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Acordei com o corpo todo dolorido.Não podia nem mexer o corpo para o lado,que tudo dói.Minha roupa está toda suja de sangue,em primeiro momento me assusto,mas acabo lembrando em flashes aquela pessoa horrorosa me espancando como se não fosse um ser humano.

Com muita dificuldade e dor,consigo me levantar da cama e vou apoiando na parede até o banheiro.Lá,seguro na pia com minhas mãos machucadas e olho no pequeno espelho pendurado na parede.Meu rosto está horrível,nem eu mesma consigo me reconhecer.Há tantos hematomas espalhados em mim que chega a dar pena.

As lágrimas começam rolar sobre meu rosto e fazendo arder os cortes.A minha vida está uma merda!

Será que nunca mais vou ter minha vida de antes?

-Porque saiu da cama?-Leon entra no banheiro.Não havia percebido o barulho da porta.-Tá muito machucada,tem que descansar.-Ele vem até mim e me segura.Faço uma careta de dor.-Foi mal,mas...

-Tudo bem.-suspiro e ele me leva até a cama.Sento desajeitadamente na cama a procura de uma forma menos dolorosa.Impossível,convenhamos.

-Não devia ter saído do quarto.DG é bem pior do que te causou.Você não o conhece,não pode achar e fazer qualquer coisa que vem na sua cabeça.Ele poderia ter te matado.

-Na situação que eu estou,seria melhor morrer mesmo.-digo.-Porque ele não me mata?Eu não sou quem ele queria.

-Ele tem outros planos para você.-Leon diz e me atiça para saber quais planos são esses.-Não vou te contar,nem adianta perguntar.

-Pensei que estava do meu lado,me ajudando.

-Eu estou!-Leon diz firme,me passando uma grande confiança.-Deixa que eu resolvo tudo.

-Ok.-digo quase sem conseguir,pois estou tão fraca,que sinto estar desaparecendo aos poucos.Leon me olha intrigado e aos poucos ele parece se afastar,estar longe cada vez mais.

-Évelyn!Évelyn!Évelyn!-o sinto tocar cuidadosamente em meu rosto,e isso é tão estranho,pois ele está tão longe.

-Leon,eu...acho que preciso...-suspiro pesadamente-de um médico.-termino de falar com toda dificuldade do mundo,e o vejo se afastar,me deixando sozinha.Sinto que estou suando,pois algo escorre suavemente em minha pele.

Será esse o meu fim?Será que estou morrendo?Meus pais!Eu quero meus pais!Eu quero meus pais!

Meus pensamentos gritam,e sinto algo gelado bater contra meu rosto e entrar em meu nariz,dificultando minha respiração em um pequeno instante.

-Caralho,DG!Eu disse que ela precisa de um médico,e não de um copo d'água na cara.-escuto Leon grita.

Aquele troglodita me jogou um copo d'água no rosto.Eu acho que não consigo aguentar tanta humilhação.

-Ela precisa é de mais uma surra,pra parar de drama.Isso sim.-tenho vontade de socar sua cara.Eu odeio esse  DG.

-Eu ainda acabo com ele.-digo com tanta raiva.

-Tá maluca?Se ele ouve isso,você tá ainda mais ferrada.-Leon praticamente sussurra.

Não digo nada para Leon.Sei que DG é muito perigoso,e tem um coração de pedra,mas de hoje em diante,enquanto ele me manter presa aqui,não vou abaixar minha cabeça para ele.Eu irei enfrenta-lo,e que se dane se me der mal ou não,já estou na lama mesmo.

AgridoceOnde histórias criam vida. Descubra agora