Adam

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Os dias foram se passando, Billie e eu não nos falavamos, eu ia pra escola e ia ver meus amigos e Tre, já Billie vivia por ai.

Jess me contou que ficou chateada com Billie, eu também fiquei, eu não queria pegar pesado com ele e chama-lo de doente. Eu passei esses dias pensando em pedir desculpas, mas eu nunca o via.

Na saída da escola vi Adam encostado no carro me observando, que surpresa. Andei até ele e o cumprimentei.

-O que faz aqui?- Perguntei

-Vim te buscar.

-C-como assim?

-Vamos para Nova Iorque, faz semanas que não vai lá, sentimos a sua falta.- Acariciou minha mão.

-Tenho que avisar meu namorado então.

-Pra que isso? Ele não é ninguém, apenas seu namorado.

-Eu moro com ele Adam, eu amo ele, e sei que ficaria preocupado se eu sumisse do nada. Acho melhor eu ir outro dia.

-Vamos, pelo menos fazer uma visitinha.

-Nova Iorque é quilometros daqui Adam!

-E dai? Não vai matar ninguém. Aliás, você vai ver o sei pai.

- Ok...- Revirei os olhos.

Adam abriu a porta para mim e entrei, logo ele se sentou ao meu lado e pediu para o motorista ir em frente.

Depois de horas de viagem, chegamos em Nova Iorque, entramos em casa e encontrei papai sentado na poltrona conversando com Shirley. Fui correndo abraça-lo.

-Que milagre que veio, estava sentindo a sua falta!- Beijou minha testa.

-Também estava.

-Por que não veio aqui esses dias?

-Estava resolvendo umas coisas. Mas logo vou ter que voltar.

-Por que?

-Ela mora com o namorado.- Adam respondeu.

-Temos que conversar Avril, venha comigo.- Se levantou da Poltrona.

Ele me levou até seu escritório, mandou-me se sentar, o obedeci, ele se sentou na minha frente e ficou fitando a parede.

-Eu vi aquelas fotos. Pelo visto você não era como eu pensava.- Voltou a olhar para mim.

-Pai, eu posso explicar.

-É isso o que quero, que tipo de filha sai para usar drogas, se jogar em cima dos outros? Isso é coisa de vadia!

-Eu tinha 14 anos, m-meu namorado me drogava e me arrastava para festas.

-Além de ser nova, se mete com músicos idiotas e cresce assim? Sabia que aquele vocalista de merda só te faria mal.

-Não era ele, o Billie é bo...

-Não quero saber Avril, eu te chamei para morar comigo, você cresceria de forma diferente, se relacionaria com gente diferente, músicos não tem futuro nenhum.

-Eu amo o Billie pai.

-Ama um cara que te entope de drogas? Você é boba igual sua mãe.

-Não foi o Billie que me drogou, foi o Deryck!

-O que seja, eu sei muito bem quem é esse Billie, esse cara só te faria mal. Sofreu overdoses, perdeu a guarda dos filhos, e ainda mora com uma garota de 16 anos... Aonde vocês querem chegar com isso?

-O Billie mudou pai, eu juro, ele esta concertando seus erros, e vivemos muito bem.

-Eu vou na justiça e tomar sua guarda, você é de menor.

-Guarda?

-Sua mãe não me deixava te ver, agora eu posso, e você vai vir morar comigo e mudar.

-Eu não quero!- Me levantei e bati na mesa, furiosa.

-Ter ataques de fúria não vai me fazer mudar de ideia.

-Pai, por favor, vá lá em casa, você vai ver que tudo não é como pensa.

-Talvez. Mas eu falo isso pelo seu bem.

-Eu estou bem.

-Não me contrarie.

-Acho melhor eu ir embora.- Me levantei.

-Vem morar comigo Avril, você pode ter tudo o que quiser.

-Eu não quero nada.

-Ok, logo vai ver que te avisei. Vá com Deus minha filha.- Beijou minha testa.

Depois que fui embora, Adam me levou para casa, o caminho todinho fiquei sentindo um aperto na garganta e me segurando para não chorar. As minhas brigas com Billie e não poder mais vê-lo me machucava, e para piorar meu pai acha que ele é um bicho de 7 cabeças.

-Hey, tá tudo bem?- Adam perguntou.

-Sim.- Uma lágrima escorreu sobre minha bochecha.

-O que foi?- Acariciou meu rosto

-É o Billie... E-eu sinto a falta dele. Faz dias que estamos brigados, ele não me olha. E, e o meu pai acha ele um monstro.- Desabei.

-Não chore.- Me abraçou.

-Ele me faz tão bem, mas agora ele esta tão longe.

-Não fica assim princesa, vai ficar tudo bem.

-Ele nunca disse um eu te amo pra mim, isso me destrói.

-Talvez ele tenha medo de dizer.

-Ele é um homem frio...

-Você é uma garota linda, você não precisa sofrer por um babaca. Tem homens melhores querendo você.- Segurou meu rosto.

Eu não sabia porque ele me falava aquilo, me trata daquele jeito, como se tivesse me conhecido há anos. Seus olhos azuis estavam vidrados nos meus, sentia aquele ar perto da minha boca que até me assustava. Logo senti o toque de seus lábios nos meus, sua língua me pedia passagem, mas eu impedia, eu não entendia aquilo.

-Adam... Não...- Segurei seus ombros, o afastando de mim.

-O que foi?

-Eu amo ele, e... Desculpa...

-Deixe de ser boba, se ele te amasse ele te sorriria pra você todos os dias, como eu.

-Do que esta falando?

-Esqueça ele...- Acariciou meus braços, depois minhas pernas..

O carro parou, já estávamos em Oakland, empurrei Adam e peguei minha mochila.

-Não vai se despedir?- Segurou meu braço.

-Me deixe em paz, seu nojento!- Dei um tapa em seu rosto e sai do carro batendo a porta com força.

Como o carro não havia parado na frente de casa, fui andando alguns quarteirões até chegar lá.

Eu estava com medo, aquele Adam tinha um olhar meio psicopata, quem ele pensa que é para me assediar daquela forma?

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