20: Surpresas

79 5 0
                                    

☆☆☆
Uma visita







       Logo mais a tarde minha mãe tinha me colocado para fora do hospital, ela disse que eu passava tempo demais lá e que precisava descansar, já que tinha escola a noite e não tinha dormido quase nada a noite passada, ainda que me angustia-se ficar longe de Charlie, e que o medo de deixa-lo sozinho me acompanha-se por todo lado eu fui para casa. Tita só teria alta dali a três dias, e eu teria que ir sozinha a escola por enquanto, sem amigos, já que meus únicos amigos estavam ausentes... não sabia nada de Rô, nem se ela tinha voltado para a cidade ou se ainda estava viajando, quem sabe ela estivesse dando a volta ao mundo ou algo do tipo, visitando algum lugar extraordinariamente lindo como aqueles nos portas retratos de seu quarto, nas belas telas de pintura que reproduzira, pelo menos ela era a única que parecia estar livre dos pesadelos de Half Moom, mas ainda assim ela me fazia tanta falta. Matt, bom... eu não poderia contar com ele por que... tinha morrido, nunca soube o que realmente aconteceu, como ele tinha morrido, e isso me dava medo só de pensar... mas eu não me atreveria a perguntar a senhora Stanley o que havia acontecido, ela não precisava passar por isso, não era justo, já sofrera demais e existem certas coisas que é preferível esquecer, as lembranças boas ja são o bastante. E Mikael também não sabia nada dele... desde quando o vi na floresta enquanto procurava por Charlie... se é que eu o considerava como um amigo realmente, ele tinha agido tão estranhamente da última vez... e aquela briga com Nicolay... ainda me lembrava do poder sombrio de seus olhos azuis e frios, alguma coisa nele me... assustava, além dos olhos... eu não sabia o que era e nem se gostaria mesmo de saber.
        Além de tudo, queria que Rô e Matt estivessem ali, seria bom tê-los por perto de novo assim eu não teria que ficar sozinha, apesar de que Jack fosse estudar comigo a noite o que não me servia de consolo em nada, por ele ter resolvido que seria uma boa hora para revoltas, eu já me imaginava sozinha na escola, Jack tinha sumido com suas novas "companhias"... Maria disse que ele não tinha voltado para casa e isso me preocupou, me preocupava bastante que ele ainda estivesse envolvido com aquele motoqueiro sinistro e aqueles... aqueles monstros.
       Com Charlie e Tita no hospital não estava apenas sozinha mas me sentia tristemente sozinha... sozinha desta vez como nunca tinha me sentido antes, embora antes não tenha sido a mesma coisa, e que antes de vir para Half Moom estivesse no poço negro da depressão, os dias negros em que a solidão e a infelicidade me trouxeram o latente desprazer pela vida e que agora depois de mudar para cá o antes não se comparava ao imenso vazio que tinha se apoderado de todo o meu ser... depois que eu o encontrei, as coisas pareceram mudar... uma mudança dentro de mim permanente e inalterável, me angustiava saber que ele fosse a resposta para essa mudança, que ficar longe dele me deixasse assim infeliz.
        Sem que percebesse tinha parado no meio da calçada, recusando-me a pensar em coisas tão sombrias, balancei a cabeça desprezando aqueles pensamentos ruins, olhei a minha volta, o dia estava quente, o sol ardia no céu... a casa da senhora Stanley estava a duas casas de onde estava, pensando melhor, eu não estava tão morta de cansaço assim que não pudesse fazer uma visita a ela... como em geral fazia, depois que saía do hospital, eu a visitava, Elie agora só trabalhava na parte da manhã, e mesmo que ela não ficasse muito contente em ficar em casa durante a tarde, sozinha, Adam a tinha convencido que se enterrar no trabalho não seria uma boa ideia, e mesmo que ele tentasse dar férias a ela, foi o melhor que ele tinha conseguido, Elie preferiu trabalhar ao menos meio período, e desde que ela me pediu que fosse visita-la, quase todos os dias ia até a casa dela, fazer companhia, o marido dela, o senhor Stanley não passava muito tempo em casa, e depois da morte de Matt, ele ainda passava mais tempo fora do que normalmente seu trabalho exigia, Elie percebia isso, que ele não queria mais ficar na casa por causa das lembranças, a casa inteira respirava Matt, fotos por toda parte, brinquedos de infância em cima dos móveis, o quarto ainda continuava o mesmo, tudo estava no lugar e sua mãe não queria se livrar de nenhuma delas, de nenhuma lembrança que fosse dele, ela dizia, que não precisava se privar das memórias felizes para seguir em frente.
        Depois que entrei e ela me fez tomar um chá com biscoitos, enquanto olhava algumas fotos de Matt na parede da sala abarrotada de quadros com fotos dele percebi algumas caixas de papelão atrás do sofá, olhei para Elie, ela tinha ficado pensativa enquanto bebiricava o chá... as caixas tinham algumas coisas de Matt dentro, brinquedos de infância, porta retratos, bola de futebol.
-Já começou a guardar?. Perguntei, ela se levantou e olhou as caixas.
-Josh começou a empacotar as coisas de Matt enquanto eu estava no trabalho. Disse ela referindo-se a seu marido Joshua Stanley.
-Sério?
-Se ele pensa que eu vou me esquecer do meu filho só porque ele quer... aquele senhor está redondamente enganado. Disse ela amargamente.
-Cada um lida com a perda de uma forma diferente Elie... talvez para ele seja melhor...
-Eu não vou me livrar do meu filho... se ele quiser sair desta casa não vou impedi-lo, ainda que me doa se ele preferir assim não vou impedir. Disse Elie deixando a frase morrer no vazio da sala, a casa era tão grande e mesmo com a mobília preenchendo cada cantinho parecia tão... vazia... Elie balançou a cabeça pegando uma foto de Matt e voltando ao sofá.
-Ainda não estou pronta para esquece-lo... para deixá-lo ir. Disse ela, eu me sentei no sofá a seu lado e coloquei a mão sobre a sua no porta retrato.
-Ele não será esquecido Elie... de qualquer forma ele estará aqui. Disse colocando a mão sobre seu coração, ela sorriu e me abraçou... me entristecia vê-la naquela casa sozinha... imagina-la como sempre acontecia quando os pais perdiam um filho, e que muitas vezes levam anos para começar a remover seus objetos do lugar... ainda com a esperança de que um dia ele pudesse voltar, com medo de que as lembranças sejam apagadas para sempre, era compreensível o que Elie estava sentido... o quão as coisas do filho tinham um valor inestimável para ela, sabia como ela estava se sentindo olhando aquelas caixas, o quanto aqueles objetos eram importantes porque pertenciam a alguém que era importante demais para ser esquecido.
-Você não precisa fazer isso se não quiser Elie... Josh irá entender. Disse, ela secou as lágrimas com um lenço enquanto olhava as caixas.
-Não, isso dói... mas acho que vai ser melhor assim... ele me perguntou ontem se talvez não fosse melhor que fizéssemos uma viajem por algum tempo... o que acha querida?
-É uma boa ideia, mas o que você acha?. Perguntei, ela sorriu.
-Eu nunca sai de Half Moom... não sei o que pensar, mas também acho que é melhor assim, era o que Matt mais desejava... sair daqui, se nós o tivéssemos ouvido. Disse ela suspirando, ela pegou minhas mãos.
-Você me ajudaria? A empacotar tudo? Acho que vou doar a maior parte das coisas. Disse ela, eu assenti.
-Por onde começamos?
-Temos que montar as caixas primeiro... eu tenho tesouras e fita adesiva no armário da cozinha.
-Tem certeza de que quer fazer isso agora mesmo?
-Tenho... obrigada por estar aqui comigo meu anjo. Disse ela, eu olhei as estantes cheias de miniaturas de carrinhos de brinquedo.
-Acho que teremos uma longa tarde juntas. Disse, ela riu... Elie e eu passamos grande parte da tarde montando as caixas de papelão que o senhor Stanley tinha pedido da loja de descartáveis da outra cidade, tinham caixas de todos os tamanhos, dividimos o que colocaria em cada uma delas, o que seria doado para a brinquedoteca da cidade e para o Colégio também, Elie só quis ficar com uma velha bola rasgada de beisebol de Matt... estávamos bem longe de terminar, algumas caixas já foram embaladas e colocadas na garagem e outras ainda estavam sendo preenchidas, Elie disse que tinha mais coisas no porão e no sótão também que era de quando Matt era criança... ela não tinha jogado nada fora, estava tudo ali... olhei boquiaberta quando Elie acendeu a luz e o porão amontoado de caixas foi iluminado, ela riu da minha expressão.
-Desculpe por estar tomando seu tempo... sei que devo ser um daqueles acumuladores de tralhas malucos, mas eu nunca quis jogar nada dele fora... eu ainda tenho os primeiros sapatinhos dele de quando ele era bebê... achava que talvez... quando ele tivesse os próprios filhos gostaria de levar alguma coisa daqui para eles. Disse ela abrindo um armário velho no fundo e trazendo até mim uma caixinha vermelha quadrada e pequena na mão... ela abriu e me passou um par de sapatinhos azuis de crochê, sorri e me sentei na escada.
-É lindo. Disse enquanto ela abria algumas caixas... me levantei e estendi os sapatinhos a ela.
-Fique com eles.
-Mas eu...
-É claro que pode aceitar... use em seu filho quando o tiver. Disse ela, eu ri balançando a cabeça.
-E se for uma menina?. Perguntei, ela riu.
-Hmm... sei que pode parecer estranho mas tenho um leve palpite de que vai ser um menino lindo. Disse ela, eu ri agradecendo o presente e o coloquei dentro da bolsa.
-Pode sentar querida por aqui não há muito o que fazer, descanse hoje terá aula... sei que sua vida também está sendo difícil, soube o que aconteceu com sua amiga... o senhor Lichtenfels me contou, ele me pareceu preocupado... como ela está?
-Esta bem agora. Respondi vagamente olhando minhas mãos, às vezes era difícil ouvir falar sobre ele através de outra pessoa... embora fossem pequenas coisas, ouvir sobre ele fazia meu coração se apertar no peito, a ferida latejar.
-E seu irmão o mais novo... o Charlie como ele está?
-Ainda está em coma.
-Oh sinto tanto querida... que infelicidade. Disse ela com pesar olhando algumas caixas... suspirei de alívio por ela não ter perguntado mais, não sabia até que ponto ela estava bem informada sobre as coisas estranhas nas sombras do mundo ou se ela fosse mais um ser humano comum inciente das coisas... Elie olhava caixa por caixa conferindo o seu conteúdo e colocando de lado as que iriam para a garagem, enquanto ela trabalhava, eu percebi que ela era a mais próxima de uma fonte de informações confiável sobre Adam que eu poderia ter, isso me agitou por alguns instantes, mordi os lábios sem certeza de que era uma boa ideia perguntar, sem saber por onde começar, nem o que eu queria saber... só queria saber se ele estava bem, como ele estava, o que estava fazendo, o que esteve fazendo durante esse tempo, ja me flagrei pensando nele mais do que deveria, imaginando-o em seu escritório, olhando o jardim perdido em pensamentos... saber porque era tão triste, porque as vezes via alguma coisa em seus olhos... uma tristeza profunda que me deixava infeliz também, tentei resistir, tentei me controlar mas era mais forte do que eu e a verdade era que eu estava na pior das hipóteses completamente obcecada por ele, mesmo que tentasse ficar longe, ele sempre esteve conectado a mim, desde que o conheci, desde que senti seus lábios nos meus pela primeira vez pode parecer loucura... mas ele esteve constantemente presente no redemoinho que era minha vida, ainda que ficássemos sem nos ver, ele estava aqui, tão vivo em mim quanto às lembranças que tinha dele, eu olhei para Elie, mesmo que fosse me causar dor eu queria saber sobre ele, embora nunca tenha me atrevido a perguntar sobre ele, minha obsessão foi mais forte e soltei sem pensar sua vezes.
-Elie... posso lhe fazer uma pergunta?
-Mas é claro que pode... pode me perguntar o que quiser. Disse ela, a mão no queixo... parecia decidir o que fazer com o grupo de caixas que havia sobrado.
-Bom... eu não sei por onde devo começar é sobre uma pessoa.
-E quem é essa pessoa?. Perguntou ela sem interesse aparente enquanto estudava às caixas, eu mordi o lábio.
-Talvez a senhora não se sinta muito a vontade... talvez não queira falar dessa pessoa... mas por favor Elie, há algum tempo que isso está me deixando aflita, não consigo parar de pensar.
-Me diga o nome. Disse ela sua atenção despertada pelo ardor do meu pedido, a curiosidade ardia em seus olhos por cima de uma pilha de caixa.
-Adam. Soltei, prendendo a respiração.
-Oh, sim... entendo... o que quer saber?. Perguntou ela, sentando ao meu lado na escada, olhei o chão sem querer olhar em seus olhos.
-Você não acha que à alguma coisa... errada... nele?. Perguntei, ela olhou o porão e riu sem graça.
-Como ele é meu chefe... você acabou de me colocar em uma saia justa querida, não costumo falar sobre a vida de meus superiores. Disse ela, eu encolhi... não foi mesmo uma boa ideia revelar o teor de minhas inquietações com ela, principalmente por ter revelado qual era o motivo de minha obsessão mais premente.
-Sim eu sei... me desculpe por isso eu não sei no que estava pensando.
-Sua pergunta, há que se refere exatamente?. Perguntou ela me fazendo parar, eu olhei seus olhos gentis.
-Não sei como explicar... mas é que quando eu olho para ele eu vejo tanta...
-Tristeza e dor. Disse ela assentindo.
-Você também percebeu isso?.
-E como não perceberia? Ele tem um olhar tão sincero... que as vezes acho que posso sentir o que ele sente. Disse ela olhando-me intensamente, eu assenti... também me sentia assim quando o olhava, até muito mais intensamente do que qualquer pessoa poderia sentir quando olhasse naqueles olhos.
-Mas porque ele é assim? Ele perdeu alguém que amava? Ele amava alguém? Ou ainda ama? Alguém de sua família... Rô me falou que os pais dela morreram é por isso?... ou teria mais alguém por quem sofrer? Não seria por causa de uma mulher que ele ficou assim?. Perguntei, parando para olha-la quando vi que isso estava se tornando cada vez mais pessoal... e era, Elie percebeu isso claramente, hesitei.
-Querida... posso lhe fazer uma pergunta?. Perguntou ela em um tom sério.
-Pode claro.
-Você sente alguma coisa pelo senhor Lichtenfels?
-Eu... eu não sei por que mas quando estou perto dele...  quando olho em seus olhos, quando ouço sua voz... eu me sinto tão bem que não quero... ficar longe dele, quando o vejo... quando ele olha para mim tudo parece ficar tão distante... tenho me esforçado para não pensar nele, estão acontecendo tantas coisas, mas eu não consigo tirá-lo de mim. Disse, ela pegou minha mão fria e a acolheu entre suas mãos macias e quentes e me olhou amavelmente.
-Você me faz lembrar a mim mesma quando me descobri apaixonado por meu marido Josh... no começo tive tantas dúvidas se ele corresponderia a meu afeto, se ele gostava de mim tanto quanto eu gostei dele desde o primeiro instante que olhei em seus olhos, claro que ele sentia o mesmo... mas era tímido demais para tomar a iniciativa... eu o beijei primeiro, o que não era uma coisa que uma mocinha daquela época devia fazer, mas eu fiz, e quem diria que nós estaríamos juntos até hoje?. Perguntou ela rindo, e eu me lembrei de algumas semanas atrás... de uma tarde na biblioteca, de um beijo... meu primeiro beijo foi com um estranho mais maduro do que eu... um homem misterioso com olhos tão tristes que eu nem se quer conhecia, me perguntei o que teria me encorajado a beija-lo muitas vezes e acabei por me convencer que meus sentimentos por ele eram muito mais fortes do que poderia imaginar... mas o beijo, algo que eu não faria mas eu fiz e gostei de ter feito e não me sentia arrependida, entre toda aquela ilusão de esperar o cara certo para fazer isso, ele, sem que eu soubesse na hora, tinha sido a escolha perfeita... se eu tivesse tido tempo para conhecê-lo melhor antes de tê-lo agarrado teria a mesma certeza de que ele seria a melhor escolha que pudesse fazer em minha vida, uma daquelas que nunca esqueceria, talvez a escolha mais importante de todas.
-Quanto ao senhor Lichtenfels... sempre achei que tivesse uma mulher no meio, só uma mulher poderia explicar o porque de seu sofrimento, no entanto, em todo esse tempo que estive trabalhando para ele nunca o vi com nenhuma mulher... acho que talvez seja algum amor do passado que não deu certo e que o tem atormentado todos esses anos, tanto que ele não quis sem envolver com mais ninguém. Disse ela, olhei o chão sentindo-me infeliz de repente... sem saber o que pensar disso afinal eu não sabia o que havia acontecido em seu passado, só sabia que isso o afetava... se havia mesmo uma mulher em seu passado, se isso ainda o machucava tanto, então o mais lógico era que ele ainda a amava.
-É tão triste vê-lo infeliz, acho que deve ser de família, como se a história se repetisse... uma maldição. Disse a senhora Stanley, eu a olhei voltando a mim.
-Que maldição?. Perguntei indagando-me sobre o que ela disse.
-Os Lichtenfels pertencem a uma linhagem muito nobre... já ouvi o senhor Adam comentar sobre isso, ouvi histórias de seus antepassados na biblioteca... pertencentes a realeza do século XV... alguma história sobre as três ilhas, o Reino do Sul, seus descendentes vinheram de lá... havia uma história de amor muito bonita sobre um Príncipe e uma camponesa do Reino do Norte, eles se amavam mas não puderam ficar juntos, eu não consigo me lembrar do porque que eles foram separados mas acho que a camponesa acabou morrendo e o Príncipe foi amaldiçoado... e desde então parece que nenhum de seus descendentes conseguiram ser felizes, sempre houve alguma coisa para dar errado... como a morte trágica dos pais de Rosemary e Adam Lichtenfels, Rosemary me disse uma vez que foi uma noite sangrenta... daquelas que não se pode esquecer, pobre senhorita... eles são tão jovens ainda não deveriam passar por isso... como se fosse uma maldição do Príncipe que se recaiu sobre seus posteriores. Especulou Elie, até aquele momento eu tinha segurado a respiração quando me vi arfando.
-Como assim? Adam... sua família... foi ele que doou todas aquelas obras para o acervo da biblioteca?. Perguntei incoerente, claro que eu me lembrava da história dos reinos das três Ilhas Irmãs, dos Sólons, os reis... o Príncipe e a camponesa, me lembrava do quadro dela, embora não tivesse visto seu rosto, me fez imaginar o que Clarie havia dito... um homem, um Príncipe vagando pelos corredores da biblioteca para olhar o quadro dela... mas descobrir que Adam pertencia aquela família de nobres foi chocante.
-Sim eu ainda cuidei da papelada do desembarque... já ouviu a história?
-Sim, uma amiga me contou. Falei, de repente nós duas nos assustamos com o som da campainha tocando lá em cima, Elie me olhou surpresa.
-Não espero ninguém. Disse ela, a campainha ecoou pela casa mais uma vez... Elie se levantou, e eu logo atrás dela... enquanto meus pensamentos giravam em torno do que descobrira sobre Adam e uma palavra que não se encaixava ali rolava em minha mente sem sentido... maldição... Elie cambaleou pelo corredor até a porta, arrastando os pés cansados no chão, eu parei na porta do porão confusa, ela abriu a porta... tinha uma mulher parada lá, as roupas pesadas demais para um dia de sol quente, um sobretudo vinho, longo e escuro de veludo fechado a frente, luvas pretas... ela tirou o chapéu e eu pude ver seu rosto.

A Bella e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora