Capítulo 9

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Sofia

Corri. Eu não sabia pra onde ia, ou quem exatamente eu era. Nunca achei que teria um pai que também era um deus grego antigo. Logo depois descubro que eu não só tenho um pai Olimpiano, como uma mãe também. E Susana, tinha sido apenas minha mãe adotiva. Minha cabeça vagava nervosa assim como meus pés que andavam sem destino. Quando parei percebi que estava num lago.

Sentei e respirei fundo, tentando colocar a cabeça no lugar. Eu não deixaria isso me mudar. Depois de tantos anos... não é como se eu fosse um bebê. Eu já era adulta, eu não precisava deles. Estiquei meu braço e passei os dedos pela água, pensando o que eu faria.

— Você está linda. — Ouvi sua voz calma.

— Di...agora não. Eu estou a ponto de explodir.

— O que houve? Quer me contar?

— Não sei se eu posso. Vem, senta aqui comigo.

Ele abriu o botão de seu paletó e sentou ao meu lado.

— Por que você sempre usa terno?

— Você está mudando de assunto.

— Sim.

Ele suspirou e sorriu me respondendo

— Eu sou o Deus da loucura. Do caos pessoal, por assim dizer. Depois de um tempo você faz coisas e não se orgulha do resultado delas. Eu já ajudei pessoas, Sofia, mas também já destruí a vida de muita gente. Depois de um tempo eu coloquei na cabeça que se o meu exterior passasse organização e calmaria, aos poucos eu conseguiria mudar. Na maioria das vezes nem eu mesmo acredito nisso. Mas todos precisamos acreditar em algo.

— Eu acredito que você não é tão louco como o deus da loucura deveria ser.

— Obrigado, é importante pra mim. Sabe, eu nunca conversei sobre isso com ninguém.

— As pessoas dizem que você é tímido.

— Quem são essas pessoas?

— A pessoa. Afrodite.

— Tinha que ser ela. O que mais ela falou de mim...

— Disse pra eu dar uma chance à você. E que você é um homem incrível.

— Foi essa a expressão que ela usou? Homem incrível?

— Algo parecido, não me lembro muito bem.

— E então?

— E então o que?

— Você vai me dar uma chance de mostrar à você que eu não sou apenas o deus da loucura?

— Eu acredito em você, estou pensando, juro que estou.

— Tudo bem. Eu tenho tempo.

Naquela hora, do outro lado do lago, eu vi uma pantera enorme, fiquei assustada e levantei na hora, o que fez Dioniso rir.

— O que foi? Por que está rindo? Você não está vendo? Olhe ali, uma pantera enorme. Venha.

Puxei ele do chão e ele enlaçou minha cintura com força. Ele riu e o animal se aproximava rapidamente.

— Di...o que está fazendo? Me solta. Você é imortal, eu não.

— A pantera é minha. É o meu animal sagrado. Este é Learco, minha...-ahn.. pantera de estimação. Tudo bem, desculpe, meu amigo pantera. Ele é muito sentimental.

— E ele fala com você?

— Sim.

— Eu posso...tocar nele?

O Renascimento de Sr. D.: Descobrindo o Amor além do VinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora