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Cerca de um mês se passou. Algumas coisas mudaram, outras permaneceram iguais.

Estou cada vez mais próxima do André. Ele é uma caixinha de surpresas e para além disso, é um amigo que todos deviam de ter. É bastante compreensível, educado, um bom ombro amigo e hiper adorável.
Costuma vir bastantes vezes cá a casa, o que desperta uma enorme felicidade no meu irmão Pedro, que acredita seriamente numa futura relação entre mim e o André.

A faculdade já começou, estou dentro da matéria e pretendo estar até ao final do ano, sem me sentir perdida em certas cadeiras. Por vezes, no meu horário de almoço, costumo ir ter com o André a um restaurante (isto quando estamos num horario compatível).

Falando em André, estou neste preciso momento a convencê-lo em ir comigo amanhã, ver o jogo do Benfica.

Va lá, não podes recusar. Eu ja comprei bilhete para ti." Voltei a argumentar.

"Emy, mas é o Benfica..." Suspirou

"André, mas sou eu que te estou a pedir. Não sou uma pessoa qualquer."

"Tens razão, otária. Eu vou contigo e vamos no meu carro. Trata de estares pronta às 15h, vou-te buscar."

"A essa hora devo de estar a sair da faculdade. Era mais fácil ires lá buscar-me. O que achas?"

"Por mim é igual. Mas sendo assim às 15h estou lá."

"Oh, e se não quiseres conduzir na totalidade a viagem, eu ofereço-me!"

"Não. És uma doida varrida, não conduzes o meu menino."

"Fiquei triste. Mas enfim André, número um: gostas de mim na mesma, seja eu uma doida varrida ou não, e eu não o sou; número dois: eu conduzo bem!" Resmunguei.

"Claro que gosto, não duvides disso! Eu conduzo melhor, Ema... Ambos sabemos disso."

"Eu também gosto, estúpido. Diz-me as horas, estou com preguiça para as ver."

"Tens preguiça para tudo, é impressionante." Riu-se. "São 23:17. Já está na hora de ires dormir, amanhã tens aulinhas."

"Não me lembres disso, o fim de semana passou tão rápido, custa tanto. Mas também não fales muito, amanhã também tens de acordar cedo."

"True." Suspirou.

"Fala-me desse suspiro."

"É incrível como passo de bestial para besta, enfim." Lamentou-se.

"Então? O que se passa?"

"As minhas fotos do instagram, especialmente a que publiquei hoje, estão com comentários bastante negativos, só porque não tenho marcado nenhum golo. Isto está a afectar-me demasiado, Ema."

"Não te podes deixar afectar por algo tão ridículo. Tu és um futebolista tão bom, e não é por marcares ou deixares de marcar que isso irá mudar. Os adeptos têm duas maneiras de ser: os melhores adeptos de sempre, bastante amáveis e afins; e os piores adeptos, se não marcas: já és a pior pessoa, já não mereces estar num clube específico. No entanto, eles pensam que ao se tornarem nesse tipo de adeptos, estão de certa forma, a tentar fazer com que vocês comecem a marcar golos. O que eu acho ridículo fazerem tal coisa. Todos nós temos sentimentos, todos sofremos. Não fiques assim por tal coisa, não mereces."

"Obrigada Ema, really! Sou um sortudo por te ter comigo. Sabes sempre o que dizer e sempre no momento certo."

"Não tens de agradecer, seu enorme. Irei estar sempre aqui."

"Pena não seres portista."

"Tinhas de vir. Já estava a estranhar a ausência desse comentário." Bufei.

"Irei oferecer-te a minha camisola do Porto. Aposto que te vai ficar super bem."

"Qualquer coisa me fica bem, apesar de não achar tal coisa em relação à camisola. Bem, estou a gostar muito da conversa, mas tenho de ir dormir."

"Também tenho de fazer o mesmo. Dorme bem, benfiquista. Adoro-te."

"Adoro-te."

Between fields || A.S PARADAOnde histórias criam vida. Descubra agora