Narrado por Nicole:
Depois de quase cinco horas dentro daquela biblioteca, finalmente terminei todo o serviço. Por sorte, o senhor Carter tinha ido almoçar e não voltou mais. Já se passavam das duas da tarde e eu ainda não havia almoçado. Só espero que Sônia tenha pedido para Lúcia guardar algo para mim...
Depois de guardar tudo em seu devido lugar, caminho até a cozinha e dou de cara com Edward. Ele me olha, mas desvio o olhar e sigo até o forno, onde não encontro nenhum prato de comida.
— Se está procurando seu almoço, pode esquecer. Lúcia não guardou nada para você — sua voz grossa me assusta.
Eu tinha certeza de que ele tinha pedido para ela fazer aquilo de pirraça. Era a cara dele. Mas não iria me importar e rebaixar ao seu nível. Sem dizer nada, pego algumas coisas para preparar uma macarronada. Estou morta de fome.
— O que pensa que está fazendo? — pergunta ele, se levantando e caminhando até mim.
— Cozinhando algo para mim, ou também é proibido?
— Não, mas se quiser, posso pedir algo para você.
— Não precisa ser gentil comigo. Conheço muito bem o senhor. Aliás, tenho uma pergunta: por que Lúcia não deixou comida para mim?
— Porque eu disse que não era necessário.
— E por que? Pretendia me deixar com fome?
— Não seria uma má ideia. Hoje eu pedi algo, pois Lúcia teve um compromisso de última hora e eu autorizei sua saída.
— Milagre — digo a mim mesma. Ele parece ter escutado, mas não diz nada.
— O que pretende preparar?
— Macarronada.
— Não gosto.
— Que bom, até porque não te ofereci. Aliás, você não sabe o que está perdendo.
— Sei muito bem, comi uma vez na casa de...
— De?..
— Não lhe interessa.
— Grosso — respondo, ligando o fogo.
[...]
Estava terminando de comer a macarronada, que, aliás, estava uma delícia, e Edward continuava a me encarar, ou melhor, a encarar meu macarrão.
— Tem certeza que não quer? Você não tira o olho.
— Eu já disse que não gosto.
— Não gosta ou tem medo de meu macarrão estar ruim do mesmo modo que o último que comeu?
Ele não me responde, apenas se levanta e volta com um prato e garfo em mãos, colocando um pouco de macarrão no prato e se sentando em minha frente.
— Toma, coloca isso que fica mais gostoso.
— O que é isso?
— Queijo ralado.
— Não gosto.
— Já comeu?
— Não.
— Então não sabe se gosta. Deixa eu colocar.
— Certo.
Era a primeira vez que Edward estava calmo; nem parecia ele. Confesso que estava até com medo de ele estar tramando algo.
— Isso está uma delícia — fala, dando a última garfada.
— Sabia que ia gostar. Impossível alguém não gostar do que faço.
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Beauty and The #EM REVISÃO
General FictionClaro! Aqui está uma versão revisada da sua sinopse: Nicole Bitencourt acaba de chegar a Paris para realizar seu sonho: começar a faculdade com uma bolsa de estudos. Com um passado doloroso que a assombra, ela enfrenta pesadelos constantes. Seus avó...