Capítulo 8

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Stella

Nossos lábios tinham uma sintonia única e eu poderia ter estendido aquele beijo por horas e horas. Quando Andrew parou com breves selinhos senti que havia uma necessidade enorme pulsando dentro de mim. Eu estava entregue àquele momento e queria que ele continuasse.

Mordi o lábio brevemente enquanto Andrew me analisava com cautela. Seus lábios estavam rosados e seu cabelo desgrenhado, o que me fez imaginar minhas mãos ali causando aquele caos tão charmoso. Ele tocou meu queixo e o levantou brevemente. Seu perfume bateu junto com o vento e cobriu minhas narinas enchendo meu cérebro de pensamentos perversos.

- Quero te mostrar todos os cômodos e beijá-la em cada um que adentrarmos. - ele disse com uma voz rouca e sexy e senti certa pena da minha calcinha.

Senti meu coração palpitar e as pernas se tornarem inquietas. Eu queria mesmo que ele fizesse das suas palavras uma verdade então tomei a frente entrando no casarão. Uma grande sala incrivelmente branca e vazia nos esperava. Sem móveis ou sequer uma decoração. Eram só paredes que esperavam pelo dia que nunca havia chegado para Andrew e Ruth. Pensar nela agora me causava uma pontada, depois de ter quase feito as preliminares com seu marido bem ali na frente de todo esse palácio.

As mãos de Andrew envolveram meu ombro e ele apertou levemente. Olhei para aquele homem alto e forte que se mantinha ao meu lado.

- Está quieta... Te assustei? - ele me olhava sério e sua expressão implorava por um "não" em minha resposta.

- Não Andrew... É só que... Foi inesperado e eu me sinto culpada, por sua mulher. - fechei os olhos e também pensei em Scott. Não sabia se devia algo à ele mas aquela sensação me incomodava.

Senti a mão de Andrew envolver a minha quase que como se fosse algo extremamente frágil. Ele me puxou até outro cômodo onde apenas um móvel chamava a atenção. Uma enorme mesa redonda repleta de cadeiras à sua volta. Pelo visto eles pretendiam ter uma enorme família.

Olhei em volta e nada mais me chamava a atenção, só Andrew me puxando uma das cadeiras. Sentei sem entender muito o propósito daquilo e logo ele estava ao meu lado começando a falar.

- Quando vim aqui... Com a Ruth... Nós tivemos uma discussão horrível. E até o dia de sua morte não tive certeza se ela me perdoou. -

- E por que vocês brigaram? - me espantei com minha curiosidade. - Quer dizer... Não precisa falar se não quiser. -

Ele sorriu brevemente.

- No dia anterior, eu havia chegado muito bêbado em casa. Ah, eu realmente estava... - ele gemeu baixo ao lembrar e minha mente viajou vendo aquela escultura gemer descaradamente bem ali. - Ela estava desesperada, tentando me ligar e eu acabei dizendo para ela parar de me encher o saco ou coisa assim. -

Nossos olhares se encontraram por um tempo e eu assenti para que ele continuasse sem medo.

- Eu não queria ter dito nada daquilo, acontece que eu tinha tido um péssimo dia no emprego e Ruth estava realmente alterada. - suspirou e esfregou os dedos na sua barba que parecia querer crescer. -

- Mas depois que vocês vieram pra cá... As coisas não tinham se resolvido? - tentei manter contato visual com Andrew mas ele mantinha a cabeça baixa.

Ele estava afundado em lembranças que pareciam dolorosas. Queria entrar em seu pensamento naquele instante e dizer que eu sabia como era pensar nisso. Me aproximei lentamente o envolvendo em um abraço. Ele correspondeu e senti suas fortes mãos apertarem minha cintura. Seu corpo quente me recepcionava bem e eu me senti confortável o bastante para mais uma vez procurar seus lábios.

Doce AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora