O Filho Do Meu Padrasto ~ Finalizada

36º- Joana

Quinta-feira 10:34 AM

Eu não dormi. Fiquei pensando em tudo o que aconteceu, refleti sobre a minha vida. Pensei no que Guilherme disse e pensei em minhas escolhas e as pessoas.

Jackson - garoto bonito, consegue tudo o que quer, popular, rico, filho de papai. 

Scott - garoto bonito, popular, pegador.

Christian - garoto bonito, pegador, divertido.

Samuel - garoto bonito, esperto, quieto, aconselhador, acolhedor, divertido.

Entre os quatro, o que presta é Samuel, mas não vejo ele além de um amigo. Risco ele da lista. O próximo é Christian, digamos que ele é meio termo, mas só gosta de ficar comigo por diversão. Risco ele da lista. O que me resta é Jackson e Scott, e eu acho que nenhum deles presta.  

Por que é tão complicado tomar decisões? Fazer escolhas sozinha, não ter ninguém para desabafar e falar dos problemas.  Luanda? Não, ela só pensa nela e em seu relacionamento amoroso. Conheço ela a anos e sei como é seu jeito. Aline? Mal a conheço, não sei o seu jeito. Rebeca? Nem pensar. 

Suspiro ainda deitada na cama. Não estou com vontade de me levantar e ir tomar café, estou sem fome. Maria Luíza já foi embora, nem meu pai ou Jéssica vieram me ver, apenas me chamaram para tomar café. 

Tiro as cobertas de cima de mim e me sento na cama com os pés para baixo. Não estou mal pelo que Scott fez, na verdade estou nem ai. Não eramos nada além de ficantes. Levanto-me da cama e saio do quarto, desço as escadas e não vejo ninguém. Estranho de inicio, mas logo voltei meus pensamentos quando sinto minha cintura sendo puxada para trás contra o corpo de Scott. Ele beija meu pescoço e eu me afasto.

— O que foi?— ele me olhou.

— Por que está fazendo isso? 

— Isso o que?

— Você sabe. E a Maria Luiza? O que tem entre vocês?

Scott me vira de frente para ele e segura meus ombros. Olho em seus olhos séria.

— Sarah, eu te amo, ok? A Maria Luiza não é nada comparada a você.

Ergo uma sobrancelha.

— Vou jogar futebol com uns garotos aqui do bairro quer ir junto?

Assenti com a cabeça e ele beijou minha testa. Subi as escadas voltando para o quarto. Vesti uma roupa simples e joguei meu cabelo bagunçado para o lado. Fui no banheiro, escovei os dentes, peguei meu celular e desci as escadas. Scott sorriu e segurou na minha mão. O dia está estranho. Além do céu estar nublado, o que está acontecendo comigo está estranho.

O campo de futebol era na verdade um pequeno gramado que havia em uma parte do estacionamento aberto do supermercado. Tinha alguns garotos já jogando bola. Caminhamos até eles e Scott cumprimentou todos, eu fiquei parada, olhando-os. Quando estavam decidindo os times, me sentei em uma parte afastada deles e fiquei mexendo no celular.

***

Chegamos em casa e eu fiquei sentada no sofá. Liguei a TV e botei no primeiro programa que eu achei legal. Ouvi a porta e levantei-me para atender, assim que abri a porta vi uma garota loira com uma mala de rodinhas ao lado. Sou empurrada forçadamente para o lado por Scott e o vejo abraçar a garota, deve ser Joana.

— Pirralho, quanto tempo! — disse a garota.

Eles pararam de se abraçar e Scott virou para mim.

— Joana, Sarah, Sarah, Joana.

— Oi — digo sorrindo, mas querendo bater em Scott por ter me empurrado.

— Ah meu Deus, eu vi Scott te empurrando você está bem? — pergunta preocupada.

— Oh, sim estou. — sorrio ainda bem.

Ela me abraça e me segura pelo pulso.

— Vem. — Joana me puxa até e escada e grita — Scott, pega minha mala!

Ela me puxou até o quarto de hospedes, fechou a porta e me fez sentar  na cama ao seu lado.

— Pode falar tudo.

— O que exatamente? — pergunto um pouco nervosa.

— Você e meu irmão, eu vi como vocês se comportam um com o outro.

— É tão obvio?

— Eu conheço meu irmão a muito tempo para saber de que tipos de garotas ele gosta mesmo, Sarah, então sim, para mim é meio obvio.