Depois do desaparecimento de um avião perto da Malásia, barcos de busca de todo mundo saíram pelos oceanos Índico e Pacífico em busca dos destroços. Um desses barcos se perdeu e seus três tripulantes acabaram atracando numa ilha repleta de nativos c...
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"Quem possui poucas forças tem de tomar precauções em todos os lugares contra possíveis ataques; quem tem muitas tropas compele o inimigo a preparar-se contra seus ataques" – Sun Tzu, A arte da guerra
Ferrus passou a noite no barco escrevendo no notebook. Camperine e Watt ficaram observando a vida dos nativos e estavam até confusos se eles eram mesmo nativos. Os dois passaram horas inventando significado para aquela situação esquisita que eles presenciavam.
- Acho que eles são ETs. – disse Watt
- Hahaha! Você é muito clichê! Vai, tenta de novo, você pode fazer melhor do que isso!
- Você sabia que todos nós somos ETs? Somos todos poeira de estrela.
- Hahahahaha! Valeu, Discovery Chanel!
- Hahaha! Então tá! Me dá a sua ideia.
- Eu acho que esses caras fazem parte de um cartel internacional de drogas. Fazem não, faziam. Eles plantavam maconha aqui, mas acabaram fumando tudo e ficaram verdes. Aí, eles entram naquela sala doida que a gente foi, ganham essa caixa azul e guardam os beques dentro dela.
- Será?
- Hahahahaha! Claro que não!
- Mas, Camperine, a gente também ganhou a caixa azul.
- É verdade!
Os dois resolveram dar uma olhada melhor nos presentes que receberam dentro do oráculo. Não entendiam o propósito de uma caixa que era impossível de abrir. Hermética, ela não fazia o menor sentido para aqueles dois. Naquele momento, no entanto, Watt sentiu algo sobre seu encontro com a mocinha nativa.
- Camperine, não sei. Acho que isso aqui é algo para ser usado num momento específico. – disse ele
- Como assim? Como você sabe?
- Eu sinto isso. Não sei como eu sei isso. Só sinto.
- Sente? Você não é disso! Você mal é capaz de distinguir dor de cabeça de dor de barriga.
- Pois é! Mas isso eu sinto. Acho que foi ela quem me disse. – argumentou Watt, apontando para os arbustos.
A nativa apareceu justamente naquela hora. Acenou para Watt como se pedisse para ele chegar mais perto dela. Ele levantou-se rapidamente e os dois ficaram em pé por alguns segundos antes de partirem para outro local.
Camperine observava a cena distraído com um leve sorriso no canto da boca e sentiu uma mão tocar seu ombro.
- Porra, Ferrus!
- Calma, Campa! Tá devendo? Cadê o Watt?
- Foi comer a nativinha. Saiu cheio de carinho fazendo cara de traquinagem.
- Mais fácil ele voltar falando que fez ajudou ela a fazer a feira.
Watt sentou-se e disse a Camperine que estava preocupado. Foi a primeira vez que algum deles sentiu o clima pesado de estarem presos numa ilha.
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