Capítulo 6

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Oiii! Só lembrando que quem quiser participar do grupo de whatsapp é só ir no meu perfil, ver minha publicação e responder lá com o DDD+ número e o nome.

Bora ler?

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Sam

   Acho que fugitiva deveria ser meu sobrenome.

   Na última semana foi a única coisa que eu fiz, fugir. Por sorte eu não peguei mais nenhum voo com o meu odiado piloto, mas isso não me impedia de cruzar com ele no caminho.

  Nesse meio tempo ainda tive que aturar aeromoças sem conteúdo, conversinhas e fofoquinhas sobre Erick, como quem ele pegou, quem deixou de pagar.

   Também fui alvo de piadinhas e indiretas.

   Se tem uma coisa que eu detesto, é indireta. Porque não vem falar na minha cara o que quer?

   No fim da semana, eu parei o grupinho de aeromoças no banheiro que estavam rindo de mim porque eu não estava usando maquiagem, como sempre. A líder era a ruiva que estava se atracando no banheiro com Erick e foi a ela que me dirigi.

  -Qual problema de vocês?

  Perguntei séria sem me mostrar exaltada.

  As outras duas riram enquanto a ruiva me encarava com cara de sonsa.

  -Eu não tenho nenhum, mas parece que você tem.

  Apontou pra mim. Como eu queria quebrar aquele dedo!

-Ah eu tenho? Então eu acho bom mesmo você me convencer que eu tenho, porque se eu considerar que vocês estão falando de mim pelas costas sem motivo algum, eu vou resolver esse problema rapidinho.

   Abri bem meus olhos enquanto falava. A ruiva engoliu a seco, mas não se intimidou de primeira.

-Você não deveria estar aqui, é totalmente fora do padrão e é muito antipática.

  Respirei fundo.

-Esse é meu problema? Não ser clone de vocês?

  Insisti porque sou boa e queria dar uma chance.

  -Estão dizendo por aqui que Erick tem falado de você. Eu sei o que ele quer, e o que ele vai ter e depois esquecer. Não se ache tão especial, Samara, você é só mais uma e nem é de categoria.

  Como é que é o negócio, minha filha?

  Dei uma última respirada, voltei a olhar nos olhos de todo mundo.

  Era isso que eu queria evitar. Eu sabia que quando eu tivesse qualquer relação ou trato com aquele imbecil seria difamada, seria mais uma, mas parece que só ficar na minha não estava adiantando muita coisa.

  Eu tinha que resolver isso agora mesmo.

  -Sobre os boatos, eu vou dizer que são falsos, porque essa é a verdade, mas sabe o que vai acontecer agora?

  Dei um passo pra frente e elas pra trás.

-Vocês vão parar de me perturbar. Vocês vão parar de falar de mim e se possível vão parar até de me olhar.

  - E porque faríamos isso?

Uma loira que estava logo atrás perguntou me desafiando.

-Não sei se vocês tiveram o prazer de ouvir essa informação a meu respeito, mas eu sou cigana, vocês sabem o que é isso? Eu sei como fazer a minha palavra valer a pena sem ao menos encostar em ninguém e sempre deu certo pra mim.

  Cruzei os braços e esperei as reações de medo.

  Mas a ruiva era persistente.

-Você está brincando comigo e eu não acredito nessas coisas.

  -Você quer prova? Eu não me importo nem um pouco em provar isso a vocês. Eu consigo ver seus futuros e nele, dependendo de suas escolhas, uma de vocês podem ter um nariz quebrado, um olho roxo. Se serve de conselho, cuidado com o que vocês falam por ai, eu não dou segundas chances.

  Dei as costas pra elas e saí.

A partir da segunda semana tudo mudou completamente. Elas simplesmente me deixaram em paz.

  Eu percebia alguns olhares atravessados de outros funcionários as vezes, mas todo mundo passou a me evitar e eu podia agradecer.

   Foram três semanas fugindo até o dia em que eu estava atravessando o saguão do aeroporto, com pressa, atrasada para meu horário.

  Morar longe do trabalho estava me causando problemas e eu nem tinha um carro ainda. Nesse dia houve um acidente engarrafou tudo e eu me ferrei.

   Eu estava quase chegando onde queria quando de repente colidi com alguém e minha bolsa caiu no chão. Eu teria caído também se não tivesse me segurado.

-Ih, me perdoe, eu estava atrasa..sado.

  Era o copiloto que agora sorria pra mim.

-Você..

  Falei.

-Eu!

  Ele disse sorridente e satisfeito com nosso dialogo estranho.

-Prazer, Noel!

  Estendeu a mão pra mim, eu olhei pra ela, pra ele, cerrei os olhos.

-É natal e eu não fiquei sabendo?

   Não continha humor na minha pergunta, mas ele riu mesmo assim.

-Eu não mordo.

Falou tentando me incentivar.

-Mas eu mordo. Eu sei quem você é. É o braço direito do afetado. Faça o favor de ficar longe de mim!

  Ele começou a gargalhar novamente.

-Você é engraçada. Foi um prazer te ver, Samara.

  E seguiu seu rumo. Eu não entendi sua reação. Fui grossa, ofendi seu amigo e ele riu pra mim.

   A notícia ruim? Eu estava ainda mais atrasada e pelo visto o piloto da vez era o próprio.

  Entrei no avião correndo e graças a Deus cheguei estourando cinco minutos apenas. Ajudei as outras a preparar tudo e me posicionei para esperar os passageiros.

   Erick

A fugitiva perfeita - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora