Capítulo 13

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Me segurava para não correr. Estava ansiosa.  Andrew percebeu bem isso, ele segurava meu braço e sorria para mim. Estávamos no hospital para visitar meu pai. O  senhor Thomas estava atrás de nós. Porém, ele se distanciou para falar com a receptação. Nós  O esperávamos perto de uma fileira de cadeiras brancas. Andrew parou na minha frente com os braços fortes cruzados na frente do corpo.
Me esforcei para não  rir.
- Tudo bem?
Perguntou.
-Sim e você?
- impossível não estar bem, estou com você.
Sorri.
-Ansiosa?
- Sim. Muito...
-Olha Ell, eu...
Ele parou. E observou alguém sobre meu ombro. Virei e vi um senhor me olhar fixamente. Andrew se pôs na minha frente de forma protetora. Perdi o ar. Aquele homem  me era familiar. Não pude ver seu rosto bem, pois estava distante, mas seu jeito me lembrava algo. Ele usava calças cinza e blusa preta. Na cabeça havia um chapéu. O senhor deu um passo em nossa direção, mas o Sr. Thomas, apareceu  subtamente e não o deixou se aproximar. Ele gesticulava para o homem de forma quase grosseira. Depois, levou o senhor até  o lado de fora do hospital.
Desejei poder escutar o que eles falavam.
-Q-quem era?
- Eu... Eu não sei.
Balancei a cabeça.
-Quem poderia ser, Andrew?
Perguntei, segurando seu braço.
-Ei,-ele me olhou nos olhos. - Não deve ser nada. Provavelmente algum amigo do seu pai...
-Porque seu pai o impediu, então?
Andrew estava tenso, apesar de tentar esconder.
- Ell, anjo, eu estou aqui. E nada vai acontecer à você, vai ver meu pai tem um bom motivo ou quele senhor nem era alguém conhecido...  A gente veio visitar seu pai, lembra? 
Relaxei e sorri.
- já te agradeci por isso? O que seria de mim agora sem você?
Falei, sorrindo.
- Você ainda seria perfeita, Ell-,  Ele disse abrindo um sorriso de lado.- agora eu acho que não sobraria muita coisa de mim, sem você.
*
Eu sentia minhas mãos suar.
E caminhava rápido pelo corredor Branco até o quarto do meu pai.
Era possível apenas uma visita por vez. Então eu estava sozinha.
Confusa, com medo, mas feliz. Por enfim ver meu pai. Mesmo no seu estado... ele ainda estava vivo.
Na porta, o nome dele estava escrito   em uma placa branca. Segurei a maçaneta e suspirei.
" Se há amor, há um motivo pelo qual lutar." 
As palavras da minha mãe, escritas  atrás da fotografia, ecoaram na minha cabeça.
Abri a porta, e, bom, o meu motivo para continuar lutando estava  deitado em uma cama, com cobertas brancas até os ombros e uma pilha de aparelhos do lado.
Sentei na cadeira ao seu lado e peguei sua mão. Fria.
Algumas lágrimas escorram pelo meu rosto.
O amor eu tinha. Mas eu não sabia quanto tempo mais eu era capaz de aguentar a luta.

Por algum motivoOnde histórias criam vida. Descubra agora