Narrado por Nicole:
Acordo com o despertador tocando freneticamente; já faz um mês que estou em Nova York, e ainda não me acostumei com o horário. Hoje eu não teria aula, o que para muitos seria um alívio – menos para mim. O motivo? Meus avós não têm condições de me bancar, então precisei procurar emprego. Pedi ajuda na faculdade, e me marcaram uma entrevista às 10h na mansão do senhor Carter. Dizem que ele é um homem rabugento, e que sua mansão parece mais um lugar assombrado do que uma casa. Saio dos pensamentos ao ouvir o despertador tocar novamente. Olho o relógio e... não pode ser! Dez horas! Estou absurdamente atrasada.
Corro para o banheiro, faço uma higiene rápida e me enfio debaixo do chuveiro. Depois de alguns minutos, saio enrolada na toalha e vou direto ao guarda-roupa. Como o frio hoje não está tão forte – o que é raro em NY – opto por uma calça jeans escura de cintura alta, uma camiseta cinza e minha jaqueta marrom. Nos pés, calço meu coturno marrom de cano baixo. Não sou de maquiagem, então passo só um batom claro e amarro o cabelo em um rabo de cavalo. Pronto. Ótimo.
Narrado por Edward:
Onde eu estava com a cabeça quando decidi que precisava de uma empregada? Ah, é, foi para que os outros empregados possam ter um dia de folga – o que, honestamente, não acho necessário, já que o salário deles é ótimo e, sendo só eu, mal faço bagunça.
— Sônia? — chamo a governanta, que vem em minha direção rapidamente.
— Sim?
— Não estou ficando louco, mas vamos esclarecer. Marquei a entrevista às 10h, certo? — pergunto, já irritado. Uma coisa que detesto são atrasos.
— Sim, senhor, a entrevista foi marcada para às 10h.
— Então, por que diabos essa mulher ainda não chegou? — pergunto, levantando-me bruscamente e assustando Sônia.
— Eu... não sei, senhor.
— Resposta errada.
— Me desculpe, vou descobrir agora mesmo.
— Ótimo.
Alguns minutos depois, a campainha toca. Sônia vai em direção à porta, mas eu a interrompo.
— Deixa que eu mesmo abro. Deve ser a atrasada — digo, levantando-me. Sônia apenas assente e volta para a cozinha.
Narrado por Nicole:
Minha esperança era de que esse não fosse o lugar onde precisavam de uma empregada. A casa é realmente tão assustadora e sombria quanto as pessoas disseram. Toco a campainha e logo ouço passos pesados se aproximando.
— Atrasada para a entrevista — diz uma voz grave. Levanto a cabeça e vejo... um deus grego. Talvez trabalhar em um lugar sombrio como este não seja tão ruim assim, penso, sorrindo involuntariamente.
— Está rindo da minha cara? — ele pergunta, ríspido. Bonito, mas mal-educado.
— Primeiro, bom dia. Segundo, não estava rindo da sua cara, mas dos meus próprios pensamentos. E terceiro, minha conversa é com o senhor...
— Edward. — Ele corta, me lançando um olhar firme.
— Primeiro, não me chame pelo primeiro nome, porque não te dei autorização — ele diz com frieza. — Segundo, é senhor, e você não tem intimidade para me chamar pelo primeiro nome. E terceiro, eu sou o Edward.
Definitivamente, estou ferrada. Meu futuro patrão me encara com um olhar nada amigável. Se é que ele tem outra expressão.
— Então, Nicole — ele insiste. — Não vai me pedir desculpas pela falta de educação?
— Por quê? Você foi rude primeiro. E, aliás, é senhorita Bitencourt. Eu também não te dei intimidade para me chamar pelo primeiro nome.
🥀
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Beauty and The #EM REVISÃO
Ficção GeralClaro! Aqui está uma versão revisada da sua sinopse: Nicole Bitencourt acaba de chegar a Paris para realizar seu sonho: começar a faculdade com uma bolsa de estudos. Com um passado doloroso que a assombra, ela enfrenta pesadelos constantes. Seus avó...