Between fields || A.S PARADA

• eleven •

Tanto uma mãe como um pai são pilares essenciais para alguém. O amor por ambos é igual e hoje, não seria quem sou se não tivesse o apoio e a ajuda dos meus pais.

Vejo-me perdida em pensamentos. Recordo agora o dia em que discuti com a minha mãe por ela estar mais tempo fora de casa e apenas focada no seu trabalho. Essa pequena fase afectou-me bastante porque eu sempre fui apegada à minha mãe. Se fosse com o meu pai, também me iria afetar e bastante.

Não imaginava, nem por sombras, que um dia os meus pais estivessem perante um divórcio. Sempre os vi bastante felizes.

Magoa-me saber que a minha mãe, infelizmente, não via o seu casamento da mesma forma que o meu pai via. E não consigo encarar a tal traição, por alguma razão isso assusta-me. Para piorar, a minha mãe encontra-se fora do país...

Sinto os olhos bastante pesados devido ao choro. Tento virar-me para o outro lado da cama, com o mínimo barulho e o mínimo movimento possível, visto que o André ainda se encontra a dormir.

Posso afirmar que sou uma pessoa sortuda. O André tem um efeito positivo em mim. Ele tem sido a pessoa mais querida e atenciosa que eu alguma vez vi. Eu sinto-me realmente apaixonada por ele. Não só pelo exterior mas também pelo interior. Ninguém imagina o quão maravilhoso ele é. O André é um homem pacífico, atencioso, amável e muito carinhoso. É aquele que ajuda o próximo. Preocupa-se muito mais com o bem estar das pessoas que o rodeiam do que com o dele.

"Emy." Sou acordada dos meus pensamentos por aquele ser humano que eu designo de incrível.

"Hey." Dei-lhe um pequeno sorriso.

"Estás melhor?"

"Ainda não consegui interiorizar tudo o que se passou." Suspirei.

"Parte-me o coração ver-te assim e não saber o que fazer." Confessou.

"Basta estares comigo!"

"Após o que se passou ontem, fiquei com uma questão para te fazer. Porque é que não me contaste o que se estava a passar, logo que vieste ter comigo?"

"Não te queria estar a massacrar com os meus problemas. Estavas a precisar do meu apoio por tudo aquilo que têm dito, por esta pequena má fase."

"Mas o teu caso era mais importante, Ems. Tu és mais importante!" Exclamou.

"Naquele momento tu precisavas do meu apoio."

"E tu o meu, baby."

"Será que o Pedro já leu a carta?"

"Não sei, anjo."

"Tenho medo da reação dele. Só espero que a minha mãe nos ligue hoje..." Falei dando um suspiro longo.

"Vais ver que ela vai ligar." Beijou-me. "Tenho de ir para minha casa, baby. Ficas bem?"

"Já?" Fiz beicinho. "Sim, fico."

"Não me importava nada de ficar aqui mais tempo contigo, mas tem mesmo de ser. Vou a minha casa só tomar banho e vou visitar a minha mãe."