Coitada da Sara, tudo de ruim acontecendo com ela, o que falta agora?..
-Eu não vou sair do meu emprego Daniel!
-Ah vai- ele rosnava- e vai ser hoje, e sobre a sua mãe eu mandei desligarem os aparelhos, vamos enterrá-la logo e ponto final!
Parei sem saber o que fazer, sem saber o que pensar, a minha mãe sem os aparelhos? Como ele pôde fazer isso?
-Você é um desgraçado, eu não aguento mais, eu vou embora pra nunca mais voltar.
-Repete e eu quebro todos os seus dentes, o enterro é amanhã!
Não sei o que aconteceu, só vi tudo escurecer.
Acordei no chão no mesmo lugar onde estava antes de desmaiar, o Daniel não estava em casa, eu chorei, perguntando a Deus o motivo desse castigo, sempre fui uma boa filha, só briguei uma vez com o menino da faculdade, mas ele passou a mão em mim, mas isso não é o motivo.
Fui pro meu quarto, que era o da mamãe, agora durmo aqui quase todos os dias exceto quando o Daniel quer me comer como diz ele, separei um vestido preto rodado, que a mamãe me fez antes de adoecer e como eu não engordei, ele cabia perfeitamente em mim, olhei minha bolsa, e lá estava aquela caixinha rosa, eu não vou olhá-la, não agora, tinha que ser a Tess!
**
Acordei mais triste do que o normal, se bem que eu não me lembro de como é ser feliz, tomei um banho relaxante e coloquei o vestido da mamãe, peguei um sapato fechado preto, prendi o cabelo num coque e estava pronta;
O velório foi lindo, eu chorava mais que tudo e todos, ainda bem que não pus maquiagem, o padre falou algumas lindas palavras e depois de todos nos despedirmos ( quando digo todos, digo, eu o Clóvis, a Tess, a Deize e o David), era hora de descer o caixão, a cada descida, uma onda de raiva passava pelo meu corpo, afinal a culpa é dele, e ele nem veio se despedir da minha mãe.
Terminada a cerimônia eu me despedi dos meus amigos e do Clóvis e fui pra casa, estava soltando ódio pelos ouvidos, cheguei em casa e ele não estava, fiz a comida e deixei o prato dele separado, coloquei metade do vidro da pimenta e um pouco de choio pra tapar o cheiro da pimenta, então fui tomar meu banho, olhei pro lixo do banheiro e me lembrei que eu deveria estar menstruada, saí do banho e peguei a minha bolsa, e voltei pro banheiro trancando a porta, vai saber, peguei a caixinha rosa e a minha consciência gritava você não pode ficar grávida, o que seria da criança? Eu sei que não estou, então fiz o xixi na vasilha e deixei o bastão ali enquanto esperava os 5 minutos.
Parecia uma eternidade, mas enfim quando passou os minutos pedidos da caixa, peguei o bastão, e tinham..não.. eu sabia, meu deus um filho e agora? Ele vai matar nós dois! minha consciência gritava, e eu queria não ter ela nesse momento. Sentei no chão do banheiro pensando e olhando aquele pequeno bastão rosa, peguei o segundo e refiz, esta feito, estou grávida.
O Daniel chegou e me chamou, coloquei os testes na bolsa e enrolei no meu jaleco, e fui esquentar a sua comida, é hoje...
-Sua vagabunda, aaah minha boca, eu mato você eu mato você hoje- vi seus olhos se transformarem, eu não pensei que chegaria a esse ponto a sua fúria, mas eu não podia deixar que ele me tocasse, não seu eu quisesse salvar o serzinho que crescia dentro do meu ventre - você nunca me viu com tanta raiva sua.. sua.
Ele correu em minha direção mais eu corri, e ele me segurou, suas mãos quase arrancaram meu braço fora e ele me jogou na estante me fazendo cair, e veio novamente para cima de mim, então eu peguei uma garrafa de cachaça que tinha ali e dei em sua cabeça com força a fazendo quebrar, e ele cair desmaiado.
Eu rodei por uns 4 minutos e depois resolvi amarrá-lo, afinal se ele acordasse eu poderia fugir, fugir isso, é isso! Corri pro quarto e peguei a mala, pondo todas as minhas roupas e alguns sapatos, peguei sua carteira e tirei todo o dinheiro e o seu cartão de crédito já que eu sabia a senha, peguei minha bolsa no banheiro e chamei um táxi, rodei por mais 5 minutos quase me arrependendo do que estava prestes a fazer, mas agora não depende só de mim, eu tenho que fazer isso, pagarei o preço que for pra ver o seu sorriso, pensei com a mão na minha barriga.
O táxi buzinou e eu abri a porta, depois de colocar a mala dentro do carro entrei em casa novamente e ele estava acordando, pensei que teria medo, mas ele foi substituído pela raiva
-Me solta sua ..
-Calado!- dei um tapa em sua cara com toda a força que tinha- eu vou sumir, você nunca mais vai encostar em mim!
O táxi buzinou, e eu sai, deixando-o falando e gritando sozinho
-Pra onde senhora?
-Aeroporto por favor!
E segui, aproveitando o surto de coragem que me restava, seja o que Deus quiser, sei que a mamãe onde quer que esteja está cuidando de mim.
Revisado
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O valor de um sorriso (COMPLETO) EM REVISÃO
RomancePLÁGIO É CRIME Obra registrada na BN. Ele era diferente, não bebia ou fumava, mas agora, eu não o reconheço, e o pior agora não é só a minha vida que está em perigo. Eu não era feliz, mas ele me tratava bem, mas de uns anos pra cá, ele começou a m...