Fico sozinha naquele quarto com as mãos atadas.Eu queria tanto que isso fosse um pesadelo.
Será que realmente já avisaram a polícia sobre meu desaparecimento como aquele idiota disse?
MeuDeus!Meus pais devem estar preocupados demais.
Fico perdida em meus pensamentos,e me assusto quando a porta se abre vagarosamente.O rapaz loiro entra sem tirar os olhos de mim.Meu coração acelera por medo do que ele pode fazer para mim.Tento me encolher o máximo que consigo naquela cama.
-Ralaxa.Não vou te fazer nada.-ele diz enquanto sorri discreto.De repente ele olha para a porta rapidamente e volta seu olhar para mim.Num passo largo ele se aproxima da minha cama.-Sei que é difícil,mas colabora mano.-ele diz e sua voz sai quase que num sussurro.
Ele se afasta me deixando aérea.É impressão minha,ou ele tá que querendo me ajudar?
Observo o rapaz mexer na gaveta de uma cômoda velha no quarto.Ele está de costa para mim,mas consigo perceber através dos movimentos do seu braço,que ele está preparando alguma coisa.
Em poucos minutos,ele se vira para mim e eu noto um pano em suas mãos.Será que é o que estou pensando?
-Não vai me fazer dormir de novo,né?-pergunto com medo da sua resposta,embora sei qual é.
-Foi mal.É ordens do patrão.-ele diz.Pelo tom da sua voz,parece não gostar do que vai fazer.-Lembra do que eu disse?Colabora que tudo vai ser mais fácil.
Não sei porque estou dando toda essa confiança a ele,mas sinto uma segurança perto dele e isso é estranho.
-Tá.-abaixo minha cabeça e espero ele colocar o pano em meu rosto.
••♡••
Acordo e percebo que estou dentro de um carro que corre numa estrada de terra cercada por árvores nas laterais.
Olho para o lado e vejo o rapaz loiro,que acho estar me ajudando,mexendo em seu celular.Quem dirige,é o irritante de bigode.
Encosto minha cabeça na janela do carro,já que ninguém me percebeu acordada,vou continuar invisível,é bem melhor.
Fizemos um longo caminho até chegarmos em uma larga porteira.O ridículo de bigode desce do carro e abre a porteira.Em seguida volta para o carro e acelera o mesmo.
O lugar é bonito.É tudo muito verde aqui.Parece que a paz habita aqui,mas acho que vai ser expulsa se depender desses bandidos sequestradores e idiotas por pegarem a pessoa errada e ainda mante-la em cárcere.
-Descem.-ele diz autoritário e eu bufo de raiva por ele se achar tanto.-Leva e deixa ela trancada no quartinho,Leon.
Leon.Então é esse o nome do loirinho.
Leon balança a cabeça em modo positivo e salta do carro.Ele me espera sair e vamos lado a lado em direção a entrada da casa.Ele abre a porta e me dá passagem para entrar primeiro.
Fico deslumbrada quando entro.O lugar é lindo.Olhando de fora,a casa parecia abandonada,mas tendo essa visão daqui de dentro,nem dá para acreditar.Estou na sala.O cômodo é enorme,nele há um jogo de sofá bege em forma de L e seu estofado parece tão macio.Logo a frente do sofá tem uma televisão enorme pendurada em um lindo painel,mais abaixo há um extenso balcão com algumas fotos e um pequeno aquário com um peixinho beta.
Leon me chama atenção e me puxa delicadamente pelo braço.Olho por uma última vez aquela linda sala e me deparo com aquele chato de braços cruzados com uma cara de quem comeu e não gostou.Viro rapidamente o rosto e observo a minha frente.
Entramos na cozinha.Eu não pude observa-la direito,pois Leon foi rápido demais em abrir a porta do quartinho e me enfiar lá dentro.Sento-me na cama desajeitadamente por conta das minhas mãos amarradas.Vejo Leon rir da minha situação.
-Vou te desamarrar.Aqui não tem necessidade pra isso.-ele diz e eu estico rapidamente meus braços em sua direção.Meus pulsos já estão doloridos.
Enquanto Leon me desamarra observo o quartinho.Aqui é tão apertado e um pouco abafando.Também,com a minúscula janela que aqui.Agora entendi por que Leon disse que "aqui não necessidade.Nem se eu fosse um pouco mais magra, conseguiria passar por ali.
-Obrigada.-agradeço quando sinto meus pulsos livres.Leon apenas balança a cabeça sm forma de resposta e fecha a porta e ouço o barulho da chave girar duas vezes na fechadura.
Suspiro por estar passando por isso sem necessidade.
Minha barriga ronca.Da última vez que comi foi pela manhã.Um café rápido na casa da Bruna.Falando nela,será que melhorou?Eu espero muito que sim,mas minha situação é bem pior comparada a dela.E...Ah meu Deus!Eu me lembro em flashes.Celso bateu o carro antes do meu sequestro.Não aconteceu nada de tão grave comigo,apenas um pequeno corte acima da sobrancelha,mas e ele?Como está seu estado?
-Que ódio!-grito com raiva e chuto uma cômoda velha que há ali no quarto.
Eu preciso sair daqui.Eu tenho que fugir desse lugar.
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Agridoce
Teen FictionÉvelyn nunca imaginou que ser melhor amiga da filha do empresário mais rico da pequena cidade em que mora,te levaria a conhecer a pior pessoa do mundo e ao mesmo tempo,o amor da sua vida. O destino é mesmo uma caixinha de surpresas.