Epílogo

95 4 5
                                    

     Em algum lugar em Paris, a cidade iluminada, em um restaurante a noite, a música suave soando pelo salão, enquanto casais se distraiam em meio a conversas e a boa comida, uma mulher loura desacompanhada com a expressão severa entra pela porta dos fundos, ela sobe as escadas elegantemente deslizando a mão no corrimão da escadaria em espiral, os funcionários do estabelecimento notam sua presença mas ninguém iria impedi-la, ela era aguardada...
     A dama sobe as escadas e pega um elevador para chegar ao último andar, está com pressa e aperta o botão para subir com ansiedade, quando as portas se abrem ela saí para um corredor estreito sem se interromper, as portas sanfonadas de vidro do ateliê estão abertas, na janela ao canto a uma mesa redonda um homem a espera... não havia mais ninguém ali além dos dois.
-Que bom que tenha aceitado meu convite. Disse ele fechando o jornal, dobrando e colocando-o no beiral da janela... a vista dava para a Torre Eiffel.
-E como poderia recusar se você não me deixa escolha... estou aqui... o que quer?. Perguntou ela ainda de pé, ele fez um gesto para que ela se sentasse, ela se sentou olhando o sorriso petulante dele especulativa.
-Sempre tão objetiva... assim me magoa, não está com saudades, minha cara? Já se passou tanto tempo desde a última vez que nos vimos... vejo que você ainda continua divina. Disse ele olhando o colo nu da jovem mulher... ela ignorou diligentemente aquele olhar audacioso e prosseguiu.
-Eu atendi a seu chamado... agora se não se importa gostaria que fosse direto.
-Tenho uma tarefa para você, e minha intuição me diz que irá agrada-la. Disse ele fitando-a seriamente com um leve sorriso nos lábios, os olhos acinzentados perspicazes... ela avaliou aquela expressão meticulosa e assentiu.
-Do que se trata?. Perguntou ela, o cavalheiro retirou do bolso do paletó preto um envelope, o colocou em cima da mesa e a fitou... ela o lançou um olhar dúbio e pegou o pacote mesmo assim, abriu o lacre e retirou o conteúdo... olhou as fotos de um homem flagrada em diferentes lugares.
-Estou enganado?. Perguntou ele com um sorriso inconveniente... a jovem mulher olhou intrigada as fotografias... o homem nas imagens a trouxe de volta memórias antigas de um passado distante... aquele mesmo rosto, em uma situação diferente a tanto tempo... o rosto destemido, iluminado, pelos raios de um pôr do Sol que penetravam pelas janelas altas ao fundo, o poder e a glória juntos, reunidos em um único homem... fascinada entre outras dezenas de pessoas que apreciavam aquele momento... ao primeiro vislumbre daquele rosto ela pensara que ele fosse um deus... o cavalheiro a sua frente sorriu triunfante com a expressão da dama.
-Devo considerar que aceitou minha oferta como o previsto... excelente. Disse ele em regozijo.
-O que quer que eu faça?. Perguntou ela ainda admirando as imagens em silêncio em frenesi... ele sorriu satisfeito aproveitando-se de sua fraqueza olhando oportunista os olhos gananciosos da dama para o homem das fotos.   


Fim

A Bella e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora