Capítulo 2

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Samara

A chegada ao hotel foi uma leve confusão

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A chegada ao hotel foi uma leve confusão.

Todo mundo sabia que naquele estabelecimento vai todo o pessoal que trabalha nas companhias aéreas justamente por ser o lugar apresentável e perto do aeroporto.

Desci do ônibus com os fones de ouvido ignorando quem quer que fosse falar comigo. As vezes ser grossa de proposito cansa e eu preciso de uma trégua as vezes.

Eu sou sempre assim, rude e mal-educada na maioria das vezes por opção. Não quero pessoas perto de mim, não quero amigos, não quero ninguém que possa me fazer sofrer depois. Viver sozinha me fez muito feliz- mentira, em paz, não feliz- durante os anos em que passei sozinha.

Irei permanecer assim até morrer.

Eu até sei que é ignorância da minha parte generalizar, porque sei que todo mundo não pode ser 100% ruim, mas eu simplesmente não tenho saco para aturar qualquer porcentagem que seja da maldade humana. A parte boa, se existir, pra mim não vale muito a pena.

Entrei no saguão arrastando a mala e reclamando mentalmente o fato de eu ter tirado o meu casaco. Estava frio e eu estava apenas com a camisa de tecido fino do uniforme.

Pra minha sorte cada um ficava em um quarto diferente. Éramos só eu, as outras três metidas, o piloto e o copiloto. Nos entregaram as chaves e todos fomos ao mesmo tempo para o mesmo elevador.

Me senti sendo observada mas fingi que não estava vendo nada. Me controlei pra não olhar para o amigo dele que provavelmente estava me encarando também, ou aquelas três que possivelmente estariam me odiando internamente, e principalmente, não queria olhar para aquele homem.

Aquele maldito homem!

Quando o elevador chegou ao andar, eu saí primeiro e o mais rápido possível e fui procurar meu quarto. Achar foi uma vitória, e então bati a porta e passei a chaves. Eu estava livre de esforço mental para parecer ameaçadora. Eu podia ser eu mesma, finalmente.

Larguei a mala na porta mesmo, caminhei a passos arrastados até a cama e me joguei nela. Era macia e parecia abraçar meu corpo. Então eu tirei meus sapatos, os empurrando com meus pés.

Malditos saltos, em que tive de me manter equilibrada por horas.

Peguei no sono fácil e acordei no cômodo ainda com a luz ligada, mas eu sabia que era noite. Olhei no meu relógio de pulso e constatei que já passava das 17 horas e segundo meu estomago falante eu tinha que comer.

Não queria sair do quarto, não queria ver ninguém e a solução era bem simples, serviço de quarto.

Liguei para pedir o jantar e me avisaram que em mais ou menos 20 minutos chegaria.

A fugitiva perfeita - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora