Capítulo 12

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Quando chegou em casa, depois do treino de Jiu-Jítsu, Dona Matilde já tinha ido embora, foi direto para o banheiro tomar um banho demorado para tirar todo sal do corpo, pois hoje ele tirara todo stress no treino, encharcou a roupa de suor, pois treinara por quase três horas.

Quando saiu do banho, ligou o celular, pois estava desligado para querendo manter o foco no treino.

Foi até a cozinha preparou uma vitamina de frutas, quando terminou, resolveu ligar para Dona Matilde, para desejar-lhe boas férias, sempre que estava em casa ligava pra ela, pra ver se chegou tudo bem, pois ela morava lá pro lado de São Mateus, região perigosa.

Ligou pra ela, deram quase oito toques quando ela atendeu.

- Alô!

- Oi, Sou eu, estou ligando pra ver se você chegou tudo bem em casa?

- Oi filhinho! Não vi que era você... Tenho uma dificuldade com estes aparelhos modernos... Cheguei sim! Graças a Deus.

- Que bom, olha vou fazer a transferência do seu dinheiro agora, ok?

- Não se preocupe comigo... Àquela hora no almoço eu estava brincando!

Mas Roger sabia que não era verdade, pois mais que ele a pagava bem, ela tinha as suas dificuldades.

- Vou transferir o seu salário, férias e a bonificação por me agüentar...

- Ah! Lembrei de uma coisa...

- O que?

- Hoje a tarde ligou uma mulher querendo falar com você, ela era gringo, pois não entendi nada, falou americano comigo.

O coração de Roger disparou, que nem ele soube explicar-se, será que é a mulher misteriosa de Roma?

- Não é americano, é inglês que fala...

- Ah! Mesma coisa é tudo enrolado... – Soltou uma gargalhada no telefone e Roger junto.

- Depois ela tentou falar o português, mas ai que a leite derramou! Não entendi nada.

- Ela deve ter tentado falar em espanhol.

- Você sabe que eu tenho até a terceira série do primário, não entendo estas coisas.

- Tudo bem... Sem problemas, se for importante ela ligará de novo.

- Estava esquecendo... Quase coloquei aquele negócio preto que estava no bolso da calça pra lavar, de tão pequeno que era... Você tem que prestar mais atenção, quase, foi por pouco que não foi para máquina de lavar junto com a calça... Deixei-o na sua gaveta no escritório.

- Que negócio preto? Não coloquei nada na calça.

- Sorte sua que tenho o habito de ver se você tem bilhetinhos de namoradas na calça.

- Que isto Dona Matilde... – Deu uma bela risada - hoje não existe mais este negócio de bilhetinhos, isto era na sua época.

- Estou brincando... Mas já estou ficando preocupada, desde que você largou daquela moça, nunca mais vi você preocupado com estas coisas... Já faz um ano?

- Sim... Ela é passado... Mas não fique preocupada, logo vou casar-me.

- Hã! Hã! Assim espero.

- Bem vou indo... Tenha umas boas férias... Beijo.

- Beijão... Juízo viu?

- Pode deixar.

O que será este negócio preto que Dona Matilde esta falando?

Foi até o computador, efetuou a transferência para Dona Matilde, navegou em outros sites por varias horas, ficou tão entretido que quando olhou nas horas já era quase meia noite, foi direto para cama esquecendo completamente do objeto que Dona Matilde colocou na gaveta.

***

Chegou na madrugada de terça-feira no aeroporto de Cumbica em São Paulo, estava uma garoa fina, conseqüentemente fazia frio também.

Rebecca mais uma vez entrava em um país estranho, sem saber o que fazer, olhou para todos os lados, tentando situar-se do ambiente. Começou a andar sempre olhando as placas de indicações, subiu para o segundo andar, onde avistou a praça de alimentação.

Preciso comer algo!

Foi direto para a fila do Mcdonald's comprou um lanche e torta de maça, estava faminta, pensou que um só não iria satisfazer sua fome.

Terminando de comer foi em direção aos táxis pegou o primeiro, precisava desesperadamente tomar um banho e esticar o corpo em uma cama até o amanhecer do dia.

Teve uma dificuldade de como dizer ao motorista que era para ele levar ao primeiro hotel que tivesse no caminho, até que resolveu falar somente a palavra hotel e batendo uma mão a outra indicando indiferença.

Chegando ao hotel, entrou no quarto, tomou banho quente, e deitou na cama esquecendo-se de todos os problemas, vencidos pelo cansaço.

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