Capítulo 10

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Estranho, foi a primeira certeza que Clarke teve. Morar em um lugar que tem mais de um banheiro e que a sala não tinha várias caixas espalhadas pelo canto, era estranho mas um estranho eficaz, quando ela era acordada por suas náuseas matutinas e tinha que correr para um banheiro grande e limpo e sem caixas no seu caminho.

Já faziam 5 semanas que ela morava no apartamento de Lexa. Um ritmo confortável já tinha se formando entre elas e toda estranheza tinha se dissipado. Clarke iria acordar um pouco mais tarde, dependendo do seu turno no trabalho. Se ela não estivesse trabalhando, ela iria ir até o armazém para dar uma olhada ao redor, ficar um pouco com Wells e Bellamy, observar a evolução das obras. Ela até ajudava um pouco, equipando o carrinho de mão, transportando algumas telhas ou cimento moído. Eles já estavam no processo de limpar o interior do armazém e dar um aspecto melhor para o ponto de partida.

- Esse lugar está ficando fantástico, você não acha? – Wells disse entusiasmado, na última vez que Clarke tinha estado lá. Já estava quase tudo pronto. Clarke já podia imaginar seus quadros pendurados lá, iluminados pela luz no dia.

- Claro que está – Clarke sorriu, olhando ao redor. – Eu não posso esperar para ver tudo já pronto.

- Ohh! Nem eu – Wells disse, ainda sorrindo e olhando com amor para o armazém. – Vamos precisar da primeira parte do dinheiro esta semana. Tudo bem para você?

Clarke se deleitava com o fato que ela poderia sorrir com facilidade e sem estresse para essa pergunta. – Está sim. – Disse ela, com mais prazer e confiança do que era necessário. O dinheiro estava em sua conta a tempos e Clarke só estava esperando esse momento para mexer nele. – Vou transferir para você essa semana.

- Fantástico – Wells disse.

Se dependesse de Clarke, ela já teria entregado o dinheiro à tempos. Wells tinha tido a ela para espera as obras ficarem prontas, porque eles ainda estavam resolvendo os termos de pagamento dos funcionários. Então, ela esperava e ocasionalmente verificava sua conta só para sentir aquele famoso frio na barriga. Ela fingia ser aquele tipo de pessoa que sempre tinha dinheiro em sua conta, cada vez que ela via os números seu coração batia mais rápido. Seus dias estavam contados agora, ela iria finalmente transferir sua parte,

Ela parou de ajudar nas obras a pouco tempo. Ela nunca deixou Lexa nem sequer sonhar que ela estava nesse lugar e trabalhando durante sua gravidez. Lexa teria entrado em pânico. Clarke achava que Lexa era muito certinha e esquematizada, as vezes ela gostava de pensar que Lexa iria se beneficiar, quando ficasse fora da sua ala de conforto. Ela já conhecia os minis ataques que Lexa dava, ocorria sempre quando Clarke interrompia alguma programação diária que Lexa tinha.

No começo, Clarke tinha tentado evitar perturbar Lexa durante sua estadia. Ela tinha sido muito gentil em deixar Clarke dormi no seu fantástico quarto de hospedes, então era totalmente justificado o comportamento modelo nos primeiros 11 dias.

Clarke não poderia resistir a ligar a TV de manhã, em vez de ligar a estação de música clássica, como Lexa fazia todos os dias. Já tinha ficado claro que a morena tinha esse hábito de muitos anos. Interromper essa programação e ver o olhar de surpresa no rosto dela foi um dos maiores prazeres do dia a dia que Clarke tinha encontrado. Lógico que Clarke não fazia nada grave ou inconveniente, ela mudava apenas pequenas coisas do dia a dia. Como fazer o jantar quando Lexa trabalhava até tarde e Clarke já tinha acabado seu turno. Forçar Lexa a comer seu almoço ou café da manhã na varanda e persuadindo ela a falar sobre seu trabalho.

Por muitas vezes, Clarke se perguntava se ela iria ver esse olhar adorável de confusão e surpresa, se ela contasse de sua arte para Lexa. Mas não, suas pinturas ainda estavam guardadas de uma forma segura, dentro de sua caixa, escondido debaixo da cama.

Feels Like HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora