Amberly

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(...)

-Billie, acorda. - Senti Avril me chacoalhar

-O que?

-A Jade... Ela sumiu do berço. - Soluçou.

-O que?! - Pulei da cama.

Corri até o quarto e Jade não estava no berço, vasculhei todos os cantos e nada, nem um choro sequer.

-Ela não está aqui Billie... Ela sumiu. - Avril caiu no chão e desabou.

-MERDA! - Gritei.

Olhei nos quartos para ver se Joey e Jakob estavam lá, sim, eles estavam, menos Jade.

Liguei para a polícia na hora, não tinha nada dar errado, como que essa criança sumiu do berço?

(...)

Aquele transtorno deixou o bairro um caos, Avril não parava de chorar, famíliares vieram ver o que estava acontecendo, espero que consigam encontrar ela. Pois tem algo de errado ai.

Não dormimos, passamos a noite em branco, eu andava de um lado para o outro em ponto de fazer um buraco na cozinha, as pessoas tentavam consolar Avril mas a mesma não conseguia nem segurar um copo d'água.

O celular dela começou à tocar, mesmo com as mãos tremendo ela atendeu.

-Alô?... Quem está falando?... O que?... Não, por favor... - Ela voltou a chorar. Tomei o celular dela.

-Quem tá falando?! - Gritei.

-Quanto tempo, já pude me lembrar de você olhando para essa pentelha. - Reconheci a voz, era Adam.

-Você sequestrou a minha filha, não é seu filho da puta?!

-Ohhh, o papai se preocupando com a filhinha, que coisa linda. Eu poderia cortar os dedinhos dela e mandar para você, com certeza ela não faria falta.

-A polícia já sabe Adam, eles vão atrás de você. Um dedo na minha filha eu mato você.

-Uau, que pai revoltado. Quantos meses ela tem? 4?

-6 meses. Você sequestrou uma menina de 6 MESES! O que se passa na sua cabeça? Além de acabar com a vida da minha noiva você ainda quer prejudicar nossa filha?!

-Isso é tão triste. Se você quer a sua filha à salvo vai ter que me dar algo em troca.

-O que você quer?!

-A sua noiva.

-Você é um doente.

-Se me der ela eu entregarei a criança sem nenhum machucado. E se me desafiar eu arranco cada parte do corpo dessa criança e mando entregar na sua porta!

-Você tem noção do que está fazendo? Essa criança não tem culpa de nada!

-Ela poderia ser minha filha, eu poderia ser noivo da Avril. Mas ela foi idiota, me trocou por um drogado, saiba que o pai dela sempre vai estar do meu lado, e que esse casamento nunca vai acontecer!

Logo o desgraçado desligou, entreguei o celular para Avril de volta e subi.

-Billie! - Ouvi Mike gritar, ignorei.

Entrei no quarto e sentei no chão, eu não estava disposto a entregar Avril pro canalha do Adam, mas não quero deixar minha filha sofrer na mão dele. É tanta coisa pra minha cabeça, está me deixando confuso.

Peguei umas das minhas garrafas de vodka e bebi goela a baixo.

-Vai fingir que não está me ouvindo?! - Mike entrou como um furacão

-Me deixe pensar sozinho. - Resmunguei.

-Me dê isso aqui! - Tomou minha garrafa... - Sua noiva está desabando, e você prefere ficar ai bebendo?

-Que diferença faria, Avril é orgulhosa, nesses momentos ela não se acalma e nem me quer por perto.

-Deixa de falar merda.

-Me deixe sozinho, POR FAVOR. - Pedi.

ADAM POVS

-Dorme, criança chata! - Gritei balançando Jade.

-Precisando de uma ajudinha? - Angela apareceu, sorridente como sempre.

-Essa maldita não dorme.

-Não fale assim, você não leva jeito pra isso. - A pegou no colo e a amamentou no seio.

-O que?

-O meu filho não gosta de leite de seio.

-Vai continuar escondendo essa criança de todos?

-Opa, falou o que mantém uma criança trancada no porão a inpedindo de ver a luz do sol. - Revidou, como sempre ela vence.

-Falando nela, você a observou hoje?

-Ela está magra demais, a pobrezinha nem se mexe direito.

-Pare de dizer isso como se me afetasse.

-É sua filha.

-Toda vez que olho para Amberly eu me lembro do que a vadia da Amélia fez comigo. Aquela pentelha não pode me ver que sai correndo.

-Tente dar uma chance, é só uma criança.

-Pelo visto ela se acalmou. - Mudei de assunto e foi se afastando dali.

Aproveitei o momento e fui até os fundos, desci as escadas e observei Amberly pela brecha da porta. Ela permanecia quieta, suada, com os fios cacheados caídos sobre o rosto, seu pé acorrentado não dava um movimento.

Quando ela nasceu parecia que tudo havia mudado pra pior, Amélia não me deixava vê-la, e queria que ela crescesse com outro pai. Claro que odiei a idéia, no dia que Amélia morreu a única coisa que passou por minha cabeça foi leva-la comigo, só que não deu muito certo. Amberly logo aos 4 anos tentou fugir, o comportamento dela se tornou agressivo, tive que seda-la várias vezes, lhe dar remédios, e a prender num lugar seguro. Mas não tinha solução, ela é como a mãe, o que me fez desistir facilmente toda vez que olho pra ela.

Talvez Angela tenha razão, tenho que dar uma chance, é só uma criança.

Destranquei a porta e abri, me aproximei um pouco e tirei seu cabelo do rosto, seus olhos foram se abrindo lentamente e logo ela se assustou.

-Fica calminha, o papai não vai te fazer mal. - Acariciei seu rosto.

-Eu quero minha mãe! - Gritou.

-Por favor Amber, fica quietinha. Olhe só o que eu trouxe pra você. - Tirei um bombom do bolso. - Coma.

-Eu quero a minha mãe. - Insistiu.

-Coma! - Disse em um tom sério, odeio quando ela pede isso.

Ela abriu a embalagem e comeu fazendo careta, continuei a acariciando. Soltei a sua perna da corrente e fui saindo dali, eu não suportava olhar para ela e ouvi-la pedindo pela mãe.

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