Capítulo 11

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Passei a mão pelo cabelo mais uma vez, ponderando ligar ou não para Alex, ponderando se ele me escutaria ou não.

Suspirei e digitei seus número.

Ontem ele saíra da festa sem se despedir, sem nem me ver um última vez. Talvez ele estivesse mesmo com raiva.

No terceiro toque eu ouvi sua voz.

-Elizabeth, tudo bem?

Suspirei, soltando o ar que, sem perceber, eu segurava.

-Oi, hu, Queria falar com você...Pessoalmente.

-Claro.

Quase pude ver seu sorriso malicioso. E isso me fez relaxar.

Depois de marcar com Alex, - Em uma praça, ali perto.- desci, imaginado encontrar Andrew la em baixo.

Com sucesso,ele estava sentado em uma das cadeiras reclináveis, na beira da piscina.

Um aperto surgiu quando percebi que ele não havia me chamado como de costume, para conversar. O aperto se intensificou quando vi que seus olhos estavam distantes, tristes.

-Hey, o que houve?

Parei ao seu lado, usando a mão para proteger os olhos do sol. Ele esboçou um sorriso. E a tristeza foi varrida, ou escondida.

-Nada. E você, tudo bem?

Suspirei.

-Ontem...O Alex...Acho que ele pensa que estamos namorando, ou algo assim.

Andrew deu de ombros.

fechando a cara.

-Hu, não é que no fim das contas ele serve pra alguma coisa.

-Andrew...

Ele bufou. Depois suspirou, senti de alguma forma, que havia algo errado. Depois ele apenas me encarou. Com aqueles olhos que pareciam me sugar e ver cada detalhe da minha pessoa.

Balancei a cabeça para me libertar do poder dos olhos de Andrew.

-Hu...Eu... eu vou sair com ele.

Eu disse a primeira coisa que veio em mente.

Depois percebi a bobagem.

Droga.

Ele enrijeceu. Com uma expressão não muito feliz.

-Não vou mentir para você, Não gosto dele. Não gosto de você com ele. Não quero isso. Não me importa o que o Alexander pense, contanto que ele não pense em você. E eu sei, eu sei que é loucura, mas é inevitável.

Eu fiquei parada por um tempo, tentando digerir as palavras de Andrew. Mas elas faziam meu coração bater irregular.

-Andrew, -Eu disse enfim.- Ele é meu amigo, e eu não quero que ele fique chateado...

-E pense que estamos namorando. Porque você gosta dele suficiente.

Ele levantou-se, ficando na minha frete.

-Elizabeth, - ele suspirou, sua respiração fazendo cócegas na minha bochecha. - Se ele sequer cogitar magoa-la, ai sim será inevitável que eu não acabe com ele.

**

Eu apertava a pontinha da unha entre os dentes. Andrew insistiu em vir.

claro que insistiu.

Mas, poxa, eu precisava falar com Alexander.

Não foi fácil, mas ele cedeu me alertando para ter cuidado.

revirei os olhos no mesmo instante.

Andrew e Alex.

Anotado, mais um mistério.

Agora eu estava esperando por Alex, em uma praça vazia. Enrolada em um casaco xadrez, quase inútil ao vento frio.

Meus pensamentos voaram para longe ao ver Alexander se aproximar.

No mínimo aquele garoto era lindo. No máximo ele mexia comigo.

E muito.

O cabelo dele lutava com o vento.

Parecia que raspinhas de chocolate dançavam na sua cabeça.

Ele trazia um sorriso, que meu Deus, me tirava da terra.

-Oi.

Ele disse, me abraçando. Balancei a cabeça para tirar a atenção de seu sorriso e retribuir o abraço.

Da pra contar isso como um ponto positivo, certo?

vai ver ele nem ta tão chateado assim...

-Oi, Alex.

-Tudo bem?

Ele parecia me analisar. Mas ainda cobria minhas mãos frias com as suas.

Fiz que sim, depois que não. A verdade é que eu nunca estive tão confusa.

-Ontem... Você foi embora...

Ele virou o rosto, depois voltou a me fitar, sério, triste, com raiva... não sei, era muita coisa.

-Pensei que estivesse ocupada.

Suspirei. Um tapa iria doer menos.

Aquilo não seria nada fácil.

-Eu e Andrew não estamos namorando.

eu disse de um vez.

Ele relaxou, mas permaneceu com a mesma expressão dura nos olhos.

- Não é o que parece. Você prefere ele á mim. Ele sempre está atras de você, e sejamos sinceros "Ell", você aparenta corresponder muito bem.

O.k, um Tapa com certeza doeria Bem menos.

Mas era fato, eu gostava de Andrew, e não esconderia isso de Alex, talvez nem precisasse. A verdade é que nada estava no lugar na minha vida, e não seria mentindo que as coisas tomariam seu rumo...

Foi então ele fez a pergunta que quase me fez engasgar;

-Você o beijou?

Virei minha cabeça para encara-lo com as sobrancelhas franzidas.

-Você o beijou.

Ele mesmo confirmou. com uma nuvem pesada caindo em seu rosto.

Deus, será que não fui capaz de ver o lado de Alex esse tempo todo ?

Suspirei, levando a mão ao seu rosto.

-Sim, nós nos beijamos. Mas não estou namorando o Andrew, Alex. E não prefiro ninguém a você, isso nunca vai mudar, pois você e as coisas que você faz são únicas. E você sempre terá seu lugar especial para mim. Meu pai esta no hospital e eu não sabia o que fazer, eu ainda não sei, então, por favor, me ajuda, não vá embora, eu preciso de você.

Senti meus olhos marejarem, mas a vontade de chorar foi embora quando ele me puxou pela cintura e eu senti o calor do seu corpo.

Passamos um tempo assim.

Mas para mim não foi suficiente.

até que ele arrastou a ponta do nariz pela minha bochecha e encostou a testa na minha.

senti um arrepio tomar conta do meu corpo.

-Eu não irei. Eu nunca irei.

Ele respondeu por fim.

E arrastou a boca até a minha, selando a promessa com um beijo.

Calmo, doce e demorado.

Que facilmente me tranquilizou, me confortou, me consolou.

Ótimo.

Agora estava tudo ainda mais complicado.

Um complicado bom por sinal...



Ayress  happy birthday, ridícula. <3 
#MeusFilhos.Respeito.

Por algum motivoOnde histórias criam vida. Descubra agora