Prólogo: Vazio, o ato de contemplar

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Há um mundo em que não podia se observar nada, nada além do branco do fundo e também cordas de cor prateada livres e vindas de um céu, um céu tão branco que não se dava pra ver a origem destas cordas, pelas mesmas esmaecerem diante deste mesmo céu. Não existia beleza, não existia cenário, não existia cor, não existia vida, enfim, apenas existia o fundo de branco e cordas pratas.

Porém, estas cordas pratas se espalhavam pela terra, que era extensa a ponto de ter um horizonte além do horizonte da vista de uma corda, se esta pudesse ter olhos pra ver. Porém, uma corda, bem escondida entre as milhares ou milhões de cordas pratas, era fora do comum, começando que esta não se encontrava prata, e sim em um lindo tom claro de Ciano. Esta corda tinha um brilho tão claro que mantinha contraste entre este campo de cordas prateadas. Logo mais, esta corda se encheu de energia, e brilhou mais claro ainda quando tal evento aconteceu, e então a ponta visível desta corda se desenrolou em varias, e estas pontas finas foram se desenhando de tal forma em que se assimilou à forma complexa de um humano. E este humano, que era oco por dentro, ficou ligado pela corda em ciano, que está conectada a sua nuca ao além do que se pode ver no céu branco. E então a mesma corda entregou-lhe o dom da vida, e ao recebe-lo, o humano abriu seus olhos, e afastando a franja de cabelo de sua cara, começa a ver o cenário com suas íris de cor idêntica a sua corda.

Este humano, de pé no chão branco, observou as varias cordas pratas que tinham ao seu redor, e seu primeiro ato foi sentar-se e contemplar o cenário que lhe ronda. O recém-formado humano não tinha consciência de nada ainda, porém era de admirar que sua natureza desde aquele momento foi sempre ver a beleza em tudo, não importa se este tudo era bonito, feio, ou no caso nenhum dos dois, ele simplesmente gostava de poder observar e analisar qualquer paisagem. O humano então olha pra cima e vê sua corda brilhante, e fica maravilhado, sua cara ficou idêntica à de uma criança vendo um arco-íris pela primeira vez. De repente, sua corda ciano pulsa, e então o humano ganha a consciência e a maturidade de um garoto de 15 anos, porém mantem sua pureza de recém-formado. Em um instante, o humano levantou-se e disse:

-Então meu nome é Alexander? Acho um ótimo nome, mas acho que vou considerar Alex um belo de um apelido...

Suas palavras ecoaram no branco colossal que era o mundo das cordas...

-Até que este branco é bem legal... - Disse Alex, pensativo e curioso. - Mas ao mesmo tempo é bem simples ao ponto de se tornar chato. Mas felizmente não é nada que não possa melhorar! Vamos ver algumas ideias...

E assim Alex começou a andar, e a ter ideias para que a simplicidade do branco não seja a única coisa que dê para contemplar nesse mundo. Cada pulso na corda de Alex era seguido de uma ideia que Alex tinha ou descartava, e quanto mais pulsos a corda em ciano dava, mais o mundo de Alex parecia muito mais do que apenas cordas pratas pairando em um branco...

The Scenary of Living Dolls among Silver RopesOnde histórias criam vida. Descubra agora