Amélia

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Alguns dias se passaram, Billie teve que passar o final de semana fora, então aproveitei e fui até a clínica onde Adam estava. Isso é estranho, eu sei.

Ao chegar lá encontrei Adam no jardim, sentado num banco e observando as outras pessoas dali brincarem feito crianças. Me aproximei devagar e me sentei ao seu lado.

-Adam... - O toquei.

-O que faz aqui? - Me olhou, seu olhar era de um psicopata.

-Eu... Infelizmente vim te ver.

-Qual o favor? O velho te abandonou? - Disse num tom calmo.

-Eu e Billie estamos bem, Adam. Eu só queria saber se você havia mudado.

-Pare de esperar de mim querida. Eu queria o melhor para você, e logo teve o que mereceu.

-Você me deixou machucada, vou levar isso pra vida toda... Você não pensa nas pessoas?

-Se eu pensasse nas pessoas estaria falido. Foi graças à sua família que não fui preso, mas pra falar a verdade, eu nunca pensei neles.

-Um dia você vai encontrar alguém e vai mudar esse jeito.

-Foi perdendo alguém que fiquei desse jeito. Não posso voltar atrás. - Abaixou a cabeça.

-Eu sinto muito.

-Você não sente muito. Se sentisse não me rejeitaria. Quando vai entender que ele não te ama?

-Eu não posso deixa-lo, vamos ter uma filha juntos.

-Por favor, fique comigo Avril, você sobe no altar, diz sim, e tudo acaba. - Segurou minha mão.

-Eu não sinto nada por você Adam. Você vai me deixar carregar tudo isso pra vida inteira. - Afastei minha mão da sua.

-Não faça isso comigo novamente. Por favor.

-Do que está falando?

-Perdão, perdão... Não vai embora novamente, por favor. - Me abraçou do nada.

-Adam, aconteceu algo?

-Promete que vai ficar aqui, comigo? Por favor! - Se ajoelhou no gramado diante de mim.

-Prometo. Mas, só quero conversar. Ok?

-Obrigado! - Me abraçou

(...)

Passei a tarde conversando com Adam, ele não conseguia segurar as lágrimas, me senti mal vendo ele assim, mas acho que ele não merece meu perdão, ele foi cruel comigo.

-Quando eu tinha a sua idade, eu conheci uma garota. Ela era linda, simpática, eu não tinha coragem de chegar nela. Todos me achavam um psicopata, louco, e isso me deixava magoado. Ela devia me querer longe.

Até que uma vez, eu tive coragem de falar com ela, ela foi um doce comigo e acabei me apaixonando. Chamei ela para sair, consegui beija-la e acabamos namorando, aquilo parecia um sonho.

Fomos numa festa, fui pegar umas bebidas para nós dois, quando voltei encontrei ela beijando outro, desabei ali e a única coisa que soube fazer foi correr.

Tivemos uma discussão, ela começou à me tratar com arrogância, e saia com vários caras. Acabamos terminando, e minha vida virou um inferno. Era insuportável vê-la com outros. Mas fiquei na minha.

Era um dia chuvoso, eu dirigia o carro do meu pai, estava alcoolizado, e dirigia em alta velocidade, até que perdi o controle e atropelei uma garota. Quando sai do carro, desesperado, percebi que era ela.
Entrei em pânico, tentei acorda-la, mas ela estava morta. A joguei no meu carro e fui à um lugar deserto, a deixei ali e fui embora.

-Você matou ela? - Perguntei assustada.

-Sim... Mas me vinguei. Ela era uma vadia. Depois daquele dia eu tive pesadelos e comecei a me tornar um... Podemos dizer que me tornei um sociopata. Eu senti a vontade imensa de matar você e o Billie como eu matei aquela garota. Só que lentamente.

-Você é doente. - Me levantei.

-Já vai? Prometeu que ficaria.

-Você não tem cura. Fique bem longe de mim.

-Uma hora eu vou sair daqui e você vai ser minha, por bem, ou por mal.

-Você vai passar a vida inteira aqui. Seu merda!

-Do que me chamou? - Perguntou se levantando.

-Seu merda! Assassino! Psicopata! Estuprador!

-A próxima vez que me chamar assim eu arranco essa criança da sua barriga e corto em pedacinhos, como você fez comigo por dentro!

-Eu vou embora, não suporto olhar pra cara de quem vai me deixar carregar tudo aquilo pra vida inteira. Pensava que teria mudado. - Disse indo até a porta.

-Você não vai embora! - Puxou meu braço e me jogou na cama com brutalidade. - Você é minha, ouviu? Minha! Amélia! - Gritou quebrando tudo o que via pela frente.

Fiquei me perguntando quem era Amélia, será que era aquela garota que ele matou? Vai saber, ele já deve ter matado outras pessoas.

-Adam, para! - Gritei nervosa.

-Por que prefere ele? Você prometeu que ficaria comigo. Você fode conigo todos os dias sua vadia! - Me enforcou com sua mão.

-Adam... Adam, não... - Disse perdendo a voz.

-Essa criança é minha! Ela é minha! Você é minha Amélia! - Gritou precionando seu corpo contra o meu.

-Socorro! - Gritei

Várias pessoas que trabalhavam lá entraram correndo, Adam quebrava tudo, sai dali com medo e voltei para casa.

Eu confesso que senti medo dele, ele já deve ter matado pessoas e ainda ameaçou machucar a minha Jade, ninguém pode saber que fui até lá. Eu sei que fui idiota, mas eu esperava muito dele.

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