"I'm having visions of the way it will end. I can see it all now in my head."
Kennedy Curse — The Maine
✘ HELENA ✘
Estávamos bem próximos ao local de onde o helicópetero sairia. Tínhamos continuado a caminhada logo depois de Cody ter levado Michael para longe. Já sabíamos o que aconteceria com ele. Conhecíamos o vilão, conhecíamos o filme.
Chelsea estava devastada e, mesmo que tentássemos, não sabíamos como consolá-la. Ela havia se fechado totalmente. Não queria falar sobre aquilo e também não queria que falássemos. E depois de deixar isso bem claro, Chelsea não abriu mais a boca para dizer nem sequer uma palavra.
— Ouviu isso? — ela finalmente se pronunciou, parecendo preocupada.
— O que? Os zumbis gemendo? — Richard questionou. — É claro que ouvi.
— Não, seu idiota — Mable xingou meu irmão. Parece que ela tinha ouvido seja lá o que Chelsea ouvira. — Preste atenção.
Fiz o que ela disse. Ouvi alguns barulhos estranhos. Com certeza aquilo não eram sons vindos de zumbis. E cada vez os sons ficavam mais e mais altos.
— Estão nos cercando — alertei.
— O que está nos cercando? — Peter perguntou, atento aos barulhos.
— Parece que vamos ter que esperar para ver — Kennedy comentou de modo cauteloso.
— Estão vindo por cima — Brittany apontou.
Então, pude ver um hunter. E não era só um. Segundos depois, outros apareceram. Ah, mas que merda!
— Que sorte eu ter encontrado essa metralhadora com aquele cara da Umbrella — falei.
— E essa doze aqui!
Mable mostrou a espingarda calibre doze em suas mãos. Ele teve que atirar logo em seguida, quando um hunter pulou nela. O monstro caiu no chão, mas obviamente não estava morto. Hunters não morriam facilmente.
— Eu sei como isso vai acabar! — Kennedy resmungou. — Nós vamos todos morrer, exatamentamente como os irmãos Craven.
— Da para você calar essa boca? — gritei, disparando tiros da minha metralhadora contra o outro hunter.
— Apoiado! — Peter gritou.
Por sorte, ou talvez reflexos muito precisos, consegui desviar de um ataque de outro hunter. Bem, talvez não totalmente. Meu braço ardia e eu podia sentir o sangue quente escorrer ali. Estava doendo, sim, mas aquilo não iria me matar. Eu não podia simplesmente largar tudo. Precisava lutar contra eles. Matei mais um. E outro.
Vi um hunter correndo na direção de Kennedy.
— Kennedy, cuidado! — gritei.
Voltei-me para o outro lado, de onde via outro hunter. Apertei o gatilho. A maioria dos hunters que apareceram já estavam mortos. Alguns de nós estavam machucados, mas não tinha como saber se era grave ou não. Só poderia checar isso quando o terror acabasse. O hunter em minha frente foi de encontro ao chão, morto. Não ouvi mais nenhum tiro ser disparado. Era isso! O terror havia acabado.
Virei-me, já com um sorriso no rosto por termos sobrevivido àquilo. Mas o que aconteceu em seguida foi terrível. Eu assisti, imóvel, meu namorado ser perfurado por aquele último hunter. Aquele do qual eu havia o alertado.
— Não!
Gritei em desespero e disparei minha metralhadora. Eu segurei o gatilho até ouvir o clique que indicava que o pente havia acabado. Aquele monstro caiu no chão, morto. Mas Kennedy também caíra.
Corri e me ajoelhei no chão ao lado dele. As lágrimas não paravam mais de sair.
— Helena... — ele sorriu. — Parece que não sou tão bom nessa coisa quanto você.
— Isso tudo é minha culpa — admiti. — Eu vi o hunter vindo e pensei que você desse conta. Eu devia ter atirado nele, Kennedy. Eu deveria ter feito isso!
— Não seja boba. Isso não é sua culpa — esforçou-se a dizer. — A minha arma falhou quando fui atirar. Foi só isso. Helena, olha para mim — pediu e eu o olhei nos olhos. — Não foi sua culpa.
Ele tossiu, cuspindo um pouco de sangue. Eu não podia acreditar. Eu estava mesmo perdendo ele.
— Você não pode me deixar, Kennedy — choraminguei. — Eu te amo.
— Eu amo você, Helena.
Aquelas foram as últimas palavras dele.
Tudo bem. Podia até não ser minha culpa, mas a culpa tinha que ser de alguém. Umbrella Corporation havia criado aqueles monstros. Como eu queria que eles se ferrassem. Mas tudo o que podíamos fazer agora era sobreviver.
— Precisamos sair da cidade — levantei, determinada. Ignorei todos aqueles olhares. — Não, eu não quero falar sobre isso.
Em pouco mais de cinco minutos, chegamos ao local que havíamos anotado. E não é que tinha mesmo um helicóptero. Menos mal. Pelo menos sabíamos que essas horas de caminhadas e as mortes de Adam, Ray, Michael e Kennedy não tinham sido por nada.
— Não temos muito o que planejar, mas precisamos ir silenciosamente até lá e matá-los para pegar o helicóptero — Brittany falou.
— São só três — Chelsea disse. — Não vai ser tão difícil.
Ignorei cada uma daquelas palavras. Saquei as duas nove milímetros que eu carregava comigo e apontei. Caminhei diretamente na direção daqueles três caras.
— É. Tudo. Culpa. De. Vocês.
Cada palavra vinha com uma puxada nos gatilhos.
— Esse é um bom plano também — Mable disse, correndo atrás de mim.
— O barulho vai atrair zumbis e outras coisas — Peter comentou. — Precisamos sair daqui o mais rápido possível.
Entrei no helicóptero, dando de cara com uma mulher. Ela estava toda equipada e tinha o símbolo da Umbrella em seu peito. Chutei a arma para longe de suas mãos e dei uma facada no coração dela.
— Ela era o piloto — Brittany observou. — Quem vai pilotar o helicóptero agora?
— Eu posso fazer isso — Richard se prontificou.
— Era o que eu ia dizer — falei. — Afinal, você tem as habilidades do Chris.
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A Maldição de Craven ✔
ContoEm uma festa temática na noite de Halloween, um grupo de onze amigos é amaldiçoado por três viajantes misteriosos a quem deram carona mais cedo. Intrigas. Zumbis. Armas biológicas. Um supervilão faminto. Não será fácil de sobreviver. Conto escrito p...