chegamos em frente à igreja, haviam muitos carros parados na rua, muita movimentação de pessoas, da rua mesmo conseguíamos ouvir um toque de piano que vinha de dentro da igreja, a decoração começava já na calçada, com um tapete vermelho no meio de um corredor de flores. Deixamos o carro com o manobrista, parado na calçada ajeitei minha roupa que havia ficado meio amassada:

- Olha como minha roupa está...

- O quê houve?

- Tá amassada?

- Não...

- Meu perfume ainda está cheirando?

- Tô sentindo daqui.

- Minha roupa está bem?

- Você tá lindo, petit.

Vínhamos caminhando em sentido a porta quando encontrei minha mãe, cujo estava arrasando com seu vestido, junto com ela estava o Rodrigo recebendo os convidados na porta, também havia alguns seguranças bem altos com rádio na mão se comunicando, cumprimentamos o meu irmão que estava muito ansioso.

- Bader...

- Oi mãe, estamos atrasados?

- Não, a noiva que está.

- Parabéns, Rodrigo!

- Valeu cara.

- Parabéns, Rodrigo!

- Valeu, Daniel.

- Gente, vamos entrar que logo a noiva está chegando.

Minha mãe nos levou para dentro da igreja e nos mostrou onde teríamos que ficar, a igreja estava linda, enfeitada com lírios amarelos e orquídeas brancas que formavam uma cascata pelo corredor principal, havia um pianista tocando no altar, o tapete vermelho estava coberto com pétalas de rosas amarelas, brancas e vermelhas, dando um contraste muito bonito.

Toda cerimônia de casamento é emocionante, por mais simples que seja, mas minha família caprichou, aquela decoração deve ter custado muito dinheiro, estavam presentes muitas pessoas importantes, convidados do pai da Millena que era muito bem de vida e influente em Campinas, com certeza foi ele quem bancou toda aquela decoração. O coroinha já estava ascendendo às velas decorativas, estávamos eu de um lado do altar e o Daniel do outro, comecei a sentir um gosto ruim na boca, achei que fosse alguma afta que tivesse me saindo naquela hora, do nada meu nariz começou a escorrer, não era possível que justo àquela hora meu nariz iria começar a escorrer, eu acho ridículo ficar chupando ou assoando o nariz em ambientes com muita gente, em lugares fechados é pior ainda, todo mundo para o que está fazendo pra olhar de onde vem aquele barulho bizarro.

Levei a mão no nariz com um lenço para limpar o catarro, quando ia guardando o lenço no bolso percebi que o que escorria pelo meu nariz não era catarro, era sangue.

Discretamente, sai do altar e fui até a sacristia. Tomei cuidado para não chamar atenção das pessoas. Fechei a porta e desesperadamente comecei a lavar o nariz para estancar o sangue, a torneira saia pouca água, aquela sacristia cheirava a mofo, um amontoado de papéis ao lado esquerdo da pia, no canto da porta havia uma pilha de caixas com alimentos, provavelmente eram doações para pessoas carentes. Por mais que eu lavasse o nariz ele não parava de sangrar, eu já comecei a entrar em pânico, pois sangue pra mim já era sinônimo de perigo, o Daniel entrou na sacristia logo depois para ver o que estava acontecendo, preocupado com meu sumiço repentino.

- Eu vi você entrando aqui com a mão no nariz. O quê está acontecendo?

Minha mãe também entrou logo em seguida preocupada.

Uma  história de amor - escrito por SalémOnde histórias criam vida. Descubra agora