Capítulo 15

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Dezembro se transformou em Janeiro, Janeiro se fundiu com Fevereiro e finalmente fevereiro virou Março. O tempo passou, como ele sempre fazia, como era sempre quando Clarke ainda não tinha se tornado um elemento permanente na vida de Lexa.

Enquanto os meses passavam rapidamente e relativamente indolor, os sonhos dela não mudaram. Foi realmente constrangedor, Lexa disse si mesma. Quando sua colega de apartamento tinha deixado bem claro que não estava interessada em nada além de uma relação profissional, não havia uma razão para ela sonhar com bastante frequência com essa Loira. Mas ela sonhava e muitas vezes o sonho era apenas ela revivendo o beijo que elas tiveram após o natal. Às vezes ela sonha com o mesmo cenário, só que dessa vez Clarke não iria se afastar. Às vezes Lexa ia sentir a maciez da pele de Clarke, a respiração, o sabor dela antes de acordar e ter que esquecer disso tudo e claro, tomar outro banho gelado. Às vezes o sonho seria apenas de Clarke segurando o bebê, uma criança pequena com cabelos loiros e olhos azuis e um largo sorriso. Outras vezes o sonho iria ir em uma direção completamente diferente e seria apenas algo estressante como o trabalho ou sua família, mas a diferença era que Clarke sempre iria estar lá. Era como um dispositivo elétrico em seus sonhos, tinha sempre que estar lá.

Era embaraçoso, ela disse a si mesma, para não ter que mencionar imaturo. Ela sabia como Clarke se sentia, mas de alguma forma, aquilo não parou ela de sentir as coisas que estava sentindo. Mesmo que elas tivessem caído em um ritmo confortável de amizade, coisa que Lexa temia que nunca encontraria de novo depois do beijo.

A viagem que ela fez, mesmo sendo de pouco dias, tinha se tornando um pesadelo. Ela foi em convenções e ouviu palestra de velhos em sua área de trabalho. Mas tudo era sem graça, poderia ter sido emocionante se fosse a alguns anos atrás, mas agora ela sabia exatamente aonde queria estar. Ela pensou no que Clarke tinha falado, sobre fazer coisas privadas em locais privados e pensou que finalmente entendeu o que a Loira quis dizer. Lexa vivia uma vida pública, em casa ou no escritório, tinha sempre algo a ver com o seu trabalho. Porém agora, ela realmente tinha uma vida privada e muitas vezes ela não podia esperar para chegar em casa, mesmo que seja só para ver Clarke cochilando no sofá, enquanto esperava ela chegar. O que por sinal, Clarke ainda fazia. Às vezes Lexa iria sentir os olhos de Clarke nela por muito tempo, as vezes ela falava alguma coisa para disfarçar, nada grande ou afetuoso, mas fazia o coração de Lexa bater como um tambor e a parte dela que ainda estava em negação, se perguntando talvez? Apenas talvez? Essa parte dela, que ela tanto tentou ignorar, se perguntava por que alguém só está interessada em um relacionamento profissional e age desta forma? Elas estavam de volta ao que era antes, ambas dançavam em torno de si sem nunca sequer realmente abordar sobre os pequenos toques e olhares persistentes que mesmo que elas negassem, significava alguma coisa.

Clarke, da maneira mais adorável possível, estava enorme agora. Ela tinha deixado seu emprego sem qualquer tipo de hesitação e agora passava a maior parte do seu tempo no apartamento com Lexa ou na galeria, que, ao que parece, teve sua construção acabada já. A loira tinha levado suas pinturas para o apartamento de Bellamy, para elas poderem ser montadas nas paredes e apenas a visão de uma Clarke estourando de felicidade, tinha sido o suficiente para fazer Lexa sorrir também.

Ela tinha mostrado a Lexa algumas fotos da galeria e Lexa tinha que admitir, ela estava linda. Aparentemente eles estavam retirando todo o entulho da construção e logo em seguida, estariam prontos para colocar os quadros para exposição. Ao longo desses meses, Lexa assistia Clarke fazer alguns desenhos e pintar alguma coisa. Ela descobriu que havia bastante calma só por se sentar em silencio e assistir Clarke. Às vezes ela levaria o seu Laptop com ela, para parecer que não tinha ido para varanda apenas para olhar a loira, ela se sentava de modo confortável, digitava algo enquanto Clarke esboçava no seu caderno ou tela. Estes eram os bons tempos, os pequenos momentos que faziam o dia da existência cotidiana de Lexa.

Feels Like HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora