Capítulo 5

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Narrado por Nicole:

Hoje completa um mês que estou trabalhando na mansão Fera, como muitos a chamam. A cada dia que passa, Edward consegue ficar mais insuportável. Meus pesadelos começaram a voltar, mais frequentes do que nunca. Os funcionários estão tão acostumados que mal reparam, mas Edward, ao contrário, parece cada dia mais irritado.

Nas últimas semanas, a ruiva que atende pelo nome de Sabrina vem aparecendo praticamente todos os dias. O relacionamento deles me intriga. Por que ela não dorme com ele? Por que sempre que estão juntos, ele nunca a leva para o quarto? Tantas perguntas e nenhuma resposta.

Esta semana houve uma espécie de rebelião na faculdade, e, por conta disso, ficaremos duas semanas sem aulas. Poderia até ser divertido se estivéssemos falando da escola, onde eu ia mais por obrigação, mas na faculdade é diferente. Não vejo a hora de me formar e começar a trabalhar na área que realmente gosto.

Edward saiu cedo para o trabalho, o que foi um alívio. Já havia terminado todo o meu serviço e agora estava na sala, escolhendo um filme para assistir.

— Nic, o que está fazendo, querida? — pergunta Sônia, com uma expressão preocupada.

— Ligando a televisão? — respondo, óbvia.

— O senhor Edward não aceita que ligue a televisão.

— Ele disse que até as 22, e, além de ter que ficar presa no castelo, ainda não posso assistir? — Não, eu vou assistir sim. — Fica sossegada, ainda está cedo para ele chegar.

— Ele não tem hora, querida. — Sônia mantém sua expressão preocupada. — Acho melhor não fazer isso. Você viu como ele ficou irritado quando foi na estufa?

— Nem cheguei a entrar. Sabe, Sônia, não entendo como alguém tão bonito, rico e poderoso como ele consegue morar em um lugar assim? Fechado? Às vezes, tenho vontade de abrir todas essas cortinas e...

— Nunca ouse fazer isso, menina. Jamais, em hipótese alguma, você deve abrir essas cortinas. Assim como é proibido entrar no quarto do senhor Carter, é proibido abrir qualquer fresta dessas cortinas.

— Por que? Me diz. Desde que entrei, tento entender o motivo disso tudo.

— Seu único trabalho aqui é trabalhar, e não fazer perguntas.

Nesse momento, uma voz grossa surge atrás de mim, me fazendo engolir em seco.

Narrado por Edward:

Havia acabado de chegar da empresa e estava exausto. Tinha muita coisa a fazer, mas uma dor de cabeça me impediu, fazendo-me retornar para casa. A empresa está evoluindo a cada dia, e Bryan, meu braço direito, ficou cuidando de tudo para mim já que tive de voltar para casa.

Minutos se passaram e finalmente cheguei em casa. Às vezes, me pergunto se tudo isso que faço é realmente necessário. Ver minha casa nesse estado chega a ser deprimente, mas logo passa ao me lembrar de meu terrível passado.

Assim que adentro a mansão, escuto as vozes de Sônia e Nicole.

— Nunca ouse fazer isso, menina. Jamais, em hipótese alguma, você deve abrir essas cortinas, assim como é proibido entrar no quarto do senhor Carter. É proibido abrir qualquer fresta dessas cortinas.

— Por que? Me diz? — Desde que entrei, tento entender o motivo disso tudo.

— Seu único serviço aqui é trabalhar e não fazer perguntas.

                      Narrado por Edward:

Digo isso em um tom alto, assustando ambas, mas logo Nicole se recompõe.

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