Capítulo 1

19.4K 1.2K 62
                                    

(gente só pra visar, essas receitas médicas não são verdadeiras, então não se auto-mediquem) curtam nosso primeiro cap..

**SARA**

Estava terminando o banho da mamãe, e já ia sair para trabalhar, era difícil só com o meu dinheiro e o do Daniel, as vezes quando ele chegava, eu sentia um cheiro de álcool, mas quando falava, ele dizia ser os amigos que bebiam por perto, eu nunca gostei de bebidas.

Dei um beijo na mamãe que me sorriu com os olhos, e a entreguei seu alarme, era uma caixinha com um botão, quando ela apertava, meu celular tocava e eu sabia que ela não estava bem, como já tinha conversado com meus chefes sobre isso eu tinha passe livre.

Segui para o hospital, eu tinha me formado, era o orgulho da minha mãe, terminei a faculdade com 22 anos e já morava com o Daniel, eu estava cumprindo o plantão da Deize, minha chefe, ela pediu e em troca folgaria por uma semana, eu estava cuidando de uma senhora de 78 anos, ela era uma simpatia, e eu a tratei com todo o carinho que tinha, como sempre.

-Olá senhora Ana, vamos ver essa pressão?

-Oh sim, minha querida, mas eu acho que ela ainda está alta, ela não me obedece.

Sorri com o seu jeito descontraído, e logo depois voltei com seu remédio.

-Minha querida você poderia liberar o meu netinho? Eu queria vê-lo mas na hora da visita ele tem aula.

-Sabe que não posso Ana.

ela fez uma carinha triste e assentiu, ficou assim o resto do dia. Depois dela tive mais 3 pacientes que estavam em quimioterapia e tive de fazer seus exames de rotina, depois fui ver os meus pacientes, já tinha certa intimidade com eles, era o seu Zé, que estava com o parafuso na perna devido a suas brincadeiras com moto, ele sempre vinha pelo mesmo motivo, já tinha 34 anos e ainda sim agia como se tivesse 18, a Bete que era uma menininha adorável que tinha leucemia, ela tinha 7 anos e eu ficava triste por ela, mas não por muito tempo, ela apesar de sua pouca idade, parecia entender a doença e aceita-la, e por fim tinha o birrento como eu o chamava, era Sebastian, ele brigava comigo por tudo, se eu fosse aferir sua pressão, tirar seu sangue, mas eu sabia que no fundo ele gostava de ser chamado de birrento pois sempre sorria pelas minhas costas.

-Cadê aquela princesinha linda que estava aqui?- falei depois de cumprir minha tarefa com o Zé.

-Estou aquii, você não me viu?- falou depois de quase me derrubar com seu abraço.

-Claro que vi minha linda, vamos cuidar desse bracinho?

-Eu não quero furar hoje Sara, só hoje por favor- choramingou, eu sei que dói e ela é apenas uma criança.

-Vamos fazer assim, se eu fizer você não sentir nenhuma dor enquanto toma o soro e tira o sangue, você me da um beijo daqueles bem demorados cheios de baba de pirulito?

-Sim Lalinha, você é a melhor médica que existe, mais eu não babo.- falou novamente me abraçando, só ela me chamava assim e seus olhinhos alegres contagiava a sua mãe que me agradecia de longe.

Dei uma olhada em volta e sabia que era errado mas peguei 15mm de anestesia local da Deize e dilui com o soro, quando a furei ela sentiu, mas logo injetei e ela relaxou fazendo seu sorriso dominar seu rosto, fiz o que tinha que fazer e depois falei a mãe dela que pegasse gelo e fizesse compressa, pois a anestesia, só tirava a dor e o gelo ajudaria as veias a descansar.

Fui pra casa e tomei um banho, estava exausta por cuidar dos dois turnos, mas fazer o que né, dei um banho na mamãe e fiz papinha de chocolate pra ela, mas sem glúten, depois a deixei na cama e dei um beijo em sua testa. Fui esquentar a comida pois já estava na hora do Daniel chegar, nós já não estávamos como antes, ele evitava me tocar e dormia sem me dar um beijo, isso já vai fazer um mês, mas não penso nisso, deve ser o trabalho, ele é consultor de imóveis.

arrumei a casa e esquentei a comida, já estava morta quando me deitei no sofá, acho que dormi pois acordei com os gritos de Daniel, eu não acredito, ele estava bêbado.

-Não acredito que você esta dormindo na sala com essa roupa!- ele me gritava mas eu estava com o meu conjunto e ..em casa

-Daniel meu bem, você bebeu?

-Não eu não bebi, eu cheirei e fiquei assim, agora bota minha comida que estou com fome!- fiquei parada o observando, mas ele gritou fazendo eu pular de medo, eu nunca o tinha visto dessa forma.

Coloquei sua janta e ele comeu, depois de lavar os pratos e limpar toda a cozinha, fui acalmar a mamãe que quando me viu fez que ia chorar.

-Calma mamãe, não fica assim- eu não podia chorar, tinha que ser forte ela não estava bem.

Ela me acanhava em seus braços frágeis, me deitei ao seu lado e fiz carinho em sua cabeça ate que dormisse, cantando musicas de ninar que ela gostava. Fui de encontro a Daniel que já tinha saído do banho e estava em nosso quarto, me deitei e logo ele começou a me tocar, eu não queria, não queria com todas as forças do meu corpo, mas ele me deu um tapa na cara que eu tinha certeza que marcaria amanhã

-O..oque você fez?- disse segurando o lugar onde ele tinha dado o tapa

-Você é minha mulher entendeu? Quando eu digo que quero transar com você, você abre essas pernas entendeu?

-Você bebeu, eu não o quero desse jeito!- grite e ele fez menção de me dar outro tapa e eu logo me calei começando chorar.

-Vou falar de novo- ele disse tirando a toalha e vindo em minha direção- quando eu falar que quero você abre as pernas entendeu?- disse segurando meu queixo e o apertando com força.

Pensei em batê-lo mas lembrei que minha mãe estava muito doente e que eu não a teria por perto se ela se estressasse devido a sua hipertensão, então eu apenas assenti, sentindo nojo daquele homem que não era o Daniel que eu conhecia..eu acho.

-Boa garota

E então ele abusou de mim, sim abusou, eu não o queria, mas ele o fez, e a cada toque dele eu chorava mais e sentia uma repulsa enorme, logo ele terminou e foi dormir, eu esperei e me levantei para tomar um banho e chorar sossegada, eu não sabia o porque daquilo, o porque da bebida, eu sentia tanto medo, ele nunca me bateu. Deixei a água me ninar e depois fui dormir ao lado daquele homem que eu nunca perdoarei.

Revisado

O valor de um sorriso (COMPLETO) EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora