Beauty and The #EM REVISÃO

Capítulo 3

                 Narrado por Nicole:

Dois dias vivendo naquela mansão e eu já estava perdendo a cabeça. Edward fazia questão de transformar minha vida em um verdadeiro inferno. Eu sabia que tudo era de propósito, só para ele sair vitorioso na nossa aposta, mas isso não ia ficar assim.

— Sônia, posso tirar uma dúvida? — pergunto à governanta, que analisava meu trabalho com atenção.

— Claro, querida.

— Por que Edward não permite que as cortinas sejam abertas? E por que só você pode entrar no quarto dele?

— Olha, eu responderia qualquer outra coisa... mas isso é sigiloso. Se ele souber que eu disse algo, estou perdida.

— É tão perigoso assim?

— Não é questão de perigo. É que...

— Bom dia. — Uma voz grave interrompe, e ouço o som de uma cadeira sendo puxada.

— Bom dia, senhor Carter. Dormiu bem?

— Perfeitamente. — Ele então me encara e pergunta friamente: — E você, ainda por aqui?

— Fui informada que não haverá aula hoje, senhor.

— Ótimo. Hoje também não vou à empresa. E já que está aqui, vai me ajudar com a limpeza da biblioteca.

— Mas isso não faz parte do meu trabalho — respondo, irritada.

— Hoje faz. Depois do café, vá para a biblioteca. Temos muito a fazer.

Ele estava claramente fazendo isso de propósito, e, embora eu tenha tentado manter a calma, sentia que estava a um passo de explodir. E ainda só se passaram dois dias.

(...)

Assim que terminei o café, lá estava eu, tirando livro por livro da estante e limpando o pó acumulado.

— Há quanto tempo esse lugar não é limpo? — pergunto, sem me conter, ao vê-lo folheando alguns papéis na mesa.

— Não sei, e não me importa. Limpe logo; hoje você tem muito o que fazer.

— Isso não estava no acordo.

— Certo. Então, nova regra: quando não tiver aula, vai cumprir as tarefas que eu mandar.

— Mas isso não foi para o que eu fui contratada.

— Qual parte de "eu sou o patrão, e você é a empregada" você ainda não entendeu?

— E o que isso tem a ver com o fato de que eu não fui contratada para fazer faxina aqui? — Minha voz sobe um tom, e ele caminha até mim com passos rápidos e firmes.

— Escuta aqui, garota, estou lhe fazendo um favor ao oferecer esse emprego. Se não quiser, há quem queira.

Tão bonito e tão rude. Mas por que será? E onde estou com a cabeça ao chamá-lo de bonito? Na verdade, ele é lindo, mas ainda assim insuportavelmente rude. Ignoro suas últimas palavras e volto ao trabalho. Não posso retrucar sempre; afinal, como ele mesmo disse, preciso desse emprego. Meus avós contam com o dinheiro que eu mando para ajudar nas despesas.

Narrado por Edward:

Essa garota vai me deixar de cabelos brancos antes do tempo. Eu sei que sou rude, mas, muitas vezes, ela que me provoca. Percebi que ficou chateada com o que eu disse, mas é a pura verdade. Mesmo que chamem minha casa de "castelo" e falem que ela dá medo, o salário que ofereço é excelente, e ainda ofereço moradia.

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