Capítulo 20

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**SARA**

Acordei com fortes cólicas e gritei, o Enzo apareceu e eu me perguntei como ele foi parar ali, mas não liguei pois a dor estava me matando.

- O que foi? O que está sentindo?

Eu só sabia gemer e se meu filho.. não a dor era grande e eu não vi mais nada.

Acordei novamente com a dor ainda me rasgando e percebi que estava em um carro, lágrimas vinham descontroladamente e o Enzo estava atônito e pude ver o desespero em seu olhar, com muita luta consegui dizer.

- Por favor, dói muito, protege el...

Senti tudo escuro novamente, já tinha perdido noção do tempo, só me lembro de acordar numa cama de hospital e sem dor, o Enzo dormia ao lado da minha cama, numa cadeira eu ia admira-lo mas logo lembrei de meu bebê, e o medo tomou conta de mim, não me importa se eles souberem ou não, é o meu bebê!

- Enzo, por favor acorda.

Pude ver seus olhos se abrirem relutantes mas logo em alerta quando me viu.

- Você está bem?

- Como? Ele está bem? Por favor diga que sim.

Disse em meio as lágrimas. Ele me olhou com uma expressão diferente.

- Sim, está tudo bem bem com seu filho.

Chorei mais ainda com as mãos em minha barriga, dando graças por ele estar a salvo.

- E a dor, o que foi aquilo?

- Teremos bastante tempo para conversar, mas cadê o pai dessa criança?

Gelei! O o Daniel nunca vai saber dele.

- Somos só eu e o meu filho.

- Você está me dizendo que está grávida e que não sabe do pai?

- Estou falando que eu sou o pai e a mãe do meu filho, por favor, não insista.

- Tudo bem.

Seu rosto se suavizou mas dava pra ver uma ruga se formar em sua testa, dormi mais um pouco e logo recebi a visita do Sr.Lauro ele estava com minha mão em suas mãos como se eu fosse pequena e eu me senti acolhida.

- Oi minha linda, como estão vocês?

Perguntou ele referindo-se a mim e ao meu bebê.

- Estamos bem, eu acho, assim que ter alta irei trabalhar, fique tranquilo.

- Você vai se cuidar.

- Quando sairei daqui?

- O Lorenzo disse que teria alta quando ele arrumasse um hotel melhor pra você.

- Mas eu não posso.

- Fique tranquila, apenas relaxe.

- Não sei como agradecer.

- Apenas fique bem.

Ele se despediu e me deixou sozinha na sala, fiquei conversando meu filho,- você assustou a mamãe e ainda contou o segredinho pra todo mundo ,seu gaiatinho - e alisei minha barriga. O Enzo voltou mais tarde e disse que eu ficaria naquele hotel, mas em outra suíte, aquele era muito caro, pensei, mas não vou reclamar, eu teria alta no outro dia e teria de ter uma conversa com o meu chefe sobre isso assim que saísse do hospital.

O outro dia logo chegou e eu saí dali me sentindo nova e intacta. Começaria o trabalho na segunda feira, e estávamos na quarta, ou seja, tenho um tempinho pra me ajeitar, o Enzo me levou pra minha suíte e fiquei besta lo tamanho, era um pouco menor do que o dele, mas ainda sim, exageradamente enorme, confesso que ele tem se mostrado um chefe incrível e nem se parecia com aquele idiota.

- Entre- disse ele e eu entrei no meu novo e temporário apartamento- senta.

Sentei no sofá e ele sentou à minha frente impassível.

- Bom Sara, desde o dia do elevador eu estava intrigado com você - disse ele me olhando nos olhos e me enviando arrepios por todo o corpo - mas daí você está grávida e eu não sei o que pensar.

Ue eu não devo satisfação a ninguém, muito menos a ele.

- Você não tem o que pensar, sou uma funcionária e vou trabalhar nisso da mesma forma que trabalhei a minha vida toda, e se não poder eu posso ficar na casa da Fanny, eu já disse pra não se preocupar.

- O problema é esse. O médico me disse que você tem vários hematomas, o que houve? Porque tem tanto roxo em você?

Ele perguntou e eu me senti mal, aquilo era confidencial, ele não podia, senti meus olhos marejarem mas eu seria forte.

- Isso não interessa En.. Lorenzo.

- Sara, a sua gravidez é de risco - ele disse e eu deixei uma lágrima escapar - não chore, apenas se cuide, se precisar ligue, na sua geladeira tem todos os meus números.

- Obrigada.

Disse levando ele até a porta, ele me olhou antes de sair e pude ver a tristeza ou decepção em seu olhar, aquilo me deixou mal.
Eu não devia nada aquele homem, mas eu me senti mal por ele ter me olhado daquela forma, assim que ele saiu as lágrimas desceram e eu não queria segura-las, meu filho, pensei lembrando do que ele falou, sua gravidez é de risco, eu morro mas salvo meu amorzinho. Chorei mas senti fome, então fui a cozinha e em meio as lágrimas sorri, vendo o papel com seus números, na sua caligrafia perfeita de menino pequeno e obediente.
Abri a geladeira e quase choro de felicidade, ele tinha estocado muitos doces, e tortas, peguei o interfone em meio ao transe e liguei pra ele que atendeu no segundo toque.

- Quem ainda usa o interfone?

- Ta me chamando de velha?

Pude ouvir o seu sorriso.

- Oi anã maluca.

- Olha aqui seu idiota tirado a..

- Grandalhão, eu sei.

- Eu só liguei pra agradecer as super comidas xau.

E desliguei, ataquei a geladeira e comi como nunca, amei tudo, mas não demorou muito pra a pior parte de estar grávida chegar, botei tudo pra fora, como aqui agora é minha casa, disse tentando acreditar na minha mansão, arrumei a cozinha e fui olhar o andar de cima que pra mim ainda era desconhecido. Tinha três quartos, pra quê isso tudo? Olhei um deles imaginando o meu pequeno, eu tenho certeza que é menino, esse seria o seu quarto, ao lado do meu. Fui ao quarto do lado, era o maior, e tinha um guarda roupa enorme e nas cores preto e lilás, coloquei o puff na frente dele e comecei a desfazer minha mala, deixei o quarto do meu jeitinho, se bem que decorar esse apartamento vai ser quase impossível, de acordo com esse tamanho, tomei um leite quente para meu amorzinho ficar forte e fui dormir, depois de limpar a pia é claro.

Revisado

O valor de um sorriso (COMPLETO) EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora