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Acordo com muito frio.Me encolho o máximo que consigo,o que não é tanto por conta do meu corpo do dolorido.Sinto pequenos calafrios e o suor escorrendo em minha testa.Meus dentes estão prestes a começarem a se baterem de frio.

Olho para a pequena janela,e vejo que já é dia.Mais um dia aqui neste lugar horrível.

Eu realmente preciso de ajuda médica.Eu já me sentia fraca por falta de comida,agora que apanhei,não consigo nem movimentar um dedo.

Junto todo resto de força que sobrou em mim,e me levanto da cama.Me escoro na parede e caminho até a porta.Respiro fundo e descanso por um rápido instante,e após isso,começo a bater na porta.Dou cada murro naquela madeira que minhas mãos latejam a ponto de começar a chorar sem perceber.

-Mais que caralho!Que porra você está fazendo?-escuto ele gritar.Meu coração congela e o medo me consome.

Não era isso que você queria?Chamar a atenção para ver seu estado?-meu subconsciente grita. 

Afasto-me da porta e caio sentada na cama,gemo de dor e escuto o barulho da porta girando na fechadura.

-Qual é?Bati tanto na sua cabeça que ficou loucona?-DG grita assim que abre a porta.Ainda estou assustada vendo-o parado na minha frente com uma cara de poucos amigos.

-Eu preciso de um médico.-peço.

-De novo com essa historinha!?-ele diz cansado.

-Eu realmente preciso de um médico.Não vê o meu estado?-levanto da cama e abro  o quanto consigo o meus braços em sua frente.

-Não sou cego.Você tá toda fodida,e espero que tenha aprendido que seu lugar é aqui dentro!-ele aponta para o quartinho onde estou.

-Acho que vou morrer.-minha voz falha um pouco por conta das dores que sinto.

-Morrer?-ele pergunta.Talvez mais para si mesmo.Fica um pouco pensativo,mas num segundo começa a rir.-Jogo emocional comigo não rola.

DG vira as costa e caminha para fora do quartinho,e como se tivesse esquecido de algo,ele para e se vira para mim.

-A partir de hoje a porta do quartinho fica destrancada,mas se vacilar,já sabe né?-ele cerra os olhos e trava o maxilar,isso passa um medo enorme que tenho vontade de sair  correndo.

DG desaparece assim que caminha em direção a sala.Bom,pelo menos agora posso sair do quartinho.

Tenho vontade de explorar cada canto daquela casa,porém me falta forças.Me deito na cama e tento descansar.Ainda tenho febre e frio.

                                                                                    ••♡••  

Mais uma vez adormeci.Acordei e pelo que vi pela pequena janela,consigo notar que já é tardinha.

A cada hora que se passa,parece que pior fico.Minha cabeça está zonza,minhas mãos e pernas trêmulas,e uma dor horrível consome todo meu corpo.

Chega!Não dá mais para mim.Aquele idiota vai ter que me levar para um médico querendo ou não.

Me levanto da cama com toda dificuldade e caminho para fora do quartinho.Entro na cozinha e sigo em direção a sala.

-Já está aproveitando da bondade dos outros,né?-Lucca está esparramado no sofá assistindo TV.

-Onde está o DG?-pergunto enquanto me escoro na parede.

-Porque?-Lucca se senta.

-Eu preciso de ajuda.-suspiro.

-Pra que?-ele pergunta.Caramba,ele não está vendo que estou quase morrendo?

-O que tá fazendo aí?-DG pergunta assim que sai do,creio eu,seu escritório.

-Diz que precisa da sua ajuda.-Lucca responde a pergunta do DG,que bom,porque não tenho forças para ficar falando mesmo.-Pra quê,eu não sei.

-Olha a merda que você me meteu,Lucca!-DG grita.-Essa filha da puta não para de me encher o saco!

DG entra novamente para onde saiu,e eu o sigo.Se não tivesse realmente necessitando de ajuda,eu ficaria quietinha no meu canto.

-Não encheria tanto seu saco se não tivesse me dado uma surra!-grito.Eu consigo gritar assim que entro em seu escritório.

-Eu não teria te dado uma surra se você não tivesse saído do quarto e xeretar onde não foi chamada!-ele rebate.

-Eu tinha que tirar uma dúvida.-digo,lembrando ter achado que DG estava batendo em Leon.

-Que dúvida?-vejo sua curiosidade gritar.

-Não interessa.-falo com intuito de mudar de assunto,ou melhor,voltar para o assunto que me trouxe até aqui,neste escritório.

-Então não vou chamar um médico.-ele sorri.

-Não vou cair na sua chantagem,bandido mentiroso!-grito.

-Mentiroso porque?-ele caminha lentamente e para a poucos metros de mim.

-Pensa que não sei.Te digo minha dúvida e você não vai chamar um médico.-falo e DG começa a rir.Minhas pernas bambeiam,e eu preciso me sentar,ou melhor me deitar.Caminho em direção a porta,e a agarro na porta me apoiando-Eu realmente preciso de um médico,ao contrário de você,eu não minto.-saio do escritório fechando a porta.

Minha cabeça gira,minhas pernas tremem e eu perco todos os sentidos caindo em um poço sem fundo.

AgridoceOnde histórias criam vida. Descubra agora