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O significado de férias mudou por completo conforme os tempos. Sim, porque enquanto andas na universidade, as férias são sinónimo de estudares arduamente. Mas honestamente, até tenho gosto de estudar visto que estou a estudar algo que gosto. Caso estivesse a estudar algo que não fosse capaz de me despertar interesse, iria ser tão mais complicado. Como é possível conseguir estudar algo que não se gosta?!

É Véspera de Natal e eu ainda não acabei de fazer as compras... Falta-me a prenda do André, do Pedro, da Raquel e de duas primas minhas. São 16:50 e estou a tentar estudar enquanto o André se encontra no meu quarto.


"Já podes fazer um intervalo para me dares atenção?" Resmungou o André.

"Oh André, está quase. Sê um pouco mais paciente..." Respondo.

"Estás farta de estudar, bebé. Vamos sair." Suspirou. "Não tiveste saudades nestes três dias em que estive fora?"

"Desisto." Bufei. "Não dá para estudar contigo aqui. E sabes bem que morri de saudades."

"Não tens de fazer compras? Assim estamos os dois juntinhos e largas um pouco os estudos."

"És um chato."

"Gostas bastante do chato." Abraçou-me por trás. "E é por gostares bastante que vais imediatamente comigo para o centro comercial." Riu-se.


Já são 18:10, estou super atrasada. A minha família chega a minha casa por volta das 19:30, ainda tenho de ir a casa do André e ainda me falta comprar a prenda dele.

"Amor, enquanto eu vou comprar a última prenda, podes ir buscar uma água?" Perguntei.

"Sim, depois ligo-te para saberes onde estás." Beijou-me.

Para além de lhe dar uma moldura com uma foto nossa, irei oferecer-lhe um relógio. Entrei na Bluebird e andei à procura do relógio perfeito para o meu namorado. Vi um preto da Police, super bonito e um pouco caro, mas graças a Deus tinha desconto e o preço seria um pouco mais acessível, paguei e fui ter com o André que já se encontrava no estacionamento.

"A donzela já comprou tudo?"

"Já, baby. Podemos seguir caminho para tua casa."

"Vamos lá, que a minha mãe já tem mais saudades tuas do que minhas." Gargalhou.

Soltei um suspiro e perdi-me em pensamentos. Será o primeiro ano sem a minha mãe, e até hoje nem uma chamada atende... Tenho saudades dela e tenho esperança que ela me ligue.

"Então?" Perguntou-me o André tirando os olhos da estrada.

"Vai ser o primeiro Natal sem ela." Respondi.

"Não penses nisso, amor."


Hoje a casa irá estar cheia. Enquanto esperamos a chegada da minha família, sento-me na sala na companhia do meu pai e dos meus irmãos.

"Isto é estranho e triste ao mesmo tempo. É o primeiro Natal sem a mãe." Comentou o Pedro.

"Felizmente eu estou aqui para vocês, não vamos ficar tristes por causa de tal." Suspirou o meu pai após falar.

"Exato, a mãe sempre quis a nossa felicidade, portanto..." Tiago acrescentou.

"Ela hoje irá entrar em contacto connosco, é preciso ter esperança." Falei.

"Já perdi a esperança após todas as chamadas que lhe fiz e ela não as retribuiu." Pedro desabafou.

Felizmente, somos interrompidos pelo som da campainha. Levantei-me do sofá e fui abrir a porta.

Between fields || A.S PARADAOnde histórias criam vida. Descubra agora